2004-12-12
viajar ao botão
longe de quase tudo, entravado nas pregas do feudalismo, um rei, de nome Dragão, deu em escrever uma cartinha a todos os súbjametinhasditos
e que lhes dizia o ditador ? que gostava de deixar de ser o último (? assumido ?!) monarca absoluto do planeta
para tanto, remetia-lhes uma (pequena?) constituição, um escrito de 35 artigos, não mais, assim para começar; para a lerem e aprovarem; também o parlamento vai etndo alguns poderes, pouco interessa agora quais
mas é de evitar grandes limites ao remetente: para já, a política está definida, a inacessibiliadde é para manter, à capital, Triumphu, só se chega a pé para lá de circundantes montanhas; mas a coisa vai, o numerus clausus para turistas é de 3.000 por ano - a procura talvez não exceda muito a oferta mas há agências que se dão ao preparo
sem parâmetros de comparação com a nossa cultura, política ou economia, o principal indicador é a Felicidade Nacional Bruta, expressão algo forte embora o significado possa não ser líquido
a sociedade organiza-se de forma algo feudal, com a população a distribuir-se pouco concentradamente pelo território e permancendo vinculada a sistemas de auto-subsistência
o chefe de família tem que provar: em vez do nosso preconceito de atribuir esse papel ao pai e raramente à mãe, nos lares butaneses manda o membro da família merecedor da melhor estima - ai se isto viesse para cá ...
e para grandes males, grandes remédios - como o pessoal do Butão não fuma, o dito rei proibiu de todo quaisquer fumaças bem assim como a venda de tabaco, assim como assim a receita fiscal era escassa...
esta medida lembra outra geografia, pois só assim o Butão é o primeiro em qualquer coisa; então aboliram o tabaco assim como quem tem a maior árvore de natal, o governo mais demitido, o ministro de menor duração ... ai, já me sinto a viajar
2004-12-10
governo em dissolução
este e' um ante, um post antes do dito, um jametinhasdito preventivo, por antecipacao
a esta hora, o Presidente da Republica ouve o Conselho de Estado; depois falara' ao Pais
diga o que disser... melhor, acho que vai dizer que o Governo nao conseguiu assegurar as linhas de continuidade que exigiu e que a maioria em coligacao nao foi capaz de seguir uma trajectoria de estabilidade
e' o melhor argumento, creio ... todavia nao é bom argumento !
ha que reconhecer que o Primeiro Ministro fez tudo por esquecer o bamburrio com que chegou ao lugar e pos-se a jeito
no entanto, o Governo nao foi censurado nem o Primeiro Ministro sancionado e isso tambem esta mal
em tese, creio que a assembleia não deveria ser dissolvida; ate hoje nao foi invocada qualquer facto ou razao que justifique tal medida - a haver alguma razao valida, teria sido usada; e seria benvinda; mas nao ha
as eleicoes legislativas anteriores ditaram uma composicao da Assembleia da Republica
que deve ter a oportunidade de configurar Governos no quadro da legislatura
e' certo que o Presidente da Assembleia da Republica se apagou quanto 'a questao, essencial, da formacao dos executivos, que sempre emanam da Assembleia da Republica; deixou-se ficar, cedeu a iniciativa aos partidos, ao Presidente da Republica, 'a comunicacao social, aos sempiternos candidatos presidenciais, a protagonistas varios; nao agiu, nao diligenciou, limitou-se a amuar por ninguem lhe ter ligado patavina
a Assembleia da Republica nao foi suficientemente testada, nao experimentou as suas possibilidades e sao riquissimas, consistem mesmo na principal riqueza da nossa democracia: a representacao de diferentes sensibilidades
e quanto aos erros do Governo, uns de infancia, outros da forma atabalhoada como se formou, outros da forma atabalhoada como se remodelou, outros da forma atabalhoada como se reajustou, outros por falta de coordenacao, outros por estupidez, outros por tentacao, outros por habilidades varias, outros por inabilidades varias, outros forcados por armadilhas da oposicao, outros forçados por armadilhas dos partidos da coligacao, outros por azar, outros por culpa do arbitro, muitos por culpa da comunicacao social, tantos por culpa do Lux, outros por causa das eleicoes das regioes autonomas, outros por causa das autarquicas que ai veem, outros por causa dos candidatos presidenciais, outros por causa de buracos orcamentais, outros por falta de estudo de impacto ambiental, outros por falta de calculo, outros por falta de portagens, outros por portagens a mais, outros por causa do Mar, outros por ser neta de militar, outros pelo concurso ordinal, outros por causa do barco do aborto, outros por causa do aborto do barco, outros por causa da lei do aborto, outros por causa do aborto da lei, outros por causa dos submarinos sem helio, outros que viremos a saber depois, enfim, coisinhas de nada, também reparam em tudo, estava a ser divertido e so tomadas de posse ja cantavam ca umas que tais
por isso, jametinhasdito, caro Presidente, podias bater no Governo, mandar vir outro, admoesta-lo, remodela-lo, demiti-lo
mas na verdadde, nada ha' contra a Assembleia da Republica
e nada nos garante que a vontade popular exprima uma diferente composicao para a Assembleia da Republica; para ja, nada o impede; e mesmo que se acredite na forte probabilidade de se modificar a actual reparticao de cores partidarias, a boa ergra democratica manda esperar pelo fecho do ciclo eleitoral
para nao se condenar a democracia a julgamentos de conjuntura
para evitar impulsos de conquista de poder
oxala este dito se engane e nao sirva para nada
o proximo post sera sobre um pais distante
a esta hora, o Presidente da Republica ouve o Conselho de Estado; depois falara' ao Pais
diga o que disser... melhor, acho que vai dizer que o Governo nao conseguiu assegurar as linhas de continuidade que exigiu e que a maioria em coligacao nao foi capaz de seguir uma trajectoria de estabilidade
e' o melhor argumento, creio ... todavia nao é bom argumento !
ha que reconhecer que o Primeiro Ministro fez tudo por esquecer o bamburrio com que chegou ao lugar e pos-se a jeito
no entanto, o Governo nao foi censurado nem o Primeiro Ministro sancionado e isso tambem esta mal
em tese, creio que a assembleia não deveria ser dissolvida; ate hoje nao foi invocada qualquer facto ou razao que justifique tal medida - a haver alguma razao valida, teria sido usada; e seria benvinda; mas nao ha
as eleicoes legislativas anteriores ditaram uma composicao da Assembleia da Republica
que deve ter a oportunidade de configurar Governos no quadro da legislatura
e' certo que o Presidente da Assembleia da Republica se apagou quanto 'a questao, essencial, da formacao dos executivos, que sempre emanam da Assembleia da Republica; deixou-se ficar, cedeu a iniciativa aos partidos, ao Presidente da Republica, 'a comunicacao social, aos sempiternos candidatos presidenciais, a protagonistas varios; nao agiu, nao diligenciou, limitou-se a amuar por ninguem lhe ter ligado patavina
a Assembleia da Republica nao foi suficientemente testada, nao experimentou as suas possibilidades e sao riquissimas, consistem mesmo na principal riqueza da nossa democracia: a representacao de diferentes sensibilidades
e quanto aos erros do Governo, uns de infancia, outros da forma atabalhoada como se formou, outros da forma atabalhoada como se remodelou, outros da forma atabalhoada como se reajustou, outros por falta de coordenacao, outros por estupidez, outros por tentacao, outros por habilidades varias, outros por inabilidades varias, outros forcados por armadilhas da oposicao, outros forçados por armadilhas dos partidos da coligacao, outros por azar, outros por culpa do arbitro, muitos por culpa da comunicacao social, tantos por culpa do Lux, outros por causa das eleicoes das regioes autonomas, outros por causa das autarquicas que ai veem, outros por causa dos candidatos presidenciais, outros por causa de buracos orcamentais, outros por falta de estudo de impacto ambiental, outros por falta de calculo, outros por falta de portagens, outros por portagens a mais, outros por causa do Mar, outros por ser neta de militar, outros pelo concurso ordinal, outros por causa do barco do aborto, outros por causa do aborto do barco, outros por causa da lei do aborto, outros por causa do aborto da lei, outros por causa dos submarinos sem helio, outros que viremos a saber depois, enfim, coisinhas de nada, também reparam em tudo, estava a ser divertido e so tomadas de posse ja cantavam ca umas que tais
por isso, jametinhasdito, caro Presidente, podias bater no Governo, mandar vir outro, admoesta-lo, remodela-lo, demiti-lo
mas na verdadde, nada ha' contra a Assembleia da Republica
e nada nos garante que a vontade popular exprima uma diferente composicao para a Assembleia da Republica; para ja, nada o impede; e mesmo que se acredite na forte probabilidade de se modificar a actual reparticao de cores partidarias, a boa ergra democratica manda esperar pelo fecho do ciclo eleitoral
para nao se condenar a democracia a julgamentos de conjuntura
para evitar impulsos de conquista de poder
oxala este dito se engane e nao sirva para nada
o proximo post sera sobre um pais distante
2004-12-03
Vale sempre !
de Coja, Arganil, natural do mundo, aos 104 anos,Fernando Vale partiu para a Fraternidade eterna
homem de bem, cidadão exemplar, resistente político e cívico, Fernando Vale atravessou os séculos e viveu uma experiência extraordinária de democracia e humanismo
acreditava na juventude e na sua rebeldia, jametinhadito que a sua arma era a esperança, de pé ! ! !
bem haja, sempre
homem de bem, cidadão exemplar, resistente político e cívico, Fernando Vale atravessou os séculos e viveu uma experiência extraordinária de democracia e humanismo
acreditava na juventude e na sua rebeldia, jametinhadito que a sua arma era a esperança, de pé ! ! !
bem haja, sempre
2004-12-01
mais vale só
no seguimento da anunciada intenção presidencial de concretizar o processo de dissolução da Assembleia da República, Paulo Portas diz que o CDS vai sozinho, com listas próprias, programa próprio, elenco governativo completo próprio ! ! !
seguidamente, sobre a mesma questão de concorrer isoladamente ou manter a actual coligação e depois de saber que o CDS concorre isolado, Rui Rio diz que o PSD reuniu e deliberou que vai reunir e deliberar sobre o assunto - mas jametinhasdito !
ou seja, um dos parceiros já disse que vai só; o outro, ainda acha que vai ver como é que vai !
ora digam lá se há remédio ...
seguidamente, sobre a mesma questão de concorrer isoladamente ou manter a actual coligação e depois de saber que o CDS concorre isolado, Rui Rio diz que o PSD reuniu e deliberou que vai reunir e deliberar sobre o assunto - mas jametinhasdito !
ou seja, um dos parceiros já disse que vai só; o outro, ainda acha que vai ver como é que vai !
ora digam lá se há remédio ...
2004-11-30
São Paio Nicolau Maquiavel
ninguém me tira a impressão: Sampaio jámetinhadito que é da apreciação política global
isto reúne a bênção de Cavaco, Soares, Sousa, Amaral, e outro pessoal renomado, a fila inteira por assim dizer ... isto não parece nada bom ...
talvez seja antes da reprovação política global
mas livre de Carvalhas e Ferro, com Santana nos lençóis em que está, arrisca-se a poupar uns 20 anos de sequeiro às esquerdas
é de mestre, Sampaio
isto reúne a bênção de Cavaco, Soares, Sousa, Amaral, e outro pessoal renomado, a fila inteira por assim dizer ... isto não parece nada bom ...
talvez seja antes da reprovação política global
mas livre de Carvalhas e Ferro, com Santana nos lençóis em que está, arrisca-se a poupar uns 20 anos de sequeiro às esquerdas
é de mestre, Sampaio
2004-11-29
Tipo bolinhos ...
o doce sabor da tradição ? jámetinhasdito ! ! !
os bolinhos, tipo caseiro: faz lembrar a etiqueta dos restaurantes (?) que não têm queijo da Serra e escarrapacham na batata - queijo tipo serra ...
a lista de E trezentos e tal e seguintes: infindável ...
o aroma: idêntico ao natural !??
de fugir, safa !
