2011-08-31

corte histórico


depois da "mãe de todas as batalhas" e do "desvio colossal", vem aí o "corte histórico"!

aindanãometinhamdito!!

professores não colocados, passes não sociais, medicamentos não comparticipados, cultura não apoiada e, muito provavelmente, novas reduções salariais e rescisões na função pública, a começar pela não renovação de contratos a termo e falsos recibos verdes, embora muitas destas situações se decidam posteriormente nos tribunais ou pelo próximo governo...

em todo o caso com os respectivos sobrecustos a arcar pelos ricos do costume, isto é, o zé povinho descortiçado

mais os decorrentes de 500 nomeações e um registo histórico de "especialistas" nestes 2 meses!!!

cuidadosamente anunciado pelo método "teasing" da publicidade comercial, para hoje depois das 15:00H, num ministro (cada vez mais) perto de si





observações são bem vindas obrigado ;_)))

2011-08-30

para ontem


quem ri, nunca está só!

ou ...


POEMA XXX


Para ficar próximo do sempre
tens de decidir-te nos difíceis momentos em que,
acompanhado, permaneces só.

Cada um pode acreditar no que quiser, mas a vitória maior
é permanecer no coração de quem nos ama.

Neste cemitério que é a vida, tens de apelar
a uma energia que te supere, não àquilo que é divino
mas ao que permanece profundamente humano,
ao que te faz descobrir uma outra porta,
aquela por onde o amor não deixa de fluir,
porque o amor derrubará essa porta se a mantiveres fechada.

Não percas a noção de que és o motor da tua vida,
um impulsionador da realidade, nem
te envergonhes do que dela podes retirar.

Só assim poderás ou voltarás a amar.

Não te adornes com a mentira, com a ganância,
com o pouco que tens,
porque sempre terás pouco,
porque sempre o muito não fará de ti melhor,
a não ser que semeies para colher,
que dês para receber,
que saibas ensinar para aprender todos os dias.

Os momentos mais surpreendentes são
aqueles em que ofereces, não aqueles em que recebes.

Só desse modo poderás sentir-te maior
do que a distância. Só quando caminhares
por dentro de ti mesmo, em busca de ti mesmo,
poderás encontrar outros, e mais outros, e outros ainda,
em recantos, em ruas, nas praias que há em ti.

E verás como esses outros são iguais. E como estão
próximos daqueles que tu amas e daqueles que te amam.

Sorri. Já não estás só. Há coisas difíceis de abordar
mas que não são problemas. Nem talvez soluções.

Procura-te na luz que regressa às tuas mãos. E nela
invoca a moeda de três faces com que os pobres
compram os momentos que a vida nunca tem
para lhes dar.

JOAQUIM PESSOA, in «O POUCO É PARA ONTEM»
Litexa Editora, 2008






observações são bem vindas obrigado ;_)))

2011-08-26

cesteira




pois há 4 maduros artistas que não podem concorrer, sff...

é que já têm prémio... e de molho!

com um amigo obrigaDito!!



observações são bem vindas obrigado ;_)))

2011-08-22

Mutaeni






«[...]


E por isso essa brisa, que soube para si, fez inclinar na sua direcção as chamas da fogueira, que estalaram alegres, e o oyo-handi, que era mais oyo-huku, quis que ela ficasse a saber, e ele foi, assim, por um bocadinho de tempo, o seu pensamento, e esse era o que estava ainda com ela, pois por ele percebera que os olhos do nthoma brilharam também por gostar de a ver quando a tinha fitado e sorrido, e agora que os cânticos já estavam mais perto, Mutaeni oscilou outra vez, querendo o som das suas argolas, e tremeu, ao pensar que o ia voltar a ver, pois o que queria ouvir, no meio desses cantares, era a voz do arauto a anunciar que onawanga, o poderoso e sagrado, acabava ali a sua viagem.


E quando voltou a olhar na direcção do pequeno morro em que o ondyelwa teria de passar para chegar à embala, e os cânticos, sempre repetidos numa língua estranha e que tão bem percebia, pareciam que subiam, mais alto que a poeira que havia no ar, Mutaeni  soube antes de ver o nthoma como iria ser a seguir, com isso sabendo como ele a voltaria a fitar.


