2008-03-31

revolução

viva a revolução !

desde que substituiu as suas altas funções de irmão de el comandante pelas de irmão de el ex-comandante, Raúl Castro tem feito uma revolução... por dia!

primeiro deu aos cidadãos cubanos a liberdade de comprar computadores

depois veio a liberdade de hospedagem em hotel

agora é a liberdade de usar telemóvel

a continuar a este vertiginoso ritmo, Cuba chegará em breve, talvez ainda na geração Castro - sim, eles jametinhamdito que estão para lavar e durar - à liberdade, igualdade fraternidade da revolução francesa de 1789, ou talvez mesmo à magna carta de 1215, quem sabe se à shengen de sair das cavernas que, na pré-história, constituiu assinalável liberdade!!

mais terra a terra, talvez a seguir sejam permitidos produtos de higiéne pessoal, jornais, rádios, televisões, incluindo a regularização dos já existentes "indirectos" (no Portugal da velha senhora chamavam-se clandestinos, certamente por mais razões que apenas outra terminologia), viajar, criar empresas, aprender e ensinar, sabe-se lá que mais, nem vale a pena tentar a hipótese de livre escolha cultural, religiosa, política... estar-se-ia talvez a exagerar... mas ao menos registe-se a caminhada (longa marcha?) para a chegada de tão ansiada liberalização de inúmeros bens de consumo

talvez os cépticos, como sempre, desvalorizem tais liberdades não apenas por serem a conta gotas mas por se confinarem à mera esfera patrimonial

atenção, porém...

com um computador, um cidadão fica livre de trabalhar, de arquivar informação, de a processar, de se viciar em jogatanas virtuais, enfim, um sem fim de liberdades

num hotel não será difícel imaginar exercícios de liberdades a bel recato de cada cidadão

por telemóvel chega a(lguma, bastante mesmo, quiçá demais) liberdade de comunicação

trata-se afinal de materialidades com imensas potencialidades imateriais, assim iniciando talvez a desmaterizalização histórica do socialismo cubano

e o que mais virá

se vier por bem!!!




observacões são bem-vindas

é mentira, é mentira

na edição do «Público» de sábado, 29, há uma saudável esquizofrenia que em imprensa se chama exercício de pluralismo, sobre as mentiras na origem da guerra do Iraque, ainda em curso

José Pacheco Pereira, historiador, político e activista partidário, vitimando-se na defensiva, parte de uma chicana para com o leitor sobre as várias mentiras, classificando-as em boas e más e optando por umas delas, afirma que no caso da forçada legitimação da guerra pelos seus responsáveis políticos, Bush e Blair, embora esquecendo outros, afinal não há mentira – era mesmo genuína convicção, tanto que foi com a maior surpresa que verificaram, por fim, que não havia as invocadas armas de destruição maciça nem a alegada ligação às organizações terroristas; escreve ainda que prova dessa boa fé (ausência de dolo) resulta de os ditos responsáveis não terem cuidado de inventar “uns bidões num armazém, umas ampolas biológicas nalgum sítio. [ ... ] Seria aliás quase impossível de verificar se era verdade ou não”; e conclui - pressupondo embora o completo esquecimento das inúmeras tentativas de forjar provas, corromper relatores, ignorar avisos e dúvidas mais um mundo imenso de protestos - que só a posteriori foi possível verificar o engano

Francisco Teixeira da Mota, advogado, segue outra via: o elenco dos factos, naturalmente muito abreviado, deixando à clara luz os inúmeros discursos e actos oficiais em que se afirmavam certezas absolutas, ameaças incríveis, perigos demolidores, segundo os quais os ditos responsáveis repetiam dispor de provas inquestionáveis (que nunca mostraram, et pour cause...) da devastação eminente; factos invocados, sai com uma conclusão bem mais humilde: parece, afirma, que o arrolar de tais mentiras indicam “que estamos perante um criminoso erro histórico”

as diferenças de opinião são obviamente saudáveis e enriquecedoras, revelando que a mesma realidade pode (e deve) ser vista sob vários ângulos, para nos proporcionar a sua melhor compreensão e, se for o caso, julgamento

mas jametinhamdito que as técnicas de retórica e os factos, a argumentação política e as linhas de raciocínio, as certezas e as cautelas, a arrogância e a humildade, ficam também expostas à transparência nestas duas formulações, de tão conceituados cronistas e em tão bem elaborados artigos de opinião


pois ficam ?



