2008-10-31

Eolos

a TSF noticia as dificuldades que enfrentam as «novas fábricas de energia eólica» ...


trata-se mesmo de fabricar vento ?

jametinhasdito !


ora, as ditas "fábricas" são afinal centrais eléctricas, que produzem electricidade a partir da energia do vento, ou seja, a energia eólica é que é aproveitada para "fabricar" electricidade, transformando uma forma de energia noutra

de facto, também o vento é o resultado de transformações de energia

e, bem assim, a utilidade que se retira da electricidade é a sua transformação noutras formas de energia, sucessivamente

no caso da energia eléctrica produzida a partir das "ventoinhas" dá-se mesmo o caso de poder ser usada para ligar o motor de outras "ventoinhas", ou seja, aproveitar o vento para produzir vento, paradoxo da era moderna e do ar condicionado !!!

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observacões são bem vindas

PS - o blog está pronto mas ...

bem, o progresso e a história da humanidade desde sempre tiveram enormes afinidades com a energia


no período ínfimo da vida do Homem sobre a Terra, a era da extracção em massa dos combustíveis fósseis corresponde a uma modestíssima fracção, pois o recurso massivo ao petróleo e carvão - como antes a lenha, que levava as legiões romanas a produzir guerras em todo o mundo ... onde é que já ouvimos isto? o Bush anda a ler história da antiguidade ... - é insustentável e totalizará apenas 200 anos ou pouco mais

o que justifica naturalmente a premência de procurar novas formas de obter energia, conservando a que existe (o uso mais racional de energia é evitar o respectivo consumo) e investir no estudo de novas fontes de produção, de preferência renováveis, incluindo o bom do senhor vento - a energia eólica


Eolos é um dos (cem?) nomes de Deus, em veneranda homenagem a insondáveis forças anímicas capazes movimentar o ar, ou seja, fabricar vento

na realidade, Eolos é tributário de Rá, outro dos Seus nomes, porque a matéria que constitui o ar é sujeita a outras insondáveis forças, como a especial energia do sol, que aquece de forma desigual – assimétrica, em linguagem power point – as massas de ar do nosso belo planeta azul, corzinha que também deve algo à luz do sol e às suas frequências de onda, mas isso é outra história

íamos então no aquecimento desigual do ar, causa de diversidade da expansão e densidade, criando diferentes massas de ar, que então se deslocam, gerando o vento – o ar em movimento
aliás, a própria existência e composição do ar deve muito ao sol, pois a sua energia, em ondas radiantes, luminosas e outras, é transformada e aproveitada de várias formas, para o que agora interessa incluindo a fotossíntese, uma extraordinária e poderosa forma de alquimia, que faz da luz … ar

enfim, produzindo reacções químicas e libertando componentes essenciais para a atmosfera e para a vida tal como a conhecemos à superfície da Terra

neste ponto, um parêntesis: o astrofísico espanhol Juan Pérez Mercader, baseado nos estudos científicos, afirma-se convicto na existência de vida para lá da que existe na Terra, ou seja, para «além do mundo» – tudo leva a crer que não se pronunciou quanto à possibilidade da existência de vida no «mundo do além» – ou seja, para lá da que conhecemos, mas isso são ainda outras histórias

por tudo, o ar move-se

ora esse movimento é susceptível de aproveitamento para as actividades humanas, maxime, económicas, dinamizando veleiros e moinhos, a partir da aplicação de princípios de transmissão mecânica vectorial que as civilizações conhecem e desenvolvem desde há milénios

mas a vida em geral já aproveita o vento desde há milhões de anos: por exemplo, talvez desde que os dinossauros iniciaram longinquamente o percurso de evolução que os fez pássaros, estes amiúde pairando sobre as correntes ascendentes de ar quente, para melhor verem e alcançarem alimento, abrigo e companhia

mais recentemente, o homem usa os mesmos princípios através de planadores variados e ainda para outros fins menos lineares

certo é que a carência de energia – aspectozinho que tem historicamente justificado a passagem de uma era para outra – e as exigências de conforto, bem como as perspectivas de lucro, exponenciaram o engenho de indivíduos e comunidades

e assim a força motriz do vento é hoje responsável pela geração de importantes quantidades de electricidade – conceito chave para a industrialização, para a optimização partilhada dos recursos e para os níveis actuais da qualidade de vida