2004-11-28
censura da não censura de actos censuráveis
comentáro ao ponto de vista de M. YOUSSUF ADAMGY, Director da Revista Director da revista islâmica portuguesa «Al Furqán» sobre o assassinato de Theo Van Gogh - secção de opinião do Diário de Notícias de 28 de Novembro de 2004
apreciando a pública intervenção de um responsável islamista no debate em curso sobre a questão, as causas e as consequências do assassinato de Theo Van Gogh, inquieto-me por faltar ostensivamente a clara reprovação do acto bárbaro e criminoso, gorando-se mais uma oportunidade de censura da opção de substituição da lei pela barbárie de procurar fazer justiça pelas próprias mãos, para mais na versão extrema da cobarde eliminação do outro, a quem o executor não permite qualquer defesa
depois, à invocação da lista infindável que simboliza o «Terror Islâmico», Adamgy sobrepõe a vitimização de catalogação como fundamentalista ou extremista de qualquer muçulmano que queira praticar a sua religião – ora mais uma vez falta, por leve ou implícita que seja, a censura dos actos que tipificam o terror, qualquer que ele seja
aceito que possa existir o sentimento, legítimo, de que é olhado como «terrorista islâmico» qualquer homem Muçulmano que caminhe ao longo de uma movimentada rua em Londres ou Paris com uma barba e um topi ou outra coberta na sua cabeça – mas falta uma referência ao local onde estamos, Portugal, designadamente à cidade de Lisboa, com ruas movimentadas em torno da Mesquita onde inúmeros transeuntes se cruzam quotidianamente com mulheres e homens praticantes da religião islâmica, desconhecendo qualquer episódio antigo ou recente de tal percepção, o que inviabiliza a generalização a que recorre Adamgy antes impondo em boa fé a adequada ressalva
quanto à crítica de que as mulheres Muçulmanas que usem véu (lenço) não podem ir a nenhum lado no mundo Ocidental sem serem criticadas como sendo oprimidas ou estarem loucas ou atrasadas (pelo facto de se cobrirem), direi que essa crítica também se manifesta, embora a custo e corajosamente, noutros locais do globo, designadamente em sociedades islâmicas – em particular nas sociedades ocidentais, a identificação das pessoas oferece maior segurança, o que me parece aspiração inteiramente legítima, sobretudo no tempo conturbado de vulgarização e mediatização de actos de terrorismo – e até nutro simpatia pelo uso do lenço, em homens e mulheres, de modo que não impeça a fácil identificação de cada indivíduo: em Portugal, nos campos, sobretudo nas zonas agrícolas do Algarve e Alentejo, mas também no mar, ainda subsistem resquícios de antigos costumes relacionados com a protecção física contra a dureza dos elementos; a minha avó usava lenço todo o ano e dizia que “o que tapa o frio tapa o calor”; e também no ocidente subsiste a reserva de pudor no uso do véu de noiva, na cerimónia de casamento
por outro lado, Adamgy aponta como grande falha no Ocidente julgar-se o Islão pela conduta de uma minoria de pessoas islâmicas, catalogação que não é objectiva e procura distorcer a percepção do Islão – é verdadeira a constatação mas perigosa e excessiva a conclusão, que não põe a mão na consciência; na realidade, a generalização existe e embora em grande parte seja atribuível ao instinto de defesa, poderá efectivamente conter muito de preconceito e intolerância; mas, no essencial, é a falta de censura de actos de terror, absolutamente condenáveis, que permite e motiva a assimilação dos autores individuais, quantas vezes nunca identificados, aos responsáveis das comunidades receptivas ou mesmo às próprias comunidades
lembro-me da condenação à morte (sem oportunidade de defesa nem defensor nem julgamento) de um escritor crítico da evolução das sociedades islâmicas; por essa ocasião, foram entrevistados diversos cidadãos praticantes da religião islâmica e nenhum manifestou repulsa por tão abjecta condenaçã
em muitos outros casos faltou a devida censura de actos criminosos, quer por parte de cidadãos quer por parte de responsáveis políticos, religiosos, culturais, dos meios de comunicação, etc., com honorosas excepções
creio que no trabalho comum a empreender, de que é exemplo a iniciativa portuguesa anunciada em Argel, no sentido do ecumenismo e da exortação ao diálogo, há espaço para, em vez de nos limitarmos a apontar que violência gera violência – o que jametinhamdito e inclusivamente pode suscitar leituras legitimadoras da escalada -, denunciarmos a sua ilegitimidade, de modo franco e perceptível a todos, contribuindo para a distinção entre criminosos e as suas comunidades de origem ou respectivos responsáveis – assim se evitará a ampliação da generalização e do anátema, que todos queremos combater e devemos, se pudermos, ir exprimindo livre e abertamente
apreciando a pública intervenção de um responsável islamista no debate em curso sobre a questão, as causas e as consequências do assassinato de Theo Van Gogh, inquieto-me por faltar ostensivamente a clara reprovação do acto bárbaro e criminoso, gorando-se mais uma oportunidade de censura da opção de substituição da lei pela barbárie de procurar fazer justiça pelas próprias mãos, para mais na versão extrema da cobarde eliminação do outro, a quem o executor não permite qualquer defesa
depois, à invocação da lista infindável que simboliza o «Terror Islâmico», Adamgy sobrepõe a vitimização de catalogação como fundamentalista ou extremista de qualquer muçulmano que queira praticar a sua religião – ora mais uma vez falta, por leve ou implícita que seja, a censura dos actos que tipificam o terror, qualquer que ele seja
aceito que possa existir o sentimento, legítimo, de que é olhado como «terrorista islâmico» qualquer homem Muçulmano que caminhe ao longo de uma movimentada rua em Londres ou Paris com uma barba e um topi ou outra coberta na sua cabeça – mas falta uma referência ao local onde estamos, Portugal, designadamente à cidade de Lisboa, com ruas movimentadas em torno da Mesquita onde inúmeros transeuntes se cruzam quotidianamente com mulheres e homens praticantes da religião islâmica, desconhecendo qualquer episódio antigo ou recente de tal percepção, o que inviabiliza a generalização a que recorre Adamgy antes impondo em boa fé a adequada ressalva
quanto à crítica de que as mulheres Muçulmanas que usem véu (lenço) não podem ir a nenhum lado no mundo Ocidental sem serem criticadas como sendo oprimidas ou estarem loucas ou atrasadas (pelo facto de se cobrirem), direi que essa crítica também se manifesta, embora a custo e corajosamente, noutros locais do globo, designadamente em sociedades islâmicas – em particular nas sociedades ocidentais, a identificação das pessoas oferece maior segurança, o que me parece aspiração inteiramente legítima, sobretudo no tempo conturbado de vulgarização e mediatização de actos de terrorismo – e até nutro simpatia pelo uso do lenço, em homens e mulheres, de modo que não impeça a fácil identificação de cada indivíduo: em Portugal, nos campos, sobretudo nas zonas agrícolas do Algarve e Alentejo, mas também no mar, ainda subsistem resquícios de antigos costumes relacionados com a protecção física contra a dureza dos elementos; a minha avó usava lenço todo o ano e dizia que “o que tapa o frio tapa o calor”; e também no ocidente subsiste a reserva de pudor no uso do véu de noiva, na cerimónia de casamento
por outro lado, Adamgy aponta como grande falha no Ocidente julgar-se o Islão pela conduta de uma minoria de pessoas islâmicas, catalogação que não é objectiva e procura distorcer a percepção do Islão – é verdadeira a constatação mas perigosa e excessiva a conclusão, que não põe a mão na consciência; na realidade, a generalização existe e embora em grande parte seja atribuível ao instinto de defesa, poderá efectivamente conter muito de preconceito e intolerância; mas, no essencial, é a falta de censura de actos de terror, absolutamente condenáveis, que permite e motiva a assimilação dos autores individuais, quantas vezes nunca identificados, aos responsáveis das comunidades receptivas ou mesmo às próprias comunidades
lembro-me da condenação à morte (sem oportunidade de defesa nem defensor nem julgamento) de um escritor crítico da evolução das sociedades islâmicas; por essa ocasião, foram entrevistados diversos cidadãos praticantes da religião islâmica e nenhum manifestou repulsa por tão abjecta condenaçã
em muitos outros casos faltou a devida censura de actos criminosos, quer por parte de cidadãos quer por parte de responsáveis políticos, religiosos, culturais, dos meios de comunicação, etc., com honorosas excepções
creio que no trabalho comum a empreender, de que é exemplo a iniciativa portuguesa anunciada em Argel, no sentido do ecumenismo e da exortação ao diálogo, há espaço para, em vez de nos limitarmos a apontar que violência gera violência – o que jametinhamdito e inclusivamente pode suscitar leituras legitimadoras da escalada -, denunciarmos a sua ilegitimidade, de modo franco e perceptível a todos, contribuindo para a distinção entre criminosos e as suas comunidades de origem ou respectivos responsáveis – assim se evitará a ampliação da generalização e do anátema, que todos queremos combater e devemos, se pudermos, ir exprimindo livre e abertamente
molho na barba
habemus Pio Sousa, o escanhoado
as barbas de molho ficaram com as barbas de molho: Jerónimo, jametinhasdito que o melhor é os críticos e outros abencerragens porem as barbas de molho !
senão ...
PS - pareceu algo contra-natura aquilo do voto secreto, sob protestos vários, com um código de barras oficialmente perfeitamente e, pasme-se, com possibilidade de voto contra e abstenção, acabando finalmente com as inconveniências do voto nulo, do voto mais branco que o do Saramago e do tradicional NS/NR e parece que também não permite teatros tipo Portas ... tudo chatices da democracia ...
as barbas de molho ficaram com as barbas de molho: Jerónimo, jametinhasdito que o melhor é os críticos e outros abencerragens porem as barbas de molho !
senão ...
PS - pareceu algo contra-natura aquilo do voto secreto, sob protestos vários, com um código de barras oficialmente perfeitamente e, pasme-se, com possibilidade de voto contra e abstenção, acabando finalmente com as inconveniências do voto nulo, do voto mais branco que o do Saramago e do tradicional NS/NR e parece que também não permite teatros tipo Portas ... tudo chatices da democracia ...
2004-11-24
ó carvalho, ó carvalho
ha' dias assim: ontem comemorou-se ou realizou-se o dia da floresta autoctone
23 de Novembro e' melhor dia para plantar em Portugal do que o dia mundial da arvore, a 21 de Marco, altura em que a nossa inclemente primavera sujeita semelhantes intencoes a provaveis contrariedades
pois em boa hora e bem á medida, ontem a incansavel Quercus foi, além do mais e entre outros pontos altos, para o bosque de Monsanto apregoar a defesa do carvalho, em especial o carvalho autoctone
parafraseando o temperamental poeta Joaquim Pessoa, de quem a propósito e com a devida venia respigo uma estrofe, jametinhamdito que o nosso e bom carvalho portugues carece, muito, de adequada proteccao legal, ó carvalho, ó carvalho, tal como a nossa azinheira e o sobreiro nacional !
«Estes fatos por medida
que vestimos ao domingo
tiram-nos dias de vida
fazem guardar-nos segredos
e tornam-nos tão crueis
que para comprar aneis
vendemos os proprios dedos.»
23 de Novembro e' melhor dia para plantar em Portugal do que o dia mundial da arvore, a 21 de Marco, altura em que a nossa inclemente primavera sujeita semelhantes intencoes a provaveis contrariedades
pois em boa hora e bem á medida, ontem a incansavel Quercus foi, além do mais e entre outros pontos altos, para o bosque de Monsanto apregoar a defesa do carvalho, em especial o carvalho autoctone
parafraseando o temperamental poeta Joaquim Pessoa, de quem a propósito e com a devida venia respigo uma estrofe, jametinhamdito que o nosso e bom carvalho portugues carece, muito, de adequada proteccao legal, ó carvalho, ó carvalho, tal como a nossa azinheira e o sobreiro nacional !
«Estes fatos por medida
que vestimos ao domingo
tiram-nos dias de vida
fazem guardar-nos segredos
e tornam-nos tão crueis
que para comprar aneis
vendemos os proprios dedos.»
2004-11-23
diálogo pesado
ouvi na RFM: Luís Pinheiro, líder do movimento de restauração do concelho de Canas de Senhorim, aponta o dedo a Jorge Sampaio, uma vez que "O Sr. Presidente da República tem a culpa do que se está a passar (...) que se esquiva ao diálogo, depois de ter falado connosco seis ou sete vezes" ...
falta de diálogo ? jámetinhasdito, ó líder da interrupção compulsiva da circulação ferroviária na linha da Beira Alta, impedindo à força a passagem de um combóio carregado de ... urânio !
falta de diálogo ? jámetinhasdito, ó líder da interrupção compulsiva da circulação ferroviária na linha da Beira Alta, impedindo à força a passagem de um combóio carregado de ... urânio !
porta fechada
ainda sem melhor confirmação, leio no Público sobre a audição parlamentar do jornalista José Rodrigues dos Santos e do gestor Almerindo Marques
ambos profissionais reconhecidamente categorizados, nas respectivas esferas, compreende-se que cada um defenda a sua dama, como os melhores argumentos e convicção
o caso é que José Rodrigues dos Santos considera ter sido ultrapassado nas suas competências a respeito de uma nomeação de correspondente, tendo a gestão da RTP interferido ilegitimamente nas suas competências de director de informação, razão porque se demitiu do cargo que desempenhava; Almerindo Marques considera que a nomeação de correspondente não pode ser reserva da direcção de informação mas está sujeita a critérios de afectação de recursos humanos às actividades empresariais, razão porque considera ter actuado correctamente e na esfera própria da gestão
até aqui parece-me compreensível a divergência, com uma pequena dúvida (então a realização de concursos internos é para dar uso aos feijões ?) mas que se torna irrelevante no caso
e o caso é que Almerindo Marques, na versão referida pelo jornal Público, “...disse que só poderia ir mais longe neste aspecto se a reunião decorresse à porta fechada, ou seja, sem a presença de jornalistas.”, proposta que a Comissão Parlamentar declinou
a porta fechada não consta desta notícia na versão constante na página do Expresso na internet ...
esta notícia está escrita de forma idêntica no "Diário Digital"; já o "Público" tem outro desenvolvimento e bastante mais informação
estranho !??
parece-me, modestamente, a única notícia: que o gestor diga que geriu não me parece grande notícia
o que de facto é novo, de grande relevância, é um gestor de empresa pública, de comunicação social sob escrutínio parlamentar, escusar-se a informar perante ... a comunicação social, no Parlamento, a opinião pública; ou seja, só daria explicação se ninguém pudesse ouvir a explicação
de fontes seguras, Almerindo Marques é um excelente gestor; a razão terá que estar fora do âmbito do gestor
com notícias assim, jametinhamdito que é caso para lermos nas entrelinhas, como noutros tempos !
ambos profissionais reconhecidamente categorizados, nas respectivas esferas, compreende-se que cada um defenda a sua dama, como os melhores argumentos e convicção
o caso é que José Rodrigues dos Santos considera ter sido ultrapassado nas suas competências a respeito de uma nomeação de correspondente, tendo a gestão da RTP interferido ilegitimamente nas suas competências de director de informação, razão porque se demitiu do cargo que desempenhava; Almerindo Marques considera que a nomeação de correspondente não pode ser reserva da direcção de informação mas está sujeita a critérios de afectação de recursos humanos às actividades empresariais, razão porque considera ter actuado correctamente e na esfera própria da gestão
até aqui parece-me compreensível a divergência, com uma pequena dúvida (então a realização de concursos internos é para dar uso aos feijões ?) mas que se torna irrelevante no caso
e o caso é que Almerindo Marques, na versão referida pelo jornal Público, “...disse que só poderia ir mais longe neste aspecto se a reunião decorresse à porta fechada, ou seja, sem a presença de jornalistas.”, proposta que a Comissão Parlamentar declinou
a porta fechada não consta desta notícia na versão constante na página do Expresso na internet ...
esta notícia está escrita de forma idêntica no "Diário Digital"; já o "Público" tem outro desenvolvimento e bastante mais informação
estranho !??
parece-me, modestamente, a única notícia: que o gestor diga que geriu não me parece grande notícia
o que de facto é novo, de grande relevância, é um gestor de empresa pública, de comunicação social sob escrutínio parlamentar, escusar-se a informar perante ... a comunicação social, no Parlamento, a opinião pública; ou seja, só daria explicação se ninguém pudesse ouvir a explicação
de fontes seguras, Almerindo Marques é um excelente gestor; a razão terá que estar fora do âmbito do gestor
com notícias assim, jametinhamdito que é caso para lermos nas entrelinhas, como noutros tempos !
2004-11-19
Europa ? concordo !
«Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votacoes por maioria qualificada e o novo quadro institucional da Uniao Europeia, nos termos constantes da Constituicao para a Europa?»
a pergunta nem e' ma'
eis (mais?) uma opiniao: o pior vira' !
temia uma pergunta negativa, sinceramente, porque o cinismo utilitarista (de todos os partidos) nao tem limites
nesta formulacao, resta aguardar pelo decretozito que estipulara' que a manter-se a taxa de participacao habitual, ficamos na Constituicao para Europa como ja' estamos, incluindo a transferencia de soberania (ligeiramente ou) formalmente acrescida
isto em termos praticos; mas a questao tem dois fundos: o dos referendos e o da nossa participacao na aventura da construcao desta Europa
quanto aos referendos, pois jametinhamdito que tirando a experiencia portuguesa recente de se convocarem referendos para travar projectos legislativos legitimos e reformas necessarias 'a melhoria da organizacao social, ha' que ter consciencia da extrema susceptibilidade da sua instrumentalizacao:
- creio que a fundacao de Portugal teria sido chumbada liminarmente como as leis da racionalização da regionalização – que já exist(ia)e, embora funcionalmente descoordenada, territorialmente erratica e falha de legitimacao pelas respectivas populacoes – e das alteracoes 'a despenalizacao da interrupcao da gravidez – que so' por hipocrisia nos querem fazer crer que e' melhor deixar tudo como esta';
- na hipotese anterior, a pergunta a formular por (D.) Afonso Henriques seria provavelmente cinica e inconstitucional em grau assimilavel ao actual aparato referendario.
quanto 'a Europa: em mais lado nenhum do globo vemos semelhante catalogo de valores; queremos ser subscritores desta admiravel utopia e submetermo-nos, conjuntamente, ao caminho dificil de ir pedra a pedra fazendo o caminho da Europa ? ou queremos ser marginais ao processo, areia na engrenagem e apenas velhos do Restelo ? creio que bem podemos manter um p'e, mesmo os dois, na nossa identidade, mas em simultaneo dedicar o nosso contributo ao desbravar do mundo novo da paz que ao mundo (talvez so) pode oferecer a Europa !!!
a pergunta nem e' ma'
eis (mais?) uma opiniao: o pior vira' !
temia uma pergunta negativa, sinceramente, porque o cinismo utilitarista (de todos os partidos) nao tem limites
nesta formulacao, resta aguardar pelo decretozito que estipulara' que a manter-se a taxa de participacao habitual, ficamos na Constituicao para Europa como ja' estamos, incluindo a transferencia de soberania (ligeiramente ou) formalmente acrescida
isto em termos praticos; mas a questao tem dois fundos: o dos referendos e o da nossa participacao na aventura da construcao desta Europa
quanto aos referendos, pois jametinhamdito que tirando a experiencia portuguesa recente de se convocarem referendos para travar projectos legislativos legitimos e reformas necessarias 'a melhoria da organizacao social, ha' que ter consciencia da extrema susceptibilidade da sua instrumentalizacao:
- creio que a fundacao de Portugal teria sido chumbada liminarmente como as leis da racionalização da regionalização – que já exist(ia)e, embora funcionalmente descoordenada, territorialmente erratica e falha de legitimacao pelas respectivas populacoes – e das alteracoes 'a despenalizacao da interrupcao da gravidez – que so' por hipocrisia nos querem fazer crer que e' melhor deixar tudo como esta';
- na hipotese anterior, a pergunta a formular por (D.) Afonso Henriques seria provavelmente cinica e inconstitucional em grau assimilavel ao actual aparato referendario.
quanto 'a Europa: em mais lado nenhum do globo vemos semelhante catalogo de valores; queremos ser subscritores desta admiravel utopia e submetermo-nos, conjuntamente, ao caminho dificil de ir pedra a pedra fazendo o caminho da Europa ? ou queremos ser marginais ao processo, areia na engrenagem e apenas velhos do Restelo ? creio que bem podemos manter um p'e, mesmo os dois, na nossa identidade, mas em simultaneo dedicar o nosso contributo ao desbravar do mundo novo da paz que ao mundo (talvez so) pode oferecer a Europa !!!
2004-11-18
Barroso ganha segunda Comissão
a nova equipa de Durão está agora aprovada pela Europa parlamentar
boa sorte e bom trabalho ao Presidente da novel Comissao Europeia !
valeu a pena o braço de trasmontanice ou jametinhasdito que em democracia precisamos de sentido de compromisso ?
boa sorte e bom trabalho ao Presidente da novel Comissao Europeia !
valeu a pena o braço de trasmontanice ou jametinhasdito que em democracia precisamos de sentido de compromisso ?
2004-11-17
2004-11-12
still vets after all this years
percebi ontem que o 11 de Novembro americano, feriado, passou de Dia do Armistício, desde o fim da 1ª Grande Guerra, para Dia do Veterano, porque todas as gerações americanas produzem ex-combatentes
jametinhamdito que os Sates têm sempre pelo menos uma guerra a decorrer, em qualquer lugar do mundo ...
jametinhamdito que os Sates têm sempre pelo menos uma guerra a decorrer, em qualquer lugar do mundo ...
2004-11-10
a catástrofe das vitórias
ouvi na Antena 1 e não retive o nome dos intervenientes mas ca' vai com essa mesmissima reserva:
- jametinhamdito que os USA invadiram Falluja, cidade do Iraque !
- um responsavel la’ deles afirmou que foi encontrada menos resistencia que o esperado, talvez porque os lideres da guerrilha já la' nao estejam ... jametinhadito, este general !!
- sera’ para repetir a sucessao de vitorias ate' 'a derrota final ? esta também jametinhamdito !!!
- jametinhamdito que os USA invadiram Falluja, cidade do Iraque !
- um responsavel la’ deles afirmou que foi encontrada menos resistencia que o esperado, talvez porque os lideres da guerrilha já la' nao estejam ... jametinhadito, este general !!
- sera’ para repetir a sucessao de vitorias ate' 'a derrota final ? esta também jametinhamdito !!!
IRS há-de baixar ... devagar
vários Governos jametinhamdito que o IRS ia baixar
mas hoje ouvi que afinal o Ministro Bagão Félix também já recorreu à técnica habitual de diluição da embandeirada baixa do IRS em vários anos e ainda nem secou a saliva da promessa do Primeiro Ministro em indecorosa campanha eleitoral nos Açores
os subsídios de rendas a inquilinos aumentados e mal pagos, a capitalização das empresas públicas, a redução de entidades participadas pelo Governo, o pagamento das dívidas do Estado, a limitação do endividamento dos Municípios e das Regiões Autónomas, os túneis do Rossio, do Marquês de Pombal, das Amoreiras, de Belém à Trafaria, também serão para calendarizar ?
mas hoje ouvi que afinal o Ministro Bagão Félix também já recorreu à técnica habitual de diluição da embandeirada baixa do IRS em vários anos e ainda nem secou a saliva da promessa do Primeiro Ministro em indecorosa campanha eleitoral nos Açores
os subsídios de rendas a inquilinos aumentados e mal pagos, a capitalização das empresas públicas, a redução de entidades participadas pelo Governo, o pagamento das dívidas do Estado, a limitação do endividamento dos Municípios e das Regiões Autónomas, os túneis do Rossio, do Marquês de Pombal, das Amoreiras, de Belém à Trafaria, também serão para calendarizar ?
2004-11-09
anónimos à catacumba
José António Barreiros, já aqui "dito", recentemente, colocou a questão do anonimato, debate que entretanto se acendeu
a questão concreta na origem do tema é a errada interpretação de António José Barreiros a uma observação (crítica?) de um leitor, a quem não perdoou o anonimato;
o leitor veio depois a identificar-se e evidenciou o equívoco de António José Barreiros, que não voltou ao tema; mas ficou a interpelação do anonimato na net, mais exactamente na blogosfera, evocando as modernas catacumbas, expediente com que, alega José António Barreiros, muitos se esconderão dos outros e de si próprios, por efeito de dissimulação
ora, creio que Platão desceu à catacumba … para inventar a filosofia, oferecendo então uma resposta onde os políticos, os militares e os religiosos falharam !
talvez não seja de enjeitar liminarmente a visita à catacumba
por isso, arrisco humildemente:
- e se numa crónica ou num comentário forem referidos factos e os meios da sua comprovação ?
- ou exposta uma hipótese com o respectivo raciocínio ?
- e se for lançada uma dúvida ?
- um alerta ?
- e se for analisado um passo ou uma conclusão de uma crónica ou comentário ?
um argumento valerá por si ?
uma dedução precisará de dono, reconhecido e autenticado ?
será assim tão decisivo o grau de identificação ou anonimato ?
também é de reconhecer que não custa nada fazer o dito cujo sign in; nem escrever o nome
obviamente essas desculpas não colhem, se a opção por algum grau de anonimato é inteiramente compreensível, a complexidade do sistema ou a preguiça do sujeito não são explicação aceitável
mas a atribuição de dissimulação é abusiva: desde sempre as “cartas à Direcção” – forma perfeitamente legítima de interacção com o jornal, jornalistas, cronistas, editoria ou com o mundo em geral – divulgaram comunicações de autores “devidamente identificados”, apresentando-se portanto publicamente sob anonimato
e assenta mal à interrogação sincera que procura aprender em vez de ter já por respondido o que se propõe equacionar
além disso, jametinhamdito que ao menos por Deus os anónimos serão tão ouvidos quanto os demais ...
sempre é um favorzinho !?
a questão concreta na origem do tema é a errada interpretação de António José Barreiros a uma observação (crítica?) de um leitor, a quem não perdoou o anonimato;
o leitor veio depois a identificar-se e evidenciou o equívoco de António José Barreiros, que não voltou ao tema; mas ficou a interpelação do anonimato na net, mais exactamente na blogosfera, evocando as modernas catacumbas, expediente com que, alega José António Barreiros, muitos se esconderão dos outros e de si próprios, por efeito de dissimulação
ora, creio que Platão desceu à catacumba … para inventar a filosofia, oferecendo então uma resposta onde os políticos, os militares e os religiosos falharam !
talvez não seja de enjeitar liminarmente a visita à catacumba
por isso, arrisco humildemente:
- e se numa crónica ou num comentário forem referidos factos e os meios da sua comprovação ?
- ou exposta uma hipótese com o respectivo raciocínio ?
- e se for lançada uma dúvida ?
- um alerta ?
- e se for analisado um passo ou uma conclusão de uma crónica ou comentário ?
um argumento valerá por si ?
uma dedução precisará de dono, reconhecido e autenticado ?
será assim tão decisivo o grau de identificação ou anonimato ?
também é de reconhecer que não custa nada fazer o dito cujo sign in; nem escrever o nome
obviamente essas desculpas não colhem, se a opção por algum grau de anonimato é inteiramente compreensível, a complexidade do sistema ou a preguiça do sujeito não são explicação aceitável
mas a atribuição de dissimulação é abusiva: desde sempre as “cartas à Direcção” – forma perfeitamente legítima de interacção com o jornal, jornalistas, cronistas, editoria ou com o mundo em geral – divulgaram comunicações de autores “devidamente identificados”, apresentando-se portanto publicamente sob anonimato
e assenta mal à interrogação sincera que procura aprender em vez de ter já por respondido o que se propõe equacionar
além disso, jametinhamdito que ao menos por Deus os anónimos serão tão ouvidos quanto os demais ...
sempre é um favorzinho !?
pancada na cabeça
o Futebol Clube do Porto jogou (e ganhou, por 3-0) com o Sporting Club de Portugal, aqui no dito sofá, a espaços: um pedaço no final da primeira parte, outro pedaço na parte final da partida
a dado passo, o avançado Liedson, do Sporting Clube de Portugal, caiu disputando a bola com um defesa do Futebol Clube do Porto; o jogador Jorge Costa, do Futebol Clube do Porto , aproveitou a posição indefesa do sportinguista e colocou-se estrategicamente junto ao jogador caído, fingindo atrapalhar-se para atingir, por trás, a cabeça de Liedson
maldosamente, prejudicando a integridade física do adversário e com proveito ilegítimo para o controlo da jogada e do jogo, a favor do Futebol Clube do Porto
Jorge Costa tem sido um jogador esforçado e por vezes de eficácia brilhante, ao serviço do Futebol Clube do Porto e da Selecção Nacional
mas alia o espírito de competição à má formação humana e desportiva, em chocante falta de desportivismo, à falta de ética, ao mau perder
conseguiu a sua notoriedade à custa da brutalidade com que inflige os adversários, sobretudo quando estão caídos, disso tirando ilegítimo benefício para si e para a sua equipa
já foi castigado por esse comportamento ilícito, inúmeras vezes, algumas vezes pelas próprias mãos das vítimas
mas persiste !
e vai refinando o estratagema de aleijar os colegas de profissão para lhes destroçar o talento que lhe falta
e hoje repetiu manha e façanha ...
o jogo era de futebol mas ganhou à pancada
jametinhasdito :-(
a dado passo, o avançado Liedson, do Sporting Clube de Portugal, caiu disputando a bola com um defesa do Futebol Clube do Porto; o jogador Jorge Costa, do Futebol Clube do Porto , aproveitou a posição indefesa do sportinguista e colocou-se estrategicamente junto ao jogador caído, fingindo atrapalhar-se para atingir, por trás, a cabeça de Liedson
maldosamente, prejudicando a integridade física do adversário e com proveito ilegítimo para o controlo da jogada e do jogo, a favor do Futebol Clube do Porto
Jorge Costa tem sido um jogador esforçado e por vezes de eficácia brilhante, ao serviço do Futebol Clube do Porto e da Selecção Nacional
mas alia o espírito de competição à má formação humana e desportiva, em chocante falta de desportivismo, à falta de ética, ao mau perder
conseguiu a sua notoriedade à custa da brutalidade com que inflige os adversários, sobretudo quando estão caídos, disso tirando ilegítimo benefício para si e para a sua equipa
já foi castigado por esse comportamento ilícito, inúmeras vezes, algumas vezes pelas próprias mãos das vítimas
mas persiste !
e vai refinando o estratagema de aleijar os colegas de profissão para lhes destroçar o talento que lhe falta
e hoje repetiu manha e façanha ...
o jogo era de futebol mas ganhou à pancada
jametinhasdito :-(
2004-11-05
A última fêmea dos Pirenéus
a (sub)título de "acidente", a última página do Público noticia o negligente abate da última fêmea de urso pardo dos Pirenéus, levado a cabo por intrépidos caçadores de javali
o jametinhas dito recai sobre sobre a posição da Federação dos Caçadores dos Pirenéus Atlânticos, que votam contra a criação de zonas de refúgio para a preservação da fauna - proposta por ecologistas franceses - defendendo a ideia de co-habitação dos ursos com os pastores e caçadores ... !?
curioso é também o repovoamento de ursos com recurso a fêmeas trazidas das florestas de países de leste, para evitar a extinção da espécie na zona
mas está à vista mais uma grave machadada na biodiversidade, apesar de haver ursos em certas zonas da Península Ibérica, como é o caso de Parques nos Picos da Europa que fazem a delícia de turistas
à memória vem também um conto magnífico de Mário de Carvalho, "Quatrocentos Mil Sestércios", sobre as vicissitudes que os romanos enfrentaram na Lusitânia, em que se incluíam o diletantismo, a ganância e uma soberba ursa ... que decidiu a sorte dos protagonistas de tais costumes
o jametinhas dito recai sobre sobre a posição da Federação dos Caçadores dos Pirenéus Atlânticos, que votam contra a criação de zonas de refúgio para a preservação da fauna - proposta por ecologistas franceses - defendendo a ideia de co-habitação dos ursos com os pastores e caçadores ... !?
curioso é também o repovoamento de ursos com recurso a fêmeas trazidas das florestas de países de leste, para evitar a extinção da espécie na zona
mas está à vista mais uma grave machadada na biodiversidade, apesar de haver ursos em certas zonas da Península Ibérica, como é o caso de Parques nos Picos da Europa que fazem a delícia de turistas
à memória vem também um conto magnífico de Mário de Carvalho, "Quatrocentos Mil Sestércios", sobre as vicissitudes que os romanos enfrentaram na Lusitânia, em que se incluíam o diletantismo, a ganância e uma soberba ursa ... que decidiu a sorte dos protagonistas de tais costumes
2004-11-03
mais palavras: tem a palavra José António Barreiros
o livro aberto, vamos a isto: é com palavras assim que a esfera irá além da Taprobana !
permitam-me apenas recordar João Carreira Bom, com quem a coisa começou a tropeçar ...
permitam-me apenas recordar João Carreira Bom, com quem a coisa começou a tropeçar ...
