os bancos, sabe-se bem, apresentam problemas de imagem
e desde sempre: ora pela tradicional perspectiva de que emprestam chapéus de chuva quando há sol e reclamam a sua devolução quando chove, ora porque praticam insondáveis e insindicáveis comissões sobre tudo o que possa existir no planeta, que invadiram escorraçando pastelarias, cafés, retrosarias e a réstia de vida que habitava o centro das cidades, mais as pesadas garantias reais e pessoais com que apertam o pescoço aos clientes e as insistentes campanhas agressivas de crédito fácil a grosso juro e impiedosos batalhões de cobrança e execução judicial - ah... e dinheiro, só emprestam se o cliente não precisar!
recentemente, muito se agravou: provocaram a crise financeira em que amargamos, foram salvos pelo dinheiro dos contribuintes e garantias do Estado, a quem recusaram apoio na hora decisiva, averbaram sucessivas fraudes e quase sempre ainda impunes!!
o último episódio, em revelação a conta-gotas, trapos e cacos e contradições, é o suposto, hipotético, ora afirmado ora negado Orçamento Rectificativo, que uns jornais juram dever-se ao endividamento da banca e outros noticiam a sua ... não confirmação!!
talvez por isso, em Lisboa decorrem operações de mudança de imagem dos bancos, aparentemente com o devido cuidado de um primário sob a capa viva - de antigamente?
parece menos natural mas promete proteger o património dos contribuintes e proporcionar momentos de merecida pausa a circundantes, quando não mesmo pernoita a desabrigados da sorte e da nossa atenção
por mais uns tempos, porventura difíceis, mas oxalá superáveis
;_)))
observações são bem vindas obrigado ;_)))
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3 comentários:
Ainda bem que falou na banca, António. Como é sabido por muitos, o grande problema por detrás da crise reside na banca. A banca portuguesa, tal como a da Espanha e da Irlanda, viu na construção de edifícios de apartamentos para aquisição uma mina de ouro que poderia ser explorada durante muitos anos. Emprestando dinheiro aos construtores, por um lado,e, por outro, emprestando igualmenten dinheiro aos compradores das casas. Tal como o barão de Rothhschild dizia, a banca vive basicamente do empréstimo a terceiros, com lucros substanciais, do dinheiro de segundos, os depositantes. Como a afluência tanto pelo lado dos empreiteiros como por parte dos cidadãos compradores foi grande, a banca portuguesa viu-se na absoluta necessidade de recorrer a bancos franceses e alemães, principalmente, para satisfazer a procura. Entre 1998 e 2002, a CGD emprestou mais dinheiro para habitação do que em todos os anos anteriores de vida da Caixa!
Porém, há sempre um risco nos empréstimos. Ora, esse risco é aquilo que a banca se recusa a aceitar. E como é ela que está na base do sistema capitalista, o Estado cede. Por vezes escandalosamente. O banqueiro, tipicamente descendente de judeus, é frequentemente definido como um homem que com uma pedra mata dois pássaros e depois ainda quer a pedra! É exactamente a perca dessa pedra que eles não querem aceitar. E, por seu lado, os bancos credores alemães e franceses também não querem perder. Logo, há que criar novos impostos incidindo sobre a população - é o exemplo clássico do justo a pagar pelo pecador - para que a todo-poderosa economia ande.
jmco
Li e reli o texto. Bem tecido!
Renato Monteiro
Vou abrir conta neste banco, não devem ser burocratas... será que também têm conta ordenado ou só conta desordenada?
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