chegamos então à aposta intensiva em meios de produção de electricidade a partir da força do vento, algo a que se poderia chamar “produção eoloeléctrica”, por paralelismo com “produção termoeléctrica” – a partir do calor, resultante da queima de combustíveis, na maioria fósseis – e com “produção hidroeléctrica” – a partir da água, mediante armazenamento em albufeira ou fluxo fluvial, mas centrais «a fio de água»

mas tal possível palavra – eoloeléctrica é perfeitamente plausível segundo as regras usuais – apresenta dificuldades de fonética ou dicção, em várias línguas, e bem sabemos que se a linguagem cria expressões adaptadas ou apropriadas aos conceitos, também a sua formulação prática é inibida ou potenciada pela dificuldade ou facilidade de uso, entre outras explicações menos ortodoxas

por exemplo, “Web log” deu “blog” e “telefone móvel” deu “telemóvel” *


PS2 - * noutros contextos, o conceito prevalecente que foi assimilado e incorporado na linguagem é algo mais simples – em geral, resume-se ao elemento “móvel”

por cá não foi assim, princípio ainda se ensaiou ”portátil” mas depressa o termo se anichou aos computadores, que passaram a ser também portáteis

curiosamente, “celular” tem bastantes adeptos, em várias línguas, incluindo a portuguesa no Brasil, para designar o telefone portátil, por referência ao processo tecnológico envolvido, mesmo para quem não faz ideia dos processos a que a tecnologia recorre para realizar as comunicações “móveis”, ou melhor, sem base em rede fixa

mas como em tantos outros temas na vida, nem sempre estamos todos de acordo - e nem temos que estar, pois é ?


2008-10-30

MagalhãeZito

























eis o amiguinho Magalhães, de que já tanto se falou e disse

resistente, a brincadeiras, a distracções e - jametinhasdito! - a muitos disparates de gente grande, é um computador português - palavras para quê?

poucas, então: só para dizer que é catita de aspecto e jeito, com programas lúdicos e educativos, como a Guida e o Zito, que ajudam a descobrir e a querer aprender

em boa hora vestido de azul, como o planeta que habitamos, oxalá dê a volta ao mundo a aposta na sua distribuição generalizada em condições acessíveis!






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2008-10-27

monte

"a caminho da caça fui a saber das letras

_ atira, que matas um homem! - direito a mim de gadanho...

nem me lembra disparar, mas vi-o lá caído e logo dei conta ao acontecido..."


ah, pois, compadre, vocemecê jametinhadito!!!







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2008-10-23

super homem

o carismático líder da todo-poderosa extrema-direita austríaca apresentava-se em registo viril e votou contra propostas relativas ao estabelecimento de alguns direitos dos homossexuais

jametinhasdito!

pois então não é que se descobre agora que frequantava bares gay e que mantinha uma relação amorosa com um seu correligionário partidário?

cada um é livre de ser hipócrita mas este super nazi andava a vender a máxima do 'bem prega frei Tomás' ... e ninguém via que não bate a bota com a perdigota?

faz lembrar o Hitler, a quem o aparatchik nazi tratou de ultimar a lenda um suposto casamento a bunker fechado... à frente de muitos nazis, fascistas, direitistas, conservadores, moralistas e outros sacristas, que se apregoavam e apregoam muito superiores e afinal ...

a propósito, como é nenhum dos insuperáveis investigadores, romancistas ou comentadores da nossa praça se lembrou ainda de arrancar alguns insondáveis do Salazar por debaixo das saias do íntimo cardeal Cerejeira ?

era a cereja que faltava ao botas!!!




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2008-10-14

coração árabe

o Autor Adalberto Alves, poeta e ensaísta, estudioso e viajante incansável pelos vestígios da cultura e língua árabes no nosso País mas também pelas pontes de encontro dos povos ocidentais e orientais, das suas tradições, sensibilidades e religiões, foi laureado com o prémio Sharjah 2008 para a cultura árabe, atribuído pela Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura

jametinhamdito que o nosso coração é árabe e oxalá o insígne arabista português prossiga a verdadeira viagem ao mundo das rosas que é a cooperação entre os povos, em especial no âmbito das relações luso-árabes e do seu dicionário, em curso de elaboração, de vocábulos portugueses de origem árabe