2004-11-01
Vidalonga
sexta-feira passada, o Diário Económico trazia brinde: "Fora de Série" tem sido fora de série e esta não faz excepção
além do mais, uma suculenta entrevista com (D.?) Juan Villalonga, ex-Señor Telefonica, ainda viver de rendimentos stock-optionados nos tempos áureos das telecoms e outras coms
mas que nos diz, da City, este gestor espanhol virado em consultor global ? pois fala para português ver e conta que, pondo uns quantos casinos, hotéis (uns 15) e campos de golfe em Beja (e arredores, presume-se ...) ficamos travestidos de Las Vegas da Europa; depois é sempre a andar: trazemos para cá os pré-reformados da Europa liberalizada e bem paga; tornar o país bilingue; liderar a inovação na indústria alimentar; e assim por diante, até alcançarmos o rendimento per capita da Alemanha ou da França, coisa aí para uns 10 anos !
ouviremos mais em breve, a 22 de Novembro estará em Lisboa para um seminário do Diário Económico
vai explicar que é necessária a convergência de vontades políticas e empresariais, que é fundamental que os decisores políticos e económicos tenham uma ideia clara para os próximos 25 anos, estabelecer objectivos de médio e longo prazo
também afirma que Portugal tem de abrir mais ao exterior, atrair pessoas e capital, escolher os melhores, a ideologia política não é decisiva mas sim a eficiência de gestão e de governo, o que é decisivo nas economias é a capacidade de gerar, atrair e fixar conhecimento, o que importa são as pessoas e a sua vontade e coragem de mudar os paradigmas; e, como jametinhamdito, os portugueses têm que ter capacidades e qualidades para ocuparem os postos estratégicos do país, independentemente da nacionalidade do capital
sublinha que os governos têm de ter uma visão do país e partilhá-la com os agentes económicos, o Estado tem de ser um facilitador, reforçando a segurança jurídica, criando infra-estruturas e dando prioridade absoluta, obsessiva mesmo, à educação da população; o Estado, jametinhamdito, não pode demitir-se dessas responsabilidades
além do mais, uma suculenta entrevista com (D.?) Juan Villalonga, ex-Señor Telefonica, ainda viver de rendimentos stock-optionados nos tempos áureos das telecoms e outras coms
mas que nos diz, da City, este gestor espanhol virado em consultor global ? pois fala para português ver e conta que, pondo uns quantos casinos, hotéis (uns 15) e campos de golfe em Beja (e arredores, presume-se ...) ficamos travestidos de Las Vegas da Europa; depois é sempre a andar: trazemos para cá os pré-reformados da Europa liberalizada e bem paga; tornar o país bilingue; liderar a inovação na indústria alimentar; e assim por diante, até alcançarmos o rendimento per capita da Alemanha ou da França, coisa aí para uns 10 anos !
ouviremos mais em breve, a 22 de Novembro estará em Lisboa para um seminário do Diário Económico
vai explicar que é necessária a convergência de vontades políticas e empresariais, que é fundamental que os decisores políticos e económicos tenham uma ideia clara para os próximos 25 anos, estabelecer objectivos de médio e longo prazo
também afirma que Portugal tem de abrir mais ao exterior, atrair pessoas e capital, escolher os melhores, a ideologia política não é decisiva mas sim a eficiência de gestão e de governo, o que é decisivo nas economias é a capacidade de gerar, atrair e fixar conhecimento, o que importa são as pessoas e a sua vontade e coragem de mudar os paradigmas; e, como jametinhamdito, os portugueses têm que ter capacidades e qualidades para ocuparem os postos estratégicos do país, independentemente da nacionalidade do capital
sublinha que os governos têm de ter uma visão do país e partilhá-la com os agentes económicos, o Estado tem de ser um facilitador, reforçando a segurança jurídica, criando infra-estruturas e dando prioridade absoluta, obsessiva mesmo, à educação da população; o Estado, jametinhamdito, não pode demitir-se dessas responsabilidades
Magalhoa
era caso de respeito, assustava mesmo um bocadinho e não era para menos, até assustou o Marcelo da suposta primavera fascista ...
Isabel Magalhães Colaço era o DIP em pessoa
era uma mulher de peso, a primeira doutora !
enchia a Faculdade de Direito, quando lá cheguei ja me tinham dito que era um monstro jurídico
mas singrou académica no mundo fechado de académicos, em luta pelo princípio da igualdade
Isabel Magalhães Colaço era o DIP em pessoa
era uma mulher de peso, a primeira doutora !
enchia a Faculdade de Direito, quando lá cheguei ja me tinham dito que era um monstro jurídico
mas singrou académica no mundo fechado de académicos, em luta pelo princípio da igualdade
2004-10-30
UE hoje o primeiro dia !
assinado:
são valores da União Europeia o respeito pela dignidade humana, a liberdade, a democracia, a igualdade, o Estado de Direito, o respeito dos direitos incluindo os das pessoas pertencentes a minorias, o pluralismo, a não discriminação, a tolerância, a justiça, a solidariedade, a igualdade entre mulheres e homens, a promoção da paz, dos seus valores e do bem estar dos povos, a livre concorrência, o desenvolvimento sustentável, o combate à exclusão social, o progresso científico e tecnológico, a riqueza e diversidade cultural e linguística, a solidariedade entre as gerações e a protecção dos direitos das crianças
é apenas mais um Tratado de papel ?
certo é que poucos se podem orgulhar de passo tão gigante !
boa sorte, União Europeia
agora ficamos de ver como é que somos capazes de dar eficácia à intenção, talvez haja referendos vários, por cá está-se mesmo a ver que será formulado pela negativa (é contra o Tratado?) e como (quase) ninguém vai votar a coisa passa, é o tal do gostinho especial, o português suave, caso contrário temos o mesmo resultado dos referendos anteriores, chumbados à míngua de eleitores, deliberados para se inviabilizarem leis razoáveis e necessárias, que os extremistas tanto temiam
haja tento ou nem na Europa nos aturam ... e é bom de ver que em mais lugar nenhum se pugna pelos valores consagrados no Tratado, em mais lugar nenhum se tem conseguido segurar a Paz quanto a União Europeia, oxalá perdure e contagie o mundo
são valores da União Europeia o respeito pela dignidade humana, a liberdade, a democracia, a igualdade, o Estado de Direito, o respeito dos direitos incluindo os das pessoas pertencentes a minorias, o pluralismo, a não discriminação, a tolerância, a justiça, a solidariedade, a igualdade entre mulheres e homens, a promoção da paz, dos seus valores e do bem estar dos povos, a livre concorrência, o desenvolvimento sustentável, o combate à exclusão social, o progresso científico e tecnológico, a riqueza e diversidade cultural e linguística, a solidariedade entre as gerações e a protecção dos direitos das crianças
é apenas mais um Tratado de papel ?
certo é que poucos se podem orgulhar de passo tão gigante !
boa sorte, União Europeia
agora ficamos de ver como é que somos capazes de dar eficácia à intenção, talvez haja referendos vários, por cá está-se mesmo a ver que será formulado pela negativa (é contra o Tratado?) e como (quase) ninguém vai votar a coisa passa, é o tal do gostinho especial, o português suave, caso contrário temos o mesmo resultado dos referendos anteriores, chumbados à míngua de eleitores, deliberados para se inviabilizarem leis razoáveis e necessárias, que os extremistas tanto temiam
haja tento ou nem na Europa nos aturam ... e é bom de ver que em mais lugar nenhum se pugna pelos valores consagrados no Tratado, em mais lugar nenhum se tem conseguido segurar a Paz quanto a União Europeia, oxalá perdure e contagie o mundo
suave português
vi agora que o "Português Suave" perdeu o "Suave"
faz lembrar a "Simplemente Maria" (ao menos não era dobrada em brasilês nem venezuelês, eh eh ...) mas o mal é de quem se lembra, como é que se confessa que nos lembramos de factos milenares, tempos pré-históricos, memórias ancestrais ?
mesmo do "Suave", a que só agora dei pela falta, talvez a queda e respectivo esquecimento se perca nos imemoriais tempos em que entrámos para a CEE ! (quero vê-ê-êr, Portugal, na C-É-É ..., outro eh eh !!!)
e há que reconhecer que era pleonasmo, aliás, já mo tinham dito !
a questão filosófica é se terá perdido a suavidade, embora seja politicamente incorrecto vasculhar no tema, basta o que basta e estamos sempre em perigo de, num momento de precisão, ter que cravar um ... "Português", naturalmente a um português
é que o nome pode ter a ver com a coisa, como pode não ter, mas haverá relação entre nome e qualidade, sabemos o poder da palavra sobre a realidade, daí a poesia, mas o nome é decisivo ? sobre a substância ? é o nome forma ?
também já me tinham dito que no Romeu e Julieta, quando ela o vê apaixona-se logo, mas ao saber do nome desalenta-se, não gosta de “Romeu”; então a aia de Julieta diz-lhe que não importa o nome: acaso a rosa perderia a sua fragrância se não se chamasse rosa ?
há várias teses, todas legítimas
cá para o Ditos, vale a ideia de que o nome é o nome e tem muito a ver:
[...]
se aroma, flor e cor são rosa
também seu belo nome o é ...
mas há que dar razão a quem a tem, de suave nada tinha o "Português", bah
faz lembrar a "Simplemente Maria" (ao menos não era dobrada em brasilês nem venezuelês, eh eh ...) mas o mal é de quem se lembra, como é que se confessa que nos lembramos de factos milenares, tempos pré-históricos, memórias ancestrais ?
mesmo do "Suave", a que só agora dei pela falta, talvez a queda e respectivo esquecimento se perca nos imemoriais tempos em que entrámos para a CEE ! (quero vê-ê-êr, Portugal, na C-É-É ..., outro eh eh !!!)
e há que reconhecer que era pleonasmo, aliás, já mo tinham dito !
a questão filosófica é se terá perdido a suavidade, embora seja politicamente incorrecto vasculhar no tema, basta o que basta e estamos sempre em perigo de, num momento de precisão, ter que cravar um ... "Português", naturalmente a um português
é que o nome pode ter a ver com a coisa, como pode não ter, mas haverá relação entre nome e qualidade, sabemos o poder da palavra sobre a realidade, daí a poesia, mas o nome é decisivo ? sobre a substância ? é o nome forma ?
também já me tinham dito que no Romeu e Julieta, quando ela o vê apaixona-se logo, mas ao saber do nome desalenta-se, não gosta de “Romeu”; então a aia de Julieta diz-lhe que não importa o nome: acaso a rosa perderia a sua fragrância se não se chamasse rosa ?
há várias teses, todas legítimas
cá para o Ditos, vale a ideia de que o nome é o nome e tem muito a ver:
[...]
se aroma, flor e cor são rosa
também seu belo nome o é ...
mas há que dar razão a quem a tem, de suave nada tinha o "Português", bah
2004-10-28
pois desengarrafe-se
diz o Jornal de (Neg)Ócios que o Escritor Robert Louis Stenvenson afirmava que “o vinho é poesia engarrafada”
e que a 6 e 7 de Novembro decorre na FIL, na Junqueira, em Lisboa, um certame intitulado "Encontro com o vinho e sabores"
embora possa ser muito útil à preparação (já há reclames nas ruas, em pleno Outubro ... afinal é quando um centro comercial quiser !!!) da quadra natalícia, é uma notícia (serviço, negócios) sobre sabores (prazeres, ócios) que aparenta mandar às malvas a velha regra que manda separar o trabalho da bebida ... eh eh, já me tinham dito ...
e que a 6 e 7 de Novembro decorre na FIL, na Junqueira, em Lisboa, um certame intitulado "Encontro com o vinho e sabores"
embora possa ser muito útil à preparação (já há reclames nas ruas, em pleno Outubro ... afinal é quando um centro comercial quiser !!!) da quadra natalícia, é uma notícia (serviço, negócios) sobre sabores (prazeres, ócios) que aparenta mandar às malvas a velha regra que manda separar o trabalho da bebida ... eh eh, já me tinham dito ...
2004-10-27
auto-estima pelo cano ou uma grosseria de Emídio Rangel
...
chega a ser indecente ...
a propósito da evolução da apreciação de José Manuel Fernandes sobre a actuação do Ministro Morais Sarmento, o Correio da Manhã dá voz a um comentário tonitroante de Emídio Rangel, de rara infelicidade e de nível tão subterrâneo que soa imediatamente um alerta de perigo: já me tinhas dito, Emídio Rangel
se há mó de cima e mó de baixo, na comunicação social como noutras áreas e profissões, o rancor explicará alguma coisa mas a grosseria e a falta de educação parecem totalmente dispensáveis na mão de quem atira tantas pedras, desvirtuando em absoluto uma análise que tem um ponto de partida lúcido:
- os trambolhões do Director do Público, fazendo recordar profecia várias, como a de que Durão Barroso jamais seria Primeiro Ministro; e
- a fria estratégia do governante Morais Sarmento, corporizando passo a passo o abuso do poder, em calculada e respaldada coerência, a actuação tentacular direita ao controlo dos meios de comunicação social públicos e privados, com grave dano para a liberdade, a democracia e a vida de cada cidadão
mas Emídio Rangel desperdiça argumentos, razão e oportunidade, exibindo mau senso e mau gosto, mau perder e mau ganhar, má prosa e má criação
pelos leitores do Correio da Manhã e pela ética jornalística, quem critica tem que se dar ao respeito, o que deliberadamente falhou a Emídio Rangel; lamentável ...
chega a ser indecente ...
a propósito da evolução da apreciação de José Manuel Fernandes sobre a actuação do Ministro Morais Sarmento, o Correio da Manhã dá voz a um comentário tonitroante de Emídio Rangel, de rara infelicidade e de nível tão subterrâneo que soa imediatamente um alerta de perigo: já me tinhas dito, Emídio Rangel
se há mó de cima e mó de baixo, na comunicação social como noutras áreas e profissões, o rancor explicará alguma coisa mas a grosseria e a falta de educação parecem totalmente dispensáveis na mão de quem atira tantas pedras, desvirtuando em absoluto uma análise que tem um ponto de partida lúcido:
- os trambolhões do Director do Público, fazendo recordar profecia várias, como a de que Durão Barroso jamais seria Primeiro Ministro; e
- a fria estratégia do governante Morais Sarmento, corporizando passo a passo o abuso do poder, em calculada e respaldada coerência, a actuação tentacular direita ao controlo dos meios de comunicação social públicos e privados, com grave dano para a liberdade, a democracia e a vida de cada cidadão
mas Emídio Rangel desperdiça argumentos, razão e oportunidade, exibindo mau senso e mau gosto, mau perder e mau ganhar, má prosa e má criação
pelos leitores do Correio da Manhã e pela ética jornalística, quem critica tem que se dar ao respeito, o que deliberadamente falhou a Emídio Rangel; lamentável ...