observacões são bem-vindas

2008-03-25

queira apitar, por favor


se há quem passe a vida a buzinar no trânsito, também os há bem ordeiros e delicados, de tal modo que precisam de incentivos educados para tanto atrevimento e ainda assim apenas em casos devidamente justificados

e se os há calminhos mesmo em caso de acidente, sem uma pestanejadela que seja, para não perturbar as manobras de socorro, não os há tão ponderados cá por latitudes mais mediterrânicas, em que estamos mais habituados a sinais de trânsito a (tentar) proibir a espontânea buzinadela por tudo e por nada

pelo sim, pelo não, se vir um escocês distraído ou desatento,


jametinhamdito que de quando em quando voltam a clamar pela independência mas com muita serenidade, pelo menos até ver, embora haja quem acredite que ainda nesta geração poderá ouvir: my name is Scotland, Independent Scotland

com os olhos postos no umbigo e nas carreiras partidárias ou políticas mais do que em Timor Leste, no Tibete, no Kosovo ou no País Basco, muitos governantes fazem tábua rasa do provérbio sobre os telhados de vidro e vão olimpicamente atirando pedras aos vizinhos - ou será apenas para obtenção de ganhos negociais no esplendoroso mercado chinês ?



observacões são bem-vindas

2008-03-10

altos saltos

aos saltos ... de contentes!

depois dos êxitos e excelentes resultados de Nelson Évora no triplo salto, é a vez de Naide Gomes brilhar nos saltos e vencer categoricamente os Campeonatos Mundias de Valência, na modalidade de salto em comprimento!!

um jamtinhasdito de ouro para os desportistas em apreço e em geral para os praticantes e dirigentes destas difíceis disciplinas técnicas!!!

oxalá a boa forma e motivação persista para os Jogos Olímpicos de Pequim e contagie os companheiros de delegação :->



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2008-03-09

sinais de fumo

o nortenho JN divulga, na sua página na internet, uma lista com os locais onde ... é permitido fumar!

jametinhasdito: que lindo serviço, ó JN!!

poderá talvez interpretar-se esta iniciativa como pura violação da lei que obriga a publicidade ao consumo do tabaco a fazer-se acompanhar das especiais advertências de protecção da saúde individual e pública...

ou um mero incitamento à tradicional táctica de contornar a legislação de protecção da saúde pública que condiciona os estabelecimentos públicos quanto às práticas tabagistas...

neste caso, quem sabe a troco de quê ?

por exemplo, será que o fumo indiscriminado sem atender à saúde própria e alheia ou aso direitos de cada um alavanca a leitura e eventualmente as receitas de vendas e publicidade do JN ?

mas há uma boa probabilidade de se tratar afinal apenas do vulgar xico-espertismo pseudo-contestário, fenómeno que se potencia mutuamente entre o JN e os seus leitores ...

algum apoio para esta hipótese poderá procurar-se na dita cuja lista, alegadamente construída à custa do voluntarismo dedicado de leitores/fumadores: são bons exemplos estabelecimentos como «A Moca - Estrada Nacional 109, Cova da Serpe», «O Picadeiro, Rua Académico Zagalo, Bairro Novo» ou «Teimoso (sala interior), Cabo Mondego, Buarcos», evidenciando designações ou características verdadeiramente bestiais

enfim, uma última hipótese deverá rejeitar-se de boa fé: por ironia das ironias, a fumosa lista também poderá a «lista negra» para quem pretenda ler o JN ou fazer e consumir seja o que for sem se sujeitar à lei da chaminé


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2008-03-08

Azul, sempre!

