2004-11-19

Europa ? concordo !

«Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votacoes por maioria qualificada e o novo quadro institucional da Uniao Europeia, nos termos constantes da Constituicao para a Europa?»

a pergunta nem e' ma'

eis (mais?) uma opiniao: o pior vira' !

temia uma pergunta negativa, sinceramente, porque o cinismo utilitarista (de todos os partidos) nao tem limites

nesta formulacao, resta aguardar pelo decretozito que estipulara' que a manter-se a taxa de participacao habitual, ficamos na Constituicao para Europa como ja' estamos, incluindo a transferencia de soberania (ligeiramente ou) formalmente acrescida

isto em termos praticos; mas a questao tem dois fundos: o dos referendos e o da nossa participacao na aventura da construcao desta Europa

quanto aos referendos, pois jametinhamdito que tirando a experiencia portuguesa recente de se convocarem referendos para travar projectos legislativos legitimos e reformas necessarias 'a melhoria da organizacao social, ha' que ter consciencia da extrema susceptibilidade da sua instrumentalizacao:

- creio que a fundacao de Portugal teria sido chumbada liminarmente como as leis da racionalização da regionalização – que já exist(ia)e, embora funcionalmente descoordenada, territorialmente erratica e falha de legitimacao pelas respectivas populacoes – e das alteracoes 'a despenalizacao da interrupcao da gravidez – que so' por hipocrisia nos querem fazer crer que e' melhor deixar tudo como esta';
- na hipotese anterior, a pergunta a formular por (D.) Afonso Henriques seria provavelmente cinica e inconstitucional em grau assimilavel ao actual aparato referendario.

quanto 'a Europa: em mais lado nenhum do globo vemos semelhante catalogo de valores; queremos ser subscritores desta admiravel utopia e submetermo-nos, conjuntamente, ao caminho dificil de ir pedra a pedra fazendo o caminho da Europa ? ou queremos ser marginais ao processo, areia na engrenagem e apenas velhos do Restelo ? creio que bem podemos manter um p'e, mesmo os dois, na nossa identidade, mas em simultaneo dedicar o nosso contributo ao desbravar do mundo novo da paz que ao mundo (talvez so) pode oferecer a Europa !!!


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