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2008-10-03

nosso

o lema é E Pluribus Unum mas jamtinhamdito que às vezes é só para alguns

a transmissão televisiva de jogos internacionais de futebol do emblema com mais adeptos na lusofonia pode ser um bom negócio em termos imediatos mas provavelmente obedecerá à mesma lógica do desenvolvimento sustentável

para poucos ganharem no momento inicial, com prejuízo de muitos, a prazo todos perderão!

ao adjudicar a um canal pago o exclusivo da transmissão de um jogo da UEFA, a empresa que detém os direitos de exploração da imagem do Benfica aposta no curto prazo e consegue realizar interessantes proveitos financeiros mas compromete o estatuto de reconhecimento que muitas ilustres personalidades dirigentes, muitos praticantes exemplares e muitos adeptos anónimos souberam construir ao longo de gerações

troca-se o benefício de alguns milhares pelo descontentamento de muitos milhões

sempre que se escolheu tais caminhos acabou-se com péssimos resultados

desta vez seria diferente ? jametinhasdito!




PS - há uma vantagem imediata adicional, por ventura igualmente precária: a Luz de casa cheia !


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2008-10-01

chumbo

a decisão/indecisão dos poderes e contrapoderes dos Estados Unidos pesa sobre muitos ombros, muitas bolsas, muitos bolsos, all over the world


é a globalização da crise - se os mercados são globais, o seu colapso é um perigoso dominó, repique de sinetas nas aldeias do mundo


nem de propósito, há dias a Cavacal figura presenteou-nos com mais uma alegria e deu de sineta a abrir a bolsa em Wall Street, gesto mítico até para um catedrático da finança, como para um estadista, mesmo para um Presidente de República


mas a inexorável lombriga corroeu por dentro o império dos mercados, o exemplo capitatalista, a suma liberal


o dólar andou tempos e tempos a fazer as delícias a turistas europeus, a magnatas japónicos, a novos-ricos soviétchicos


ajudou à escalada do petróleo nos mercados internacionais, muitas das transacções deslocaram-se para o euro ou para outras praças, regra geral mais próximas da fome de combustíveis para acalentar crescimentos económicos, populacionais e, sobretudo, de níveis de conforto, consumo e ostentação


mais as guerras aqui, ali e por toda a parte, geralmente onde haja, passe ou cheire a petróleo, agravando o problema dos incontroláveis cartéis, a crescente consciência da escassez dos recursos, mais que a sua finitude


boicotes a infraestruturas de petróleo e gás, problemas nucleares, restrições ambientalistas a projectos renováveis, custos acrescidos para novas energias, défice de investigação e longo prazo, longa espera para novas tecnologias


regulações e desregulações sucessivas e sempre legitimadas pelos mais capazes teóricos, hábeis políticos e sequazes comentadores


prevenidos, todos estamos


mas o frenesim eleitoral que o mundo vive por interpostos EUA pode baralhar as contas, se os incontáveis zeros (coisa de 250.000.000.000 US$ era a primeira tranche para os primeiros socorros aos mercados, aos bancos em estado convalescente, aos accionistas crentes, aos empregados descrentes e a outros súbditos do vil metal) não corromperam já as sinapses que conferem legalidade - e, quiça, legitimidade - a bancarrotas adiadas


há que acreditar: todos terão o momento certo de juízo para o sistema encarrilar

a Europa já nem se limita a acreditar, exige!


ficam, jametinhasdito, as perguntas esquecidas:

- há quanto e quanto tempo os EUA alimentam um escandaloso défice, deixam desvalorizar as verdinhas para ajudar às exportações e exageram no consumo interno, vivendo acima das reais e mui liberais possibilidades?

- durante quanto mais tempo a enorme "dona branca" americana soma e segue, ora deixando falir umas instituições (o centenário Lehman Brothers ) mas nacionalizando outras (públicas ou semi-públicas, inclusive, como as entidades federais de garantia de créditos na origem de muitos dos produtos tóxicos agora pulverizados) e salva outras (AIG...) ficando por saber se o Congresso finalmente e aos solavancos libertará os tais 700 biliões (americanos) de dólares - seja lá o que isto for em dinheiro - para resgatar ao sacrosssanto mercado parte do colossal défice bancário e amainar a respectiva crise (por agora) in extremis e sob a esconjurada benemerência do ... Estado?

- por quanto mais tempo continuarão os EUA a disfarçar o maior défice público do mundo à custa do financiamento de guerras um pouco por todo o mapa mundi ?





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