2004-10-26
Clara e o contraditório
a título de mera interrogação, pergunto-me se estaremos a deixar progredir (mais) um equívoco, a propósito da vulgarização do conceito de contraditório; talvez por (de)formação jurídica de muit(íssim)os dos intervenientes, sobretudo de entre os mais recentes, após zurzida para lamentar de um Senhor Ministro sobre o monólogo dominical do Senhor Professor Marcelo, creio que se desvirtuou completamente o sentido da antiga (no meu caso, de há anos, mas lembro-me de outros, como por exemplo o Senhor Professor Vital Moreira, já em causa mas na era pré-blogostórica) reclamação ou exigência de contraditório, caindo-se em patente confusão
primeiro, requeria-se contraditório ao Senhor Professor Marcelo por se considerar que estaria em (pré-)campanha eleitoral, para cargo indefinido mas de alta posição no Estado - Primeiro-Ministro, pois foi chefe de partido de poder; Presidente da República, pois que adoptou em tempos atitudes suficientemente ambíguas, no mínimo, para legitimar a atribuição muito generalizada da condição de candidato
ou seja, era a (ex)posição especial de usar de tribuna confundível com tempo de antena encapotado que abria o flanco à exigência de contraditório, para atenuar uma vantagem competitiva desleal de que não beneficiavam outros (pseudo)candidatos, assumidos ou nem por isso; razão porque caía mal o privilégio e se pedia que se dispusesse ao contraditório, tal como aliás se exige a quem exerce o poder
presentemente, a exigência de contraditório vem rotulada em moldes totalmente distintos, exigindo-se-lhe agora por comentar desenfreadamente os episódios dos membros do governo
ora, em política (em direito e sobretudo na prática forense e administrativa, o contraditório tem ainda a ver com a procura de restabelecimento da igualdade de armas entre contendores, enfim, para permitir o confronto, ainda que por vezes só a título formal, de posições e perspectivas diferentes, mas tem também subjacente a ideia de permitir alguma forma de intervenção à parte contra quem é proferida uma acusação, instância, decisão, etc., ou seja, o contraditório é contra a parte mais forte) o contraditório é tipicamente exigível para vigiar, fiscalizar e moderar o exercício do poder - ou seja, há contraditório quando se permitem meios de acção, argumentação e prova contra a posição "oficial" dos titulares do poder, estes por definição dotados de meios de execução e influência
escusado será acrescentar que o contraditório é condição mínima, mas não suficiente, de democracia; e é precisamente por isso que é necessário que a democracia se alimente de contraditório, interpelando os titulares do poder e denunciando o seu exercício abusivo
é para isso que servem os comentadores, os cronistas, os analistas, os editoriais - quer na perspectiva estritamente política, para demonstração da plausibilidade e até justeza ou virtude de soluções alternativas, abordagens diferentes, necessidade de contextualização, etc, quer na perspectiva jurídica, examinando a legalidade e regularidade dos actos em que se traduz os exercício do poder, ou ainda na novel análise e avaliação económica das decisões jurídicas e políticas, obrigando os detentores do poder a justificarem os fundamentos e a racionalidade das suas medidas e opções, ou a arcarem com o ónus da sua ausência ou desproporção
concluindo, creio que em política há contraditório se houver críticos, ainda que se excedam - contra o excesso político basta ao detentor do poder demonstrar a legitimidade política dos seus actos; contra outros excessos há meios adicionais, de direito, desde que merecedores de tutela - e não há contraditório, ainda que haja comentadores e comentários, se não houver críticas ! eis o equívoco !!
se houver livre opinião e crítica, ainda não estamos seguros de que haja democracia; se não houver jornais e jornalistas livres, estamos seguros de que não há democracia
e depois de ver (Eduardo Cintra Torres, no Jornal de Negócios, entre outros) escrito que ia uma santaneta para o Diário de Notícias, fazer o jeito ao Governo, é de louvar a coragem de Clara Ferreira Alves, ao recusar a Direcção do periódico da PT, digo, do Marquês, afirmandio que não é ela quem mais fica a perder ...
espero bem que já me tenhas dito, Clara
primeiro, requeria-se contraditório ao Senhor Professor Marcelo por se considerar que estaria em (pré-)campanha eleitoral, para cargo indefinido mas de alta posição no Estado - Primeiro-Ministro, pois foi chefe de partido de poder; Presidente da República, pois que adoptou em tempos atitudes suficientemente ambíguas, no mínimo, para legitimar a atribuição muito generalizada da condição de candidato
ou seja, era a (ex)posição especial de usar de tribuna confundível com tempo de antena encapotado que abria o flanco à exigência de contraditório, para atenuar uma vantagem competitiva desleal de que não beneficiavam outros (pseudo)candidatos, assumidos ou nem por isso; razão porque caía mal o privilégio e se pedia que se dispusesse ao contraditório, tal como aliás se exige a quem exerce o poder
presentemente, a exigência de contraditório vem rotulada em moldes totalmente distintos, exigindo-se-lhe agora por comentar desenfreadamente os episódios dos membros do governo
ora, em política (em direito e sobretudo na prática forense e administrativa, o contraditório tem ainda a ver com a procura de restabelecimento da igualdade de armas entre contendores, enfim, para permitir o confronto, ainda que por vezes só a título formal, de posições e perspectivas diferentes, mas tem também subjacente a ideia de permitir alguma forma de intervenção à parte contra quem é proferida uma acusação, instância, decisão, etc., ou seja, o contraditório é contra a parte mais forte) o contraditório é tipicamente exigível para vigiar, fiscalizar e moderar o exercício do poder - ou seja, há contraditório quando se permitem meios de acção, argumentação e prova contra a posição "oficial" dos titulares do poder, estes por definição dotados de meios de execução e influência
escusado será acrescentar que o contraditório é condição mínima, mas não suficiente, de democracia; e é precisamente por isso que é necessário que a democracia se alimente de contraditório, interpelando os titulares do poder e denunciando o seu exercício abusivo
é para isso que servem os comentadores, os cronistas, os analistas, os editoriais - quer na perspectiva estritamente política, para demonstração da plausibilidade e até justeza ou virtude de soluções alternativas, abordagens diferentes, necessidade de contextualização, etc, quer na perspectiva jurídica, examinando a legalidade e regularidade dos actos em que se traduz os exercício do poder, ou ainda na novel análise e avaliação económica das decisões jurídicas e políticas, obrigando os detentores do poder a justificarem os fundamentos e a racionalidade das suas medidas e opções, ou a arcarem com o ónus da sua ausência ou desproporção
concluindo, creio que em política há contraditório se houver críticos, ainda que se excedam - contra o excesso político basta ao detentor do poder demonstrar a legitimidade política dos seus actos; contra outros excessos há meios adicionais, de direito, desde que merecedores de tutela - e não há contraditório, ainda que haja comentadores e comentários, se não houver críticas ! eis o equívoco !!
se houver livre opinião e crítica, ainda não estamos seguros de que haja democracia; se não houver jornais e jornalistas livres, estamos seguros de que não há democracia
e depois de ver (Eduardo Cintra Torres, no Jornal de Negócios, entre outros) escrito que ia uma santaneta para o Diário de Notícias, fazer o jeito ao Governo, é de louvar a coragem de Clara Ferreira Alves, ao recusar a Direcção do periódico da PT, digo, do Marquês, afirmandio que não é ela quem mais fica a perder ...
espero bem que já me tenhas dito, Clara
2004-10-18
crónica do solitário
voltou "a" crónica ! ! !
há coisas assim, sejam o que forem ...
para quem se habituou a ler "A casa encantada", esta sexta-feira houve brinde, mesmo se lida só no sábado
sim, está de volta João Bénard da Costa, o da Cinemateca onde se pode perceber que há vida para além da americanalhada que nos enxameia os sucedâneos dos nimas, lá onde se aprende Rhomer, Trufaut, Godard, já para não falar dos mais antigos e também dos americanos que valiam a pena, da cor e poesia mesmo no preto e branco, no mudo, etc., os ciclos, sessões agendadas, horas na bilheteira, a fio, a saborear os programas, ficar para uns debates, discutir tudo até à última nota de vinte, guardada para o último eléctrico da recolha a Santo Amaro, afinal gasta na última imperial ... para o caminho
pois se voltou, agora é ficar com o Público à sexta, para ler quando puder ser, sem dúvida a melhor das nossas crónicas
e temos das boas: logo no mesmo periódico, mais cedo ou mais tarde como quem pisca o olho aos leitores do Diário de Lisboa, "O fio do horizonte" de Eduardo Prado Coelho, o cronista premiado - curiosamente também premiado pelo Inimigo Público, que tem olho; depois, na Xis, Fayza Hayat, a quem alguém que eu cá sei anda a pensar escrever cartas de amor; na Visão, António Lobo Antunes, cada vez mais assumido; o meu irmão angolano José Eduardo Agualusa, na Pública; no DN, que tem perdido os bons, João Céu Silva, à espera de um jardim no bairro do Arco do Cego; Carlos Quevedo, no DNA; o de “La Cancha”, não me lembro agora onde mas que escreve, sobre tudo, sobre a vida, disfarçado na página do futebol; no Expresso, passe o pedantismo, reconheça-se jeito à Pluma Caprichosa, de Clara Ferreira Alves; a genial Clara Pinto Correia, onde quer que escreva; no Jornal de Negócios, Manuel Falcão, este é cá dos blogs n’A Esquina do Rio; n’A Capital, Jacinto Lucas Pires começa a impor-se; e tantos, tantos de outros e de nós, que escrevemos umas vezes bem e outras também, incluindo as crónicas prometidas, que bem que sabem, e as que esperamos, mesmo sem saber se chegam
mas vamos ao jametinhasdito do Bénard: ainda não me passaram os pintores, da luz e das cores; tantos cineastas e escritores, Manuel de Oliveira sempre, Agustina sempre; os palácios de Génova; etc. só para ficar pelos temas mais recentes
e agora cai-nos a Arrábida e perdemo-nos nos trilhos labirínticos das infâncias e das vidas lá feitas, afinal fomos ambientalistas antes de haver ambientalismo – mas, como diz quem sabe muito, entretanto houve distracções – e os caminhos ainda se podem recuperar, que nem tudo arde
é por alguns deles que vamos parar – para tomar balanço, pois então – às memórias do solitário de quem não está nada só mas tem razão em sentir-se, em tantas coisas, solitário
Arrábida adentro, está de volta a melhor crónica do planeta e a partida para o fim de semana já está ganha ! ! !
há coisas assim, sejam o que forem ...
para quem se habituou a ler "A casa encantada", esta sexta-feira houve brinde, mesmo se lida só no sábado
sim, está de volta João Bénard da Costa, o da Cinemateca onde se pode perceber que há vida para além da americanalhada que nos enxameia os sucedâneos dos nimas, lá onde se aprende Rhomer, Trufaut, Godard, já para não falar dos mais antigos e também dos americanos que valiam a pena, da cor e poesia mesmo no preto e branco, no mudo, etc., os ciclos, sessões agendadas, horas na bilheteira, a fio, a saborear os programas, ficar para uns debates, discutir tudo até à última nota de vinte, guardada para o último eléctrico da recolha a Santo Amaro, afinal gasta na última imperial ... para o caminho
pois se voltou, agora é ficar com o Público à sexta, para ler quando puder ser, sem dúvida a melhor das nossas crónicas
e temos das boas: logo no mesmo periódico, mais cedo ou mais tarde como quem pisca o olho aos leitores do Diário de Lisboa, "O fio do horizonte" de Eduardo Prado Coelho, o cronista premiado - curiosamente também premiado pelo Inimigo Público, que tem olho; depois, na Xis, Fayza Hayat, a quem alguém que eu cá sei anda a pensar escrever cartas de amor; na Visão, António Lobo Antunes, cada vez mais assumido; o meu irmão angolano José Eduardo Agualusa, na Pública; no DN, que tem perdido os bons, João Céu Silva, à espera de um jardim no bairro do Arco do Cego; Carlos Quevedo, no DNA; o de “La Cancha”, não me lembro agora onde mas que escreve, sobre tudo, sobre a vida, disfarçado na página do futebol; no Expresso, passe o pedantismo, reconheça-se jeito à Pluma Caprichosa, de Clara Ferreira Alves; a genial Clara Pinto Correia, onde quer que escreva; no Jornal de Negócios, Manuel Falcão, este é cá dos blogs n’A Esquina do Rio; n’A Capital, Jacinto Lucas Pires começa a impor-se; e tantos, tantos de outros e de nós, que escrevemos umas vezes bem e outras também, incluindo as crónicas prometidas, que bem que sabem, e as que esperamos, mesmo sem saber se chegam
mas vamos ao jametinhasdito do Bénard: ainda não me passaram os pintores, da luz e das cores; tantos cineastas e escritores, Manuel de Oliveira sempre, Agustina sempre; os palácios de Génova; etc. só para ficar pelos temas mais recentes
e agora cai-nos a Arrábida e perdemo-nos nos trilhos labirínticos das infâncias e das vidas lá feitas, afinal fomos ambientalistas antes de haver ambientalismo – mas, como diz quem sabe muito, entretanto houve distracções – e os caminhos ainda se podem recuperar, que nem tudo arde
é por alguns deles que vamos parar – para tomar balanço, pois então – às memórias do solitário de quem não está nada só mas tem razão em sentir-se, em tantas coisas, solitário
Arrábida adentro, está de volta a melhor crónica do planeta e a partida para o fim de semana já está ganha ! ! !
2004-10-17
Sabem o que é lenha ?
a caminho de um promissor fim de semana rural, o SMS dizia: sigam A6 até saída Estremoz, direcção Portalegre, na rotunda NÃO virar p/ Sousel, continuar estrada p/ Portalegre, virar esquerda indicação Santo Amaro, logo direita Monte Novo da Courela
quem cumpriu mais ou menos, na Aldeia teve que perguntar; respondeu um ancião, de gesto largo: é seguir p’ra diante e depois virar à direita além onde está um monte de lenha ...
suspensos gesto e viajantes, o ancião indagou: sabem o que é lenha ?
jámetinhasdito ó Compadre ! ! !
depois foi pousar malas, calçar botas, tratar cavalos, conduzir gado, marcar bezerros e almoçar às tantas, depois de paragens técnicas nas redondezas a provar ensopado e febras
mas lá se arranjou maneira de encaixar uma sopinha, umas migas (de pão e de puré) e um segredo à base de pêras em leite condensado ...
depois da sesta, volteio numa égua de paciência infinita e outros passeios que tais, até à recolha junto à lareira generosa e acolhedora
à janta, orelhas de entrada, frango de tomate, carnes alentejanas e doces conventuais para amparar uma bela noite de fado, em oração, com um João Paulo profissional (veio de Vendas Novas !) e outro amador, além de voluntários vários que foram adiando o final do serão
ah ! as fatias douradas ao pequeno almoço ...
quem cumpriu mais ou menos, na Aldeia teve que perguntar; respondeu um ancião, de gesto largo: é seguir p’ra diante e depois virar à direita além onde está um monte de lenha ...
suspensos gesto e viajantes, o ancião indagou: sabem o que é lenha ?
jámetinhasdito ó Compadre ! ! !
depois foi pousar malas, calçar botas, tratar cavalos, conduzir gado, marcar bezerros e almoçar às tantas, depois de paragens técnicas nas redondezas a provar ensopado e febras
mas lá se arranjou maneira de encaixar uma sopinha, umas migas (de pão e de puré) e um segredo à base de pêras em leite condensado ...
depois da sesta, volteio numa égua de paciência infinita e outros passeios que tais, até à recolha junto à lareira generosa e acolhedora
à janta, orelhas de entrada, frango de tomate, carnes alentejanas e doces conventuais para amparar uma bela noite de fado, em oração, com um João Paulo profissional (veio de Vendas Novas !) e outro amador, além de voluntários vários que foram adiando o final do serão
ah ! as fatias douradas ao pequeno almoço ...