_ Twaliepese vangombé!
_ Twaliepese vangombé!


Eram os sons que, em crescendo, agora se iam cantando e Mutaeni, entoando-os também, saudou onawanga, e quando o nthoma apareceu no cabeço, proclamando o grande poder do boi sagrado do soba, o poder que era o daqueles que o protegiam e o faziam, por isso, viver, ela esperou, a tremer, que o rapaz saísse de trás do mwene-hambo e a visse, ali, à beira do trilho, e esse tremor fez com que sentisse, outra vez, o som suave da madeira das suas argolas, e quando estava a pensar no que elas queriam dizer - a sua qualidade de púbere -, soube que ele a vira, como ela há pouco sentira que ia acontecer, e agora, nos olhos que a fitavam e assim estavam nela, só havia o mesmo brilho ou uma espécie mais quente e melhor do que aquele com que tinha sonhado, acariciando a dúvida que a ajudara a viver esses dias.


[...]»


jamtinhaescrito na alma africana dos Hereros "A lenda dos homens do vento", passada a prosa por Fernando Fonseca Santos in Oma-Handa Ekwanime, o Clã do Leão, algures ao sul de Angola, num tempo que oxalá perdure incorrupto



imagem extraída de exposição, em Lisboa, do fotógrafo Sérgio Guerra

observações são bem vindas obrigado ;_)))





2011-08-20

loucura regional


de acordo com insistente (é sempre assim, pois é?) correio electrónico, circula actualmente uma «petição pública», supostamente a endereçar à Assembleia da República, com o objectivo de promover a constituição de uma comissão (só, só, só mais uma!) que averigúe a sanidade mental de Alberto João Jardim...

mas é mesmo necessário averiguar? jametinhamdito !!

há 30 anos (mais ou menos o tempo suficiente para fazer cair Moubarak, algo mais que Ben Ali mas ainda sem a longevidade de Salazar e Kadhafi...) governador da Madeira, rectius, Presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim acumula uma enciclopédia de episódios exorbitantes, histriónicos, ridículos, malvados, autoritários, abusivos, mal-educados, destelhados, vexatórios para si próprio e para os seus conterrâneos e correlegionários, hilariantes, misóginos, ébrios, estúpidos, anedóticos, etc

mas será (tudo) isto insuficiente para comprovar a loucura de um indivíduo?

e será o bastante?

é claro que a dita petição é da mesma família da insanidade que persegue: a Assembleia da República não tem competências nem interesses para proceder a tal averiguação, que de resto é irrelevante

com as eleições regionais marcadas para 9 de Outubro próximo, os eleitores madeirenses poderão usar o seu direito de voto para solucionar o (seu) problema, de modo mais eficaz do que a retórica da petição, muito embora seja natural e historicamente difícil um povo reconhecer que pactuou durante tanto tempo com semelhante personagem - e ninguém lhe poderá tirar méritos comprovados de tenacidade na defesa de interesses madeirenses, partidários e subterrâneos, cujos resultados dispensam averiguações, pois estão ostensivamente assinalados, foram ostensivamente inaugurados em ostensivas campanhas eleitorais e constam em rubricas expressivas do passivo da contabilidade pública regional e nacional

aliás, na sua vertigem e labirinto, a estratégia de Alberto João Jardim lá continua!!

sucede que tem que ser o povo a despertar, quer dizer, melhor seria!!!

já quanto à loucura, dizia Raul Leal, glosando Fernando Pessoa, que a loucura é universal

na realidade (?), Pessoa considerava que "é a loucura que dirige o mundo", e a Madeira faz parte do mundo; e Leal, corroborando, concluía: "é bem labirinticamente que os fantasmas se criam uns aos outros" [...]

talvez não seja de aderir à asserção de que a Madeira e Jardim estão bem um para o outro, mas será que são criação mútua? estarão condenados ao labirinto? farão os madeirenses, por si próprios, o que há a fazer, ou limitar-se-ão a rezar por uma solução externa?

eis o dilema terrível que, até 9 de Outubro, se apresenta ao povo e às elites da Madeira ;_)))









observações são bem vindas obrigado ;_)))