2011-07-10

portagens a gosto


«ACABARAM-SE AS BORLAS NA PONTE SOBRE O TEJO EM AGOSTO... o melhor mês para se trabalhar em Lisboa - mas agora há que repensar as férias e o trabalho pois o Governo anuncia que se acabaram as borlas nas portagens na Ponte 25 de Abril - uma ponte que está mais que paga... mas que continuamos a pagar! Esta foto foi feita hoje de manhã mas bem pode ser igual a uma a fazer nos próximos meses de Agosto, pelo menos até 2019!» - jametinhadito o facebookiano José Alex Gandum, que se tem sentado pouco no seu admirável Sofá Amarelo

quando chamaram 25 de Abril à ponte de Alcântara (quer dizer "ponte", em árabe) havia miúdos à sombra dela entre mergulhos ao sol na doca de Santo Amaro, onde hoje é a marina das ... "docas"

na altura o local não tinha restaurantes, comia-se uma sandocha ou ia-se (par)a casa qd a fomeca apertava, assunto facilmente adiado até aos confins do dia em troca de uma animada brincadeira sobre as traineiras e outras embarcações - ainda não se falava dos problemas da poluição, de perigos vários ou de crianças sozinhas o dia inteiro - volta e meia temperadas pelos ditos mergulhos, a que se chamavam cacholadas

depois começou a moda de ir à Costa, ainda antes de se inventar o "passe social" e o cobiçado L123, mais as alternativas boleias

entretanto chegou um Agosto sem portagens, assim como que a dar as boas vindas a uma classe finalmente média e a democratizar a praiada de quem já tinha carro (letras, cheques pre-datados e outros preliminares do verdadeiro crédito massivo e ostensivo, que chegou a ser impingido em 60 prestações sem juros e carência de pagamento até ao Natal do ano que vem) mas não podia "alugar" casa na praia, na Costa ou no Algarve, pontualmente em locais recônditos da costa alentejana, então por descobrir, na época muitas localidades hoje em voga não tinha nomes nas ruas nem números nas portas

era o vai-vem de ir passar o dia à praia, também para resolver um outro problema: começava a haver automóveis em nº considerável, de início as portagens pagavam-se nos dois sentidos (à entrada e à saída, pois então, porque podia-se ir ou voltar de barco) e as filas eram um tormento, ainda mais preocupante quando em cima da ponte se alongava o peso de milhares de automóveis, depois de preenchido o "garrafão"

onde tudo isso já vai...

;_)))



observações são bem vindas ;->>>

2 comentários:

Anónimo disse...

Com pouco mais de uma semana de ausência destas lides internetianas, verifico que perdi muita coisa. Dei entretanto uma rápida vista de olhos pelos temas e deparei com umas felicitações pela passagem do 7º ano de vida permanência deste seu blog, António. Associo-me imediatamente e com total sinceridade a essa mensagem. Como já lhe disse, não é meu hábito ler blogs. O seu é a minha única excepção. Com gosto.
Com desgosto, pelo contrário, vejo o eventual desaparecimento do passe social, pelo menos nas condições actuais. A liberdade e o passe social, costumo dizer, são os dois grandes contributos da revolução de 74. É um pensamento redutor, eu sei, mas o "social" do passe engloba muitas outras coisas, que estão infelizmente em vias de desaparecer.
jmco

argumentonio disse...

viva!

concordo muito, o passe tinha um social para além do título de transporte, foi o advento de uma nova concepção de mobilidade, vitalidade e convivialidade!!

e, incluindo um tanto de utopia, era um passe para a esperança!!!

;_)))