2004-10-10
o que diz Moniz ?
nada
um nada que é algo
ou seja, um nada que não o é
é o preço a pagar, diz Moniz
é a digressão, à falta de argumento
é a invocação de autoridade sem motivação
a convocada independência, se lá estivesse, viria a terreiro e dispensaria auto-proclamação
segundo Moniz, os jornalistas da TVI são independentes porque sim
porque é que não se nota ?
nada, diz
jametinhasdito
um nada que é algo
ou seja, um nada que não o é
é o preço a pagar, diz Moniz
é a digressão, à falta de argumento
é a invocação de autoridade sem motivação
a convocada independência, se lá estivesse, viria a terreiro e dispensaria auto-proclamação
segundo Moniz, os jornalistas da TVI são independentes porque sim
porque é que não se nota ?
nada, diz
jametinhasdito
2004-10-09
Plantar a paz
Wangari Maathai, cientista e governante queniana, ontem laureada com o Prémio Nobel da Paz, luta desde há décadas por causas antigas, hoje designadas genericamente por “sustentabilidade”.
É o próprio desenvolvimento sustentável que é nomeado, com a coincidência feliz do reconhecimento de uma mulher africana que de há muito e laboriosamente vem desenvolvendo uma intensa luta pela preservação da biodiversidade como pressuposto de melhores condições de vida para os africanos, em especial para as mulheres africanas, visando o equilíbrio do planeta em geral mas com aposta clara na viabilidade ecológica, cultural e económica.
Nessa luta, Wangari tem combatido nos planos científico, social e político, na oposição e no poder, permanecendo em campanha pelos direitos humanos e por um Monte Quénia verdejante, semeando a paz em cada árvore plantada para transmitir um mundo condigno às novas e futuras gerações.
Mais mulheres: o Nobel da Paz, em 2003, tinha sido atribuído a uma advogada iraniana, Shirin Ebadi; também ontem, o Nobel da Literatura premiou a romancista e dramaturga austríaca Elfriede Jelinek.
Sem feminismos, vai um jametinhasdito contra a prepotência patriarcal que – em muitas sociedades, actualissimamente – além do mais vem destruindo o mundo e o ameaça, rarefazendo os bens naturais e promovendo a barbárie em sua disputa, comprometendo o presente e o futuro da humanidade e do acesso universal a uma vida culta, pacífica e fraterna.
África, Mulher, Árvore, Paz ... é um sonho !!! mas será só ilusão ? será demais sonhar o sonho a perdurar ?
É o próprio desenvolvimento sustentável que é nomeado, com a coincidência feliz do reconhecimento de uma mulher africana que de há muito e laboriosamente vem desenvolvendo uma intensa luta pela preservação da biodiversidade como pressuposto de melhores condições de vida para os africanos, em especial para as mulheres africanas, visando o equilíbrio do planeta em geral mas com aposta clara na viabilidade ecológica, cultural e económica.
Nessa luta, Wangari tem combatido nos planos científico, social e político, na oposição e no poder, permanecendo em campanha pelos direitos humanos e por um Monte Quénia verdejante, semeando a paz em cada árvore plantada para transmitir um mundo condigno às novas e futuras gerações.
Mais mulheres: o Nobel da Paz, em 2003, tinha sido atribuído a uma advogada iraniana, Shirin Ebadi; também ontem, o Nobel da Literatura premiou a romancista e dramaturga austríaca Elfriede Jelinek.
Sem feminismos, vai um jametinhasdito contra a prepotência patriarcal que – em muitas sociedades, actualissimamente – além do mais vem destruindo o mundo e o ameaça, rarefazendo os bens naturais e promovendo a barbárie em sua disputa, comprometendo o presente e o futuro da humanidade e do acesso universal a uma vida culta, pacífica e fraterna.
África, Mulher, Árvore, Paz ... é um sonho !!! mas será só ilusão ? será demais sonhar o sonho a perdurar ?
2004-10-08
Extraordinária Assembleia
António Modesto Navarro, Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa (Telefone: 218 435 130, Fax: 218 465 039)
, convoca uma sessão extraordinária para o dia 12 de Outubro de 2004, pelas 15.00 horas, no Forum Lisboa, à Avenida de Roma, 14, para apreciação do Estudo de Impacto Ambiental do Túúúúúnel do Marquês.
Certo ?
Bem, o aviso esclarece, com sublinhados próprios, que a reunião não terá período de "Intervenção do Público”, nem período de “Antes da ordem do dia”.
Tá claro ?
Ó jámetinhamdito ?
, convoca uma sessão extraordinária para o dia 12 de Outubro de 2004, pelas 15.00 horas, no Forum Lisboa, à Avenida de Roma, 14, para apreciação do Estudo de Impacto Ambiental do Túúúúúnel do Marquês.
Certo ?
Bem, o aviso esclarece, com sublinhados próprios, que a reunião não terá período de "Intervenção do Público”, nem período de “Antes da ordem do dia”.
Tá claro ?
Ó jámetinhamdito ?
2004-10-06
descer à terra
cantigamente
(ou nem tanto)
ainda há dias blogava a respeito de crítica do Prof. Jorge Bacela Gouveia à crítica dominical do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa; curiosamente, no dia seguinte Miguel Sousa Tavares, no Público, explorou também o tema...
entretanto, a incomodidade de sectores ligados ao actual Governo foi crescendo e recrudescendo, com as correspondentes manifestações
ontem reparei que o Prof. Marcelo rebelo de Sousa saíu a terreiro, devagarinho, a dizer que só comentava aos domingos, no tempo de antena habitual pago pela TVI
- que não senhor, não saía !! pois afinal saíu ...
jámetinhasdito, oh Prof. Marcelo
mas já se está por aí a ouvir "volta Marcelo"
se era falta de contraditório, agora falta o ditório, falta o contra, falta tudo ...
cá para o Ditos, o regresso de Marcelo à terra faz lembrar o bilhete só de ida que o "Expresso há uns anos ofereceu a João Carreira Bom
há perigo na esquina, avisava Elis Regina !!?
(ou nem tanto)
ainda há dias blogava a respeito de crítica do Prof. Jorge Bacela Gouveia à crítica dominical do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa; curiosamente, no dia seguinte Miguel Sousa Tavares, no Público, explorou também o tema...
entretanto, a incomodidade de sectores ligados ao actual Governo foi crescendo e recrudescendo, com as correspondentes manifestações
ontem reparei que o Prof. Marcelo rebelo de Sousa saíu a terreiro, devagarinho, a dizer que só comentava aos domingos, no tempo de antena habitual pago pela TVI
- que não senhor, não saía !! pois afinal saíu ...
jámetinhasdito, oh Prof. Marcelo
mas já se está por aí a ouvir "volta Marcelo"
se era falta de contraditório, agora falta o ditório, falta o contra, falta tudo ...
cá para o Ditos, o regresso de Marcelo à terra faz lembrar o bilhete só de ida que o "Expresso há uns anos ofereceu a João Carreira Bom
há perigo na esquina, avisava Elis Regina !!?
habemus capital
é 5 de Outubro e folga-se; antes do pequeno almoço, estira-se a vista pela jornalama espraiada sobre a banca; nesta, destaca-se A Capital; porquê ? porque interessa; e é assim que se compra um jornal, por apresentar assuntos de interesse !
com efeito, por entre a massa das primeiras páginas matinais, que as que tentam captar e retribuir o olhar e a atenção do possível comprador, sai n’A Capital a renúncia de Carlos Carvalhas
os outros, nada ...
mesmo o publico.pt, só às duas da tarde deu pelo caso
por esta e por outras, reparo agora que de há tempos para cá compro A Capital bem mais do que esporadicamente; e vejamos, só p‘ra deitar o dente à edição de hoje: além da antecipação e do destaque em si, o tratamento dado, no conjunto do editorial e do tratamento noticioso, afigura-se bem temperado, o q.b. de cozedura e condimento, dá voz às diversas sensibilidades e afinidades do PCP, faz algum malabarismo para despistar a fonte, como convém, mas de leitura directa o suficiente e mais não faz falta, ou seja, temos Capital
já agora, acrescente-se o grafismo equilibrado, sem carrossel, a boa apresentação das notícias e das análises, bons cronistas, do senior Appio Sottomayor ao júnior cada vez mais apessoado Jacinto Lucas Pires, entre outros; a bela secção blogosférica; a magnífica secção de cultura; o desporto em bom plano, sem correrias, como é exemplo a análise objectiva, sensata e isenta na denúncia da arbitragem prejudicial ao Belenenses, onde é que eu já vi isto (!) incluindo uma interessante página de xadrez – sim, no desporto, além do problema de xadrez na secção de passatempos;
as páginas parecem arrumadas, sem amálgamas, dá gosto ver – uma página, um assunto, com desenvolvimento adequado; dou um exemplo: a secção Mundo tem uma página sobre o Nobel da Medicina, lá se diz que uns cientistas andaram a cheirar o olfacto e ajudaram a compreender e a explicar o processo genético e cerebral de identificação dos cheiros, processo que nos individualiza, afinal uma defesa da natureza em busca de assegurar a sobrevivência, através da ... biodiversidade ! onde é que já ouvimos isto ? bem, estas descobertas científicas também ajudam a superar problemas médicos, daí também a atribuição do prémio e respectivos milhões
enfim, um jornal que tem notícias (o que não sucede a todos, hoje em dia sabe-se tudo primeiro pela rádio, televisão e internet) e análises, temas de investigação - as "famílias", bem estruturado e actualíssimo, com informação e interrogações: há uma nova sociedade por força da evolução do conceito de família, há aspectos práticos e jurídicos relevantes, sociais e individuais, há novos "valores" ou "falta de valores" ? - tudo com conta, peso e medida, é assim que um jornal tem interesse
jametinhas dito, ó Capital
com efeito, por entre a massa das primeiras páginas matinais, que as que tentam captar e retribuir o olhar e a atenção do possível comprador, sai n’A Capital a renúncia de Carlos Carvalhas
os outros, nada ...
mesmo o publico.pt, só às duas da tarde deu pelo caso
por esta e por outras, reparo agora que de há tempos para cá compro A Capital bem mais do que esporadicamente; e vejamos, só p‘ra deitar o dente à edição de hoje: além da antecipação e do destaque em si, o tratamento dado, no conjunto do editorial e do tratamento noticioso, afigura-se bem temperado, o q.b. de cozedura e condimento, dá voz às diversas sensibilidades e afinidades do PCP, faz algum malabarismo para despistar a fonte, como convém, mas de leitura directa o suficiente e mais não faz falta, ou seja, temos Capital
já agora, acrescente-se o grafismo equilibrado, sem carrossel, a boa apresentação das notícias e das análises, bons cronistas, do senior Appio Sottomayor ao júnior cada vez mais apessoado Jacinto Lucas Pires, entre outros; a bela secção blogosférica; a magnífica secção de cultura; o desporto em bom plano, sem correrias, como é exemplo a análise objectiva, sensata e isenta na denúncia da arbitragem prejudicial ao Belenenses, onde é que eu já vi isto (!) incluindo uma interessante página de xadrez – sim, no desporto, além do problema de xadrez na secção de passatempos;
as páginas parecem arrumadas, sem amálgamas, dá gosto ver – uma página, um assunto, com desenvolvimento adequado; dou um exemplo: a secção Mundo tem uma página sobre o Nobel da Medicina, lá se diz que uns cientistas andaram a cheirar o olfacto e ajudaram a compreender e a explicar o processo genético e cerebral de identificação dos cheiros, processo que nos individualiza, afinal uma defesa da natureza em busca de assegurar a sobrevivência, através da ... biodiversidade ! onde é que já ouvimos isto ? bem, estas descobertas científicas também ajudam a superar problemas médicos, daí também a atribuição do prémio e respectivos milhões
enfim, um jornal que tem notícias (o que não sucede a todos, hoje em dia sabe-se tudo primeiro pela rádio, televisão e internet) e análises, temas de investigação - as "famílias", bem estruturado e actualíssimo, com informação e interrogações: há uma nova sociedade por força da evolução do conceito de família, há aspectos práticos e jurídicos relevantes, sociais e individuais, há novos "valores" ou "falta de valores" ? - tudo com conta, peso e medida, é assim que um jornal tem interesse
jametinhas dito, ó Capital
2004-09-24
Comentário a comentário(*) de falta de comentário ao comentário de comentadores ... não é muita comentadoria ???
Subtítulo: o Ditos roeu a página 9 do DN de 22 de Setembro
(*) Eu cá não consigo aceder via net mas supostamente deveria aparecer em: http://dn.sapo.pt/cronica/mostra_cronica.asp?codCronica=8062&codEdicao=1243#top
Em suculentas crónicas - “A torto e a direito” - semanais, o Prof. Dr. Jorge Bacelar Gouveia, tem oferecido aos leitores do DN muita opinião que me parece bastante mais de direita que de torta (há uns anos havia no DE, isso sim, uma crónica “A torto e a direito”, esta bem mais a torto... de António Almeida, antes do London Smile, que acabou com o L no coração) e nesta edição (ainda ontem, eh eh) atacou o comentador Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.
É que aos domingos, diz, “está em causa um trend de crítica subliminar ...” aos governos de Durão Barroso e Santana Lopes; e explica os respectivos porquês e inconvenientes, que para aqui pouco interessa, por agora ...
Ora, então o que interessa agora ?
Podia começar-se pelo título, muito mais genérico que subliminar: a pretexto da indagação “Quem comenta os comentadores ?”, o cronista exprime-se exclusivamente sobre um comentador. De tão genérico título a tão específico alvo vai uma insanável contradição, sinto.
Podia continuar-se seguindo o intróito da crónica: que a opinião pública se rende acriticamente aos profissionais do comentário (da crónica ?) o que é um “mau hábito” susceptível de degradar “a qualidade da nossa Democracia” nesta matéria.
Direi que nunca me rendi acriticamente aos comentadores, dos mais variados painéis, e que nunca senti que tal tenha ocorrido a algum sector da sociedade ou da opinião pública. Em claro exemplo contrário, veja-se como os comentadores se comentam uns aos outros, assiduamente, muitas vezes com demasiada simultaneidade e veemência, outras na recíproca e tabelar continuidade de referências com que recheiam (e até alimentam) as respectivas crónicas e comentários; para mais no caso concreto do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa há muitos anos que lhe invectivam a florentina intervenção como “opinion maker”, mesmo antes da prédica familiar dominical paga pela TVI.
