2011-07-08

a ponte a pé


em tempos, Agosto chegado, era virtuoso facilitar a ida à praia de alguns menos abonados habitantes de Lisboa e seus arredores, beneficiando também uns tantos veraneantes abonados e à custa de abonados e desabonados contribuintes

alteradas as circunstâncias, o Governo anterior estabeleceu o regresso ao pagamento, obrigando o pessoal que resta na ponte 25 de Abril a reprogramar as férias e os banhistas borlistas a deixarem-se de fitas e, mais buzinadela menos buzinadela, fazerem o favor de pagar a portagem da ponte já várias vezes paga ou ir a banhos a outras freguesias pois em regra não se pode passar a ponte a pé

em regra, por que las hay, las hay

o actual Governo, ainda a ver onde é que cada ministro se senta entre tantos ministérios, vem descobrir a pólvora e manda aplicar o decidido porque, jametinhasdito, a borla não é legítima

ora essa: a legitimidade provém da consideração e ponderação de valores e prioridades em cada momento; no momento actual, de crise orçamental, financeira e económica, é fácil compreender que o pagamento agora se justifica

sem necessidade de reescrever a história ou arrogar-se a descobrir a pólvora

além de desnecessário e desinteligente, fica mal

sendo justa, a medida justifica-se por si, dispensando-se arremedos e apropriação indevida do que o bom senso já havia determinado

ou será que a crise também obriga a demagogia e ponte a pé?

;_)))




observações são bem vindas ;_)))

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