Eufrázio Filipe, Presidente da Região de Turismo da Costa Azul, fez ontem publicar um comunicado em que retoma, reitera e reforça o protesto contra a intervenção do Governo sobre o regime, a designação e a marca das Regiões de Turismo

a bem dizer, Portugal não é um Estado regionalizado, no sentido de que apenas há duas Regiões Autónomas (Açores e Madeira) e tendo o cumprimento da Constituição esboroado à mão de um referendo falaz – o que poderia justificar o ímpeto centralista atribuído ao Terreiro do Paço

mas Governo nenhum pode reclamar a autoria ou invenção das cores

felizmente, Portugal é toda uma costa azul

e será !



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2008-03-07

Corte

o magnífico periódico legal, sob o título registado de Diário da República, além de decretos e leis também traz notícias ditosas!

a edição de ontem comunica, formalmente, que a Assembleia da República autoriza o Presidente da República a sair do território da nossa República para se deslocar à República brasileira, a convite do respectivo Presidente da República, a fim de participar em activiadades festivas que decorrem, desde ontem, na cidade do Rio de Janeiro!!

Cavaco chega atrasado ao famoso Carnaval ?

talvez não, a celebração respeita à chegada da Corte da monarquia portuguesa àquela cidade - São Sebastião do Rio de Janeiro - do Brasil, fez ontem duzentos anos, ou seja, a(s) República(s) faz(em) gala de comemorar a realeza!!!

aliás, o magnífico brazão da cidade do Rio de Janeiro conserva uma coroa - ou um conjunto de torreões significativamente alinhados em jeito de coroa - embora a coroa seja mais exactamente símbolo de realeza e não de monarquia

também espectacular era o primeiro brazão da cidade, capital do Estado do Rio de Janeiro, devendo-se o nome à descoberta no dia primeiro desse mês no ano da graça de 1502 e, aquando da fundação da cidade, em 1565, em homenagem ao Príncipe e futuro Rei de Portugal, D. Sebastião - o primeiro brazão consagrava a mundividência da esfera armilar, símbolo de universalismo (hoje, redutoramente, globalização), e três setas indígenas, além da tez significativa, em sinal de reconhecimento e respeito pelos Povos autóctones e a sua diversidade

sendo naturalmente de esperar que a viagem presidencial em apreço seja aproveitada para muito mais do que o pretexto do convite e autorização, é merecido e aqui fica um jametinhasdito de júbilo para o casamento, em sã e festiva convivência, de representantes republicanos com os ideais associados a uma data significativa para a monarquia e às respectivas comemorações, celebrando, afinal, a História e os Povos que a fazem, apesar de tanto mar, com um cheirinho a alecrim


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2008-03-04

perdão!

José Ramos Horta preside a um País, a uma Nação e à estratosfera dos Homens de bom coração!!!


observacões são bem-vindas


PS - no seguimento de comentário pertinente, eis um complemento explicativo da intenção inicial:

o post ficou, de facto, incompleto

pretendia assinalar a magnanimidade, humanidade e humildade do virtuoso acto de perdão aos seus agressores

só os homens bons, de espírito são, concedem o perdão em tais circunstâncias

fazê-lo prontamente no primeiro gesto, em pleno recobro de convalescença, transpira a genuinidade da bondade

na verdade, as instâncias requerem o apuramento de responsabilidades pela bárbara agressão aos mais altos dirigentes, à frágil democracia e ao jovem Estado de Timor Leste, sendo que o necessário inquérito é por sua vez causa de inquietação e até divisão na sociedade e na política de Timor

Ramos Horta, porém, assume por inteiro as suas funções de Chefe do Estado e, enquanto pessoa de bem, adopta uma atitude de renúncia que não pode deixar de ser exemplar para os seus compatriotas e para a comuniadde internacional, pelo menos para as potências mais presentes no processo de Timor, incluindo naturalmente Portugal, a Indonésia, a Austrália e os EUA

é também um acto simultaneamente de grande alcance pessoal, espiritual e político, uma vez que José Ramos Horta é um ser humano, ferido na sua integridade física, em luta entre a vida e a morte após sucessivas intervenções cirúrgicas, e o mais alto representante do Povo de Timor

isto após uma vida de resistência persistente e inteligente, usando sabiamente a via diplomática e, pela palavra, influência e persuasão participando decisivamente na construção da independência do seu País, pelo qual agora mais uma vez responde com a própria vida

é de Homem