Por outro lado, como esquecer as denúncias e os ataques aos comentadores “paineleiros”, quer de sectores meramente boçais quer da nata intelectual e que em nada impediu a progressiva ascensão individual, social e política de tão comentados comentadores ...
Lembro-me até de deliciosos ensaios sobre os denominados “totalistas”, pertencentes à variante de comentadores que se reclamam, mais do que generalistas, autênticos especialistas de todas as especialidades !
Voltemos então ao problema de fundo, indentificando-se as “normas fundamentais” / “regras mais elementares” / fundamentais regras” a que, afinal, desobedece “o comentário político – mas também os outros tipos de comentário”. Bem vistas as coisas a crónica em análise só indica uma: a “isenção dos comentadores”.
Ora, o comentário é servido, valorizados e favorecido muito pela especial posição de cada comentador relativamente ao tema comentado. A isenção é excelente para o bom exercício das funções de juiz, de árbitro e, em geral, de quem exerce o poder. A quem comenta e critica pede-se que saiba do que está a falar, de preferência que nos informe de que ponto de vista parte ou está associado, que interesses defende, etc. Impróprio é que se reivindique isento quando é parte. Quando permita, favoreça ou se aproveite da ambiguidade, incerteza ou desconhecimento do campo em que se posiciona. Há comentadores de todos os clubes, empresas, religiões e partidos. O seu contributo é avançar com perspectivas e argumentos que nos elucidem dos factos e da sua avaliação, com a refutação de argumentos contrários, com a denúncia de abusos de direito ou de poder, que nos enriqueçam com o que sabem e com o que pensam. Para melhor formarmos opinião, para se criticar melhor, mais informadamente, com recurso a raciocínios mais elaborados, fundamentados e claros.
Nã, a isenção não é requisito para comentar. Também nesta crónica, Prof. Jorge Bacelar Gouveia defende o poder, sem argumento convincente.
E ... com isenção ?. No mesmo jornal, duas páginas antes, o DN dá conta de que o Prof. Jorge Bacelar Gouveia será eleito Presidente do “Conselho de Fiscalização (CF) dos Serviços de Informações, vulgo secretas.”
Escreve o DN que o Prof. Jorge “Bacelar Gouveia (...) já foi membro do Conselho de Jurisdição do PSD e é, de há muito, politicamente próximo de Santana Lopes.” Sendo inquestionável a competência académica e profissional do Prof. Jorge Bacelar Gouveia, nenhuma isenção pode invocar para defender o poder ou atacar os críticos do poder.
Pode invocar factos e argumentos, ciência e opinião, mas não isenção.
De todo o modo, a isenção de um comentador não é precisa - a menos que o próprio a invoque em seu benefício ou a tente exigir aos demais, como é o caso. Jámetinhamdito!
Ah ! O Prof. Jorge Bacelar Gouveia está forrado de razão quanto à inacreditável "falta de contraditório" de tão gigantesco tempo de antena de que goza o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, embora a careca, há muito descoberta, esteja à vista de todos, sendo tal crítica generalizada e velhinha como a Sé de Braga, eh eh
Enfim, aproveitando a ocasião deste modesto comentário, então não se vê que esta página 9 do DN de quarta-feira 22 de Setembro está de feição, justamente no que toca a isenção ?
Acima do jametinhasdito comentário do Prof. Jorge Bacelar Gouveia, há “As quartadas”, de Vasco Graça Moura, e “Linhas direitas”, de Luís Delagado, que também merecem leitura atenta e proveitosa.
No conjunto, esta excelente página direita deve ser das páginas mais inclinadas da imprensa portuguesa, enfim, da que frequento.
Vejamos: na primeira, Vasco (o da) Graça Moura - reputado por muitas reconhecidas qualidades, profissionais, políticas e literárias (as que prefiro) mas também por ser, enquanto comentador, mais cavaquista que Cavaco – transpira sofrimento e auto-violentação na glosa sobre “Embandeirar em barco”. É que deve custar-lhe muito defender a actual política avestruzenta de humilhar, martirizar e criminalizar as mulheres, degradando arriscadamente as condições em que se praticam abortos. Tanto que não o defende, antes atacando, aliás habilmente, o espalhafato e aproveitamento abusivo da embarcação abortiva de importação. Com o honesto reconhecimento “de que a mulher grávida deve poder decidir em sua consciência nessa delicada questão”.
Ainda mais à direita, Luís Delgado, jornalista, bate forte nas atrapalhações do Governo, causadoras de “natural ansiedade e tensão” na problemática das listagens de professores. E lá dá a sua listagem de averiguações a empreender.
Impõe-se um jámetinhadito final - com tanta direita a bater (de criar bicho) em tanta direita, é caso para perguntar: onde pára a esquerda ?
(*) Eu cá não consigo aceder via net mas supostamente deveria aparecer em: http://dn.sapo.pt/cronica/mostra_cronica.asp?codCronica=8062&codEdicao=1243#top
Em suculentas crónicas - “A torto e a direito” - semanais, o Prof. Dr. Jorge Bacelar Gouveia, tem oferecido aos leitores do DN muita opinião que me parece bastante mais de direita que de torta (há uns anos havia no DE, isso sim, uma crónica “A torto e a direito”, esta bem mais a torto... de António Almeida, antes do London Smile, que acabou com o L no coração) e nesta edição (ainda ontem, eh eh) atacou o comentador Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.
É que aos domingos, diz, “está em causa um trend de crítica subliminar ...” aos governos de Durão Barroso e Santana Lopes; e explica os respectivos porquês e inconvenientes, que para aqui pouco interessa, por agora ...
Ora, então o que interessa agora ?
Podia começar-se pelo título, muito mais genérico que subliminar: a pretexto da indagação “Quem comenta os comentadores ?”, o cronista exprime-se exclusivamente sobre um comentador. De tão genérico título a tão específico alvo vai uma insanável contradição, sinto.
Podia continuar-se seguindo o intróito da crónica: que a opinião pública se rende acriticamente aos profissionais do comentário (da crónica ?) o que é um “mau hábito” susceptível de degradar “a qualidade da nossa Democracia” nesta matéria.
Direi que nunca me rendi acriticamente aos comentadores, dos mais variados painéis, e que nunca senti que tal tenha ocorrido a algum sector da sociedade ou da opinião pública. Em claro exemplo contrário, veja-se como os comentadores se comentam uns aos outros, assiduamente, muitas vezes com demasiada simultaneidade e veemência, outras na recíproca e tabelar continuidade de referências com que recheiam (e até alimentam) as respectivas crónicas e comentários; para mais no caso concreto do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa há muitos anos que lhe invectivam a florentina intervenção como “opinion maker”, mesmo antes da prédica familiar dominical paga pela TVI.
Por outro lado, como esquecer as denúncias e os ataques aos comentadores “paineleiros”, quer de sectores meramente boçais quer da nata intelectual e que em nada impediu a progressiva ascensão individual, social e política de tão comentados comentadores ...
Lembro-me até de deliciosos ensaios sobre os denominados “totalistas”, pertencentes à variante de comentadores que se reclamam, mais do que generalistas, autênticos especialistas de todas as especialidades !
Voltemos então ao problema de fundo, indentificando-se as “normas fundamentais” / “regras mais elementares” / fundamentais regras” a que, afinal, desobedece “o comentário político – mas também os outros tipos de comentário”. Bem vistas as coisas a crónica em análise só indica uma: a “isenção dos comentadores”.
Ora, o comentário é servido, valorizados e favorecido muito pela especial posição de cada comentador relativamente ao tema comentado. A isenção é excelente para o bom exercício das funções de juiz, de árbitro e, em geral, de quem exerce o poder. A quem comenta e critica pede-se que saiba do que está a falar, de preferência que nos informe de que ponto de vista parte ou está associado, que interesses defende, etc. Impróprio é que se reivindique isento quando é parte. Quando permita, favoreça ou se aproveite da ambiguidade, incerteza ou desconhecimento do campo em que se posiciona. Há comentadores de todos os clubes, empresas, religiões e partidos. O seu contributo é avançar com perspectivas e argumentos que nos elucidem dos factos e da sua avaliação, com a refutação de argumentos contrários, com a denúncia de abusos de direito ou de poder, que nos enriqueçam com o que sabem e com o que pensam. Para melhor formarmos opinião, para se criticar melhor, mais informadamente, com recurso a raciocínios mais elaborados, fundamentados e claros.
Nã, a isenção não é requisito para comentar. Também nesta crónica, Prof. Jorge Bacelar Gouveia defende o poder, sem argumento convincente.
E ... com isenção ?. No mesmo jornal, duas páginas antes, o DN dá conta de que o Prof. Jorge Bacelar Gouveia será eleito Presidente do “Conselho de Fiscalização (CF) dos Serviços de Informações, vulgo secretas.”
Escreve o DN que o Prof. Jorge “Bacelar Gouveia (...) já foi membro do Conselho de Jurisdição do PSD e é, de há muito, politicamente próximo de Santana Lopes.” Sendo inquestionável a competência académica e profissional do Prof. Jorge Bacelar Gouveia, nenhuma isenção pode invocar para defender o poder ou atacar os críticos do poder.
Pode invocar factos e argumentos, ciência e opinião, mas não isenção.
De todo o modo, a isenção de um comentador não é precisa - a menos que o próprio a invoque em seu benefício ou a tente exigir aos demais, como é o caso. Jámetinhamdito!
Ah ! O Prof. Jorge Bacelar Gouveia está forrado de razão quanto à inacreditável "falta de contraditório" de tão gigantesco tempo de antena de que goza o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, embora a careca, há muito descoberta, esteja à vista de todos, sendo tal crítica generalizada e velhinha como a Sé de Braga, eh eh
Enfim, aproveitando a ocasião deste modesto comentário, então não se vê que esta página 9 do DN de quarta-feira 22 de Setembro está de feição, justamente no que toca a isenção ?
Acima do jametinhasdito comentário do Prof. Jorge Bacelar Gouveia, há “As quartadas”, de Vasco Graça Moura, e “Linhas direitas”, de Luís Delagado, que também merecem leitura atenta e proveitosa.
No conjunto, esta excelente página direita deve ser das páginas mais inclinadas da imprensa portuguesa, enfim, da que frequento.
Vejamos: na primeira, Vasco (o da) Graça Moura - reputado por muitas reconhecidas qualidades, profissionais, políticas e literárias (as que prefiro) mas também por ser, enquanto comentador, mais cavaquista que Cavaco – transpira sofrimento e auto-violentação na glosa sobre “Embandeirar em barco”. É que deve custar-lhe muito defender a actual política avestruzenta de humilhar, martirizar e criminalizar as mulheres, degradando arriscadamente as condições em que se praticam abortos. Tanto que não o defende, antes atacando, aliás habilmente, o espalhafato e aproveitamento abusivo da embarcação abortiva de importação. Com o honesto reconhecimento “de que a mulher grávida deve poder decidir em sua consciência nessa delicada questão”.
Ainda mais à direita, Luís Delgado, jornalista, bate forte nas atrapalhações do Governo, causadoras de “natural ansiedade e tensão” na problemática das listagens de professores. E lá dá a sua listagem de averiguações a empreender.
Impõe-se um jámetinhadito final - com tanta direita a bater (de criar bicho) em tanta direita, é caso para perguntar: onde pára a esquerda ?
2004-09-08
televisão, não ! obrigado ...
Afirma Peres:
"A televisão está ensopada em sangue
Caros amigos,
Devem lembrar-se do tempo em que a televisão era uma caixa mágica e uma janela para o maravilhoso, que nos proporcionava momentos únicos de deleite e prazer. Uma fresta por onde se espreitava a infinidade do mundo. Era, também, um elo de ligação entre os lugares mais remotos da Terra, uma afirmação de que, sendo diferentes, pertencíamos todos ao mesmo mundo. Era, igualmente, uma ponte que esbatia as diferenças e aproximava as pessoas.
Hoje, a televisão é um instrumento ao serviço do terror. Salvaguardando as pequenas excepções (que ainda vão existindo), a televisão tem como fim chocar e aterrorizar as pessoas. A notícia já deixou há muito de ser um facto tratado com o rigor e o distanciamento crítico que se exige, para passar a ser um produto mediático de exploração dos mais baixos instintos da condição humana. Não basta dar a notícia, agora, o que impera, é a exposição da mais deplorável miséria humana. A exploração, até ao limite do absurdo, dos sentimentos mais íntimos dos seres humanos.
Esta banalização do horror, que ensopa diariamente de sangue a televisão, está a criar uma visão do mundo dantesca, funesta e cruel. Parece que o mundo acorda diariamente com a preocupação única de matar, mutilar e violar.
Recuso-me a aceitar o mundo que a televisão nos mete pelos olhos dentro. Recuso-me a ficar refém da brutalidade mediática que por lá impera. A vida não é aquilo que a televisão nos vende diariamente: os atentados, os sequestros, as mortes na estrada, a violência doméstica, a pedofilia, a corrupção, o roubo, os atentados à vida e à dignidade das pessoas...
Isso é o lado negro da vida, que existe, é verdade, e sempre existiu. Mas uma coisa é a existência do mal e outra, bem diferente, é a promoção descarada, disfarçada de facto noticioso, que faz sobressair apenas aquilo que não presta, em detrimento daquilo que é positivo e faz avançar o mundo de forma positiva e harmoniosa.
Estamos nas mãos de gente sem escrúpulos que vende, sem pudor, com fins que não se vislumbram, o mais abominável dos produtos: a miséria humana.
Infelizmente, deixei de gostar da televisão: está ensopada em sangue.
Um abraço
Salvador Peres"
ora blogo:
Viva, caro amigo Salvador
o teu lamento é certeiro e o alvo está tão ensopado que bem merece a nossa crítica lúcida, protesto a condizer e, para além de alertar, sensibilizar, divulgar e reivindicar, tomar uma atitude defensiva: impõe-se a drástica auto-moderação do consumo, em extensão do que já fazemos para a protecção das crianças !
durante as últimas 3 semanas praticamente não vi televisão, andei mesmo 15 dias sem usar os óculos
agora de regresso a casa, já papei um jogo de futebol e algum noticiário eivado do comércio sanguinolento que denuncias
mas estou a tentar manter a média o mais próximo possível de zero horas de TV por dia, é o meu objectivo, enquanto puder ...
para a tua mensagem vai pois toda a minha compreensão e aplauso, ou seja, um magnificente jametinhasdito !
para ti, um forte abraço amigo
"A televisão está ensopada em sangue
Caros amigos,
Devem lembrar-se do tempo em que a televisão era uma caixa mágica e uma janela para o maravilhoso, que nos proporcionava momentos únicos de deleite e prazer. Uma fresta por onde se espreitava a infinidade do mundo. Era, também, um elo de ligação entre os lugares mais remotos da Terra, uma afirmação de que, sendo diferentes, pertencíamos todos ao mesmo mundo. Era, igualmente, uma ponte que esbatia as diferenças e aproximava as pessoas.
Hoje, a televisão é um instrumento ao serviço do terror. Salvaguardando as pequenas excepções (que ainda vão existindo), a televisão tem como fim chocar e aterrorizar as pessoas. A notícia já deixou há muito de ser um facto tratado com o rigor e o distanciamento crítico que se exige, para passar a ser um produto mediático de exploração dos mais baixos instintos da condição humana. Não basta dar a notícia, agora, o que impera, é a exposição da mais deplorável miséria humana. A exploração, até ao limite do absurdo, dos sentimentos mais íntimos dos seres humanos.
Esta banalização do horror, que ensopa diariamente de sangue a televisão, está a criar uma visão do mundo dantesca, funesta e cruel. Parece que o mundo acorda diariamente com a preocupação única de matar, mutilar e violar.
Recuso-me a aceitar o mundo que a televisão nos mete pelos olhos dentro. Recuso-me a ficar refém da brutalidade mediática que por lá impera. A vida não é aquilo que a televisão nos vende diariamente: os atentados, os sequestros, as mortes na estrada, a violência doméstica, a pedofilia, a corrupção, o roubo, os atentados à vida e à dignidade das pessoas...
Isso é o lado negro da vida, que existe, é verdade, e sempre existiu. Mas uma coisa é a existência do mal e outra, bem diferente, é a promoção descarada, disfarçada de facto noticioso, que faz sobressair apenas aquilo que não presta, em detrimento daquilo que é positivo e faz avançar o mundo de forma positiva e harmoniosa.
Estamos nas mãos de gente sem escrúpulos que vende, sem pudor, com fins que não se vislumbram, o mais abominável dos produtos: a miséria humana.
Infelizmente, deixei de gostar da televisão: está ensopada em sangue.
Um abraço
Salvador Peres"
ora blogo:
Viva, caro amigo Salvador
o teu lamento é certeiro e o alvo está tão ensopado que bem merece a nossa crítica lúcida, protesto a condizer e, para além de alertar, sensibilizar, divulgar e reivindicar, tomar uma atitude defensiva: impõe-se a drástica auto-moderação do consumo, em extensão do que já fazemos para a protecção das crianças !
durante as últimas 3 semanas praticamente não vi televisão, andei mesmo 15 dias sem usar os óculos
agora de regresso a casa, já papei um jogo de futebol e algum noticiário eivado do comércio sanguinolento que denuncias
mas estou a tentar manter a média o mais próximo possível de zero horas de TV por dia, é o meu objectivo, enquanto puder ...
para a tua mensagem vai pois toda a minha compreensão e aplauso, ou seja, um magnificente jametinhasdito !
para ti, um forte abraço amigo
2004-08-08
para um deus anunciado
vai daí, a meio de mais uma excelente Crónica, desta feita para Tomar, na revista Visão de 5 de Agosto (sim, é uma nota de actualidade!) o bom do nosso ex-futuro purenquantomente não candiadato a Nobel, António, o dos Lobo Antunes, acaba com o tempo de uma personagenzita por sinal inextinguível mas que dá um jeitão às crónicas e aos contos e aos romances como um chifre partido de um bibelot de louça que as casas (não é sempre a mesma ?) da(?)s história(?)s deste Lobo da guerra colonial que ainda grassa – e bem – na literatura lusa
e diz: “..., minha senhora, o seu tempo acabou. Não se zangue comigo, não tenho culpa, as leis da vida, compreende: o seu tempo acabou. Vai seguir mais um bocado na minha prosa e depois acaba igualmente....”
ora, o naco está – também merecia glosa o “Não se zangue comigo, não tenho culpa”, dá excessiva importância ao narrador, não é ? e não é só por menorizar a personagem, isso poderia bem ser uma técnica literária, há muito quem se empolgue com isso; é que estabelece um confronto pessoal entre a personagem e o narrador, como se este fizesse afinal parte do enredo, como se a personagem lhe ligasse caso... – no endeusamento do escritor ! aqui não é o sequer o narrador à busca de vitimização, é mesmo o escritor que é (quer ser ?) sujeito do enredo, da crónica e do destino alheio !
já me tinhas dito, ó António Lobo Antunes ...
já agora, a Crónica para Tomar é espectacular, apesar de poder ser em qualquer outro lugar – tem o rio, é certo (a ideia e expressão dos salgueiros reflectidos mais reais que os plantados é de mestre !) e a saída para a serra (ou um quartel ou um hospital da Misericórdia ...) mas a intitulação do lugar fica por terra – e dá bem conta, aliás intemporal, da generalizada e comprovada antecipação da nociva inutilidade da caserna enquanto projecto nacional
mas já agora, aproveita-se o post, a actualidade e o escritor para, sem endeusar, claro está, dar umas loas à Visão – só o nomezinho !!! – desta semana: um espanto de revista, uma graça muito para além da boa qualidade informativa, temos obra, grandes temas, boas fotos, boa escrita, muito para dizer, etc., os breves minutos de que foi possível beneficiar do generoso empréstimo da Visão valeram por bons, excelentes pedaços de leitura prazenteira, o melhor do dia, pese embora tratar-se de mais um dia difícil ...
a título de exemplo e com as devidas desculpas pela insistência, a recensão de Maria Alzira Seixo (MAS ? trata António Lobo Antunes por ALA !!?) da mais recente edição – a 22ª, decerto não por acaso, lembram-se do nº que saiu ao jogo em “Casablanca” ? –da obra “Memória de Elefante”; as referências são informativas e a análise é cuidada, mesmo o ponto delicado em que transparece a intervenção da autora na fixação do texto, é um ne varietur; poupando pormenores, realçaria que se fica embebido em curiosidade pela afirmação de que se poderá “encontrar finalmente o texto sem as incorrecções estilísticas e linguísticas que ao longo destes 25 anos o desfiguraram.”; ai sim ? mesmo sem ter a certeza de perceber a diferença, cresce a vontade de uma urgente releitura !
e para Maria Alzira Seixo, um já me tinhas dito merecido pela pérola com que conclui a recensão, aqui fica: “...e com a certeza de que o dia-a-dia se partilha na lembrança dos instantes felizes, na persistência do sonho e na certeza iluminada da necessidade da criação.”
feliz
e diz: “..., minha senhora, o seu tempo acabou. Não se zangue comigo, não tenho culpa, as leis da vida, compreende: o seu tempo acabou. Vai seguir mais um bocado na minha prosa e depois acaba igualmente....”
ora, o naco está – também merecia glosa o “Não se zangue comigo, não tenho culpa”, dá excessiva importância ao narrador, não é ? e não é só por menorizar a personagem, isso poderia bem ser uma técnica literária, há muito quem se empolgue com isso; é que estabelece um confronto pessoal entre a personagem e o narrador, como se este fizesse afinal parte do enredo, como se a personagem lhe ligasse caso... – no endeusamento do escritor ! aqui não é o sequer o narrador à busca de vitimização, é mesmo o escritor que é (quer ser ?) sujeito do enredo, da crónica e do destino alheio !
já me tinhas dito, ó António Lobo Antunes ...
já agora, a Crónica para Tomar é espectacular, apesar de poder ser em qualquer outro lugar – tem o rio, é certo (a ideia e expressão dos salgueiros reflectidos mais reais que os plantados é de mestre !) e a saída para a serra (ou um quartel ou um hospital da Misericórdia ...) mas a intitulação do lugar fica por terra – e dá bem conta, aliás intemporal, da generalizada e comprovada antecipação da nociva inutilidade da caserna enquanto projecto nacional
mas já agora, aproveita-se o post, a actualidade e o escritor para, sem endeusar, claro está, dar umas loas à Visão – só o nomezinho !!! – desta semana: um espanto de revista, uma graça muito para além da boa qualidade informativa, temos obra, grandes temas, boas fotos, boa escrita, muito para dizer, etc., os breves minutos de que foi possível beneficiar do generoso empréstimo da Visão valeram por bons, excelentes pedaços de leitura prazenteira, o melhor do dia, pese embora tratar-se de mais um dia difícil ...
a título de exemplo e com as devidas desculpas pela insistência, a recensão de Maria Alzira Seixo (MAS ? trata António Lobo Antunes por ALA !!?) da mais recente edição – a 22ª, decerto não por acaso, lembram-se do nº que saiu ao jogo em “Casablanca” ? –da obra “Memória de Elefante”; as referências são informativas e a análise é cuidada, mesmo o ponto delicado em que transparece a intervenção da autora na fixação do texto, é um ne varietur; poupando pormenores, realçaria que se fica embebido em curiosidade pela afirmação de que se poderá “encontrar finalmente o texto sem as incorrecções estilísticas e linguísticas que ao longo destes 25 anos o desfiguraram.”; ai sim ? mesmo sem ter a certeza de perceber a diferença, cresce a vontade de uma urgente releitura !
e para Maria Alzira Seixo, um já me tinhas dito merecido pela pérola com que conclui a recensão, aqui fica: “...e com a certeza de que o dia-a-dia se partilha na lembrança dos instantes felizes, na persistência do sonho e na certeza iluminada da necessidade da criação.”
feliz
2004-07-22
ó relvas ó relvas !
jornalama antiga é o que não falta aqui no ditos, ó vejamos: DN de 6 de Julho, secção boa vida
o título é o dito: "cozinho melhor do que faço política", afirma Relvas
só por (tudo) isso, já me tinhas dito, ó Relvas !!!
mas a coisa tem a sua substância e, em paga, a devida pedagogia; comecemos por esta - a figura à mesa que abrilhanta a sessão de boa vida (boavida@dn.pt) é Miguel Relvas, sim, também não conhecia, o secretário-geral do PSD e que terá deixado o governo anterior um nadinha antes de coiso ...
agora a dita - no tempo em que exerceu funções de secretário de Estado (em que sacrificadamente percorreu o país de lés a lés sempre a descentralizar, uns 280 mil quilómetros disso) trouxe um périplo de conhecimentos e uma fantástica garrafeira; ainda dentro do preço, eis o cardápio de restaurantes citados: A Travessa (Lisboa, ao Convento das Bernardas - começa ebm, é bom e carote, digo eu), O Malho (Malhou, Alcanena); Tia Alice (Fátima); Artur (Caniçais, Torre de Moncorvo - não havia um Artur em Torres Novas, pergunto eu ?); O Pedro (Vilarinho da Serra, Boticas - o do melhor cozido à portuguesa); Chico Elias (Tomar); Veleiros (Leça - há polvo assado); O Poleiro (Lisboa - favada, diz); Gambrinus (Lisboa, é angulas e rojões, afirma); Solar dos Presuntos (Lisboa - refere peixe assado, o que não se infere da designação comercial do estabelecimento); Matos (Lisboa - entrecosto, manda); Pabe (Lisboa - aqui, é pato); Mezzaluna (Lisboa, R. Artilharia 1 - massas de comer, pede, a poder das de gastar, acho); Cantinho da Paz (Lisboa, acho que sei onde é - caril de peixe, recomenda); e Doca do Espanhol (Lisboa, Alcântara, junto à doca de Santo Amaro, vulgo docas, ex-vulgo piscina dos putos de Alcântara - também cozido, à portuguesa, diga-se).
a peça termina com o registo da frase "sou um cliente do lado positivo da vida" porque há cada vez menos políticos a falar assim - observaria qeu este tem quilometragem para isso, eh eh ...
o título é o dito: "cozinho melhor do que faço política", afirma Relvas
só por (tudo) isso, já me tinhas dito, ó Relvas !!!
mas a coisa tem a sua substância e, em paga, a devida pedagogia; comecemos por esta - a figura à mesa que abrilhanta a sessão de boa vida (boavida@dn.pt) é Miguel Relvas, sim, também não conhecia, o secretário-geral do PSD e que terá deixado o governo anterior um nadinha antes de coiso ...
agora a dita - no tempo em que exerceu funções de secretário de Estado (em que sacrificadamente percorreu o país de lés a lés sempre a descentralizar, uns 280 mil quilómetros disso) trouxe um périplo de conhecimentos e uma fantástica garrafeira; ainda dentro do preço, eis o cardápio de restaurantes citados: A Travessa (Lisboa, ao Convento das Bernardas - começa ebm, é bom e carote, digo eu), O Malho (Malhou, Alcanena); Tia Alice (Fátima); Artur (Caniçais, Torre de Moncorvo - não havia um Artur em Torres Novas, pergunto eu ?); O Pedro (Vilarinho da Serra, Boticas - o do melhor cozido à portuguesa); Chico Elias (Tomar); Veleiros (Leça - há polvo assado); O Poleiro (Lisboa - favada, diz); Gambrinus (Lisboa, é angulas e rojões, afirma); Solar dos Presuntos (Lisboa - refere peixe assado, o que não se infere da designação comercial do estabelecimento); Matos (Lisboa - entrecosto, manda); Pabe (Lisboa - aqui, é pato); Mezzaluna (Lisboa, R. Artilharia 1 - massas de comer, pede, a poder das de gastar, acho); Cantinho da Paz (Lisboa, acho que sei onde é - caril de peixe, recomenda); e Doca do Espanhol (Lisboa, Alcântara, junto à doca de Santo Amaro, vulgo docas, ex-vulgo piscina dos putos de Alcântara - também cozido, à portuguesa, diga-se).
a peça termina com o registo da frase "sou um cliente do lado positivo da vida" porque há cada vez menos políticos a falar assim - observaria qeu este tem quilometragem para isso, eh eh ...
2004-07-05
Sophia
ah ! o livro de estilo também permite retomar a palavra de quem tanto a sentiu e ofereceu
a Sofia tinha bem a conta, a falta e o poder da palavra !
ó então algumas:
"Com fúria e com raiva acuso o demagogo
E o seu capitalismo das palavras
Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs a sua alma confiada
De longe muito longe desde o início
O homem soube de si desde a palavra
E nomeou a pedra a flor a água
E tudo emergiu porque ele disse
Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se faz com o trigo e com a terra"
Sophia de Mello Breyner Andresen
a Sofia tinha bem a conta, a falta e o poder da palavra !
ó então algumas:
"Com fúria e com raiva acuso o demagogo
E o seu capitalismo das palavras
Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs a sua alma confiada
De longe muito longe desde o início
O homem soube de si desde a palavra
E nomeou a pedra a flor a água
E tudo emergiu porque ele disse
Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se faz com o trigo e com a terra"
Sophia de Mello Breyner Andresen
2004-07-01
olá !
o mote é o terceiro toque, de infindáveis referências mas para o efeito de estrito cumprimento do estilo do jametinhasdito registe-se a remissão para o artigo de Daniel Sampaio na Xis, revista de Laurinda Alves no Público , de 19/06/2004 !
e dá-se o caso de no artigo se recomendar o uso de regras e perorar sobre a condição de professor, tudo pontuado sob a batuta de um supostamente oportuno e desejável terceiro toque, eventualmente de caixa...
já me tinhas dito ó Daniel Sampaio !!!
e dá-se o caso de no artigo se recomendar o uso de regras e perorar sobre a condição de professor, tudo pontuado sob a batuta de um supostamente oportuno e desejável terceiro toque, eventualmente de caixa...
já me tinhas dito ó Daniel Sampaio !!!
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