Gonçalo M. Tavares (o que será o M. ? bem, acusa este impulso interrogativo, o que já não é pouco, e dá alguma força que possa faltar aos outros nomes, para não ficarem só doisinhos ...) é professor e profuso escritor, de muitos livros publicados e mais escritos
aceitou, diz, a escolha da errância que é escrever, assim tanto, sendo a variedade de tipos e estilos de livros também um trunfo facilitador da proliferação de obras
por exemplo, há os “senhores” – “O Senhor Valéry”, “O Senhor Juarroz”, “O Senhor Brecht” ... – e há os livros pretos (...) e há ... “Biblioteca”, “Jerusalém”... etc etc etc, quase todos espectaculares
a edição de de 8 de Janeiro de 2005 do imprescindível Mil Folhas/Público, designa o autor de “O descobridor de esfinges” e afirma que é um caso na literatura portuguesa
e é
dedicou muita energia a um livro intitulado “Energia e Ética”
na entrevista ao Mil Folhas (a Pedro Sena-Lino) explica a essencialidade da boa utilização da energia e da inteligência, das escolhas, portanto, e da importância de dizer muitos “nãos” e poucos, mas claros, “sins”
e conta como decidiu cedo o que queria ser, o que queria fazer, alertando para a importância do que queremos ser e fazer – o que temos que fazer, ninguém o vai fazer por nós
se não nos resolvemos, jametinhadito que nos arriscamo a passar a vida a pagar facturas de electricidade !
pois esta também jámatinhamdito: em tempos, um francês velho lobo do mar, reformou-se do serviço em terra e partiu em viagem conjugal para mais uma circum navegação
certo dia, entre alta noite e madrugada, ao largo da nossa Madeira, o soberbo veleiro que tanto estimava foi abalroado por um desses cargueiros errantes de mau porte, sem lei nem pátria, de bandeira e tripulação de conveniência, a transportar pela calada sabe-se lá o quê nas últimas flutuações até ser abatido num ferro velho lá para as longínquas e esconsas paragens do índico, sem respeitar gente nem ambiente quanto mais um pequeno barco à vela em hora e sítio errados, sobre a imensa superfície líquida do planeta
salvo in extremis, mal refeito e desconsolado, o dito marinheiro sofria agravadamente pela perspectiva de paragem forçada durante a reparação do veleiro: em casa, a vida resumia-se a pagar as facturas da electricidade !
enfim, tal como muita gente, há dtambém estinados que só sabem da electricidade que lhes entra pelo correio, em forma de factura ...
mais razões, afinal, porque indivíduos e sociedades devem saber usar bem a energia
observacoes sao benvindas
2005-02-27
2005-02-25
ao espelho
a Xis/Público jametinhadito que “Conversas com o espelho” na crónica de Faíza Hayat, de estimada predilecção
esta semana – é de sábado mas também pode chegar uns dias depois e num caso ou noutro demora-se, às vezes sabe-se lá quanto – é dedicada ao assunto do dito espelho
o tema é em si fascinante, a crónica desta vez por acaso nem tanto
fica-se à volta do narcisismo alheio – péssimo, à Michael Jackson, tão desajuízado como desfigurado ou o "por dentro e por fora" de quem não é capaz de escutar o espelho e de nele se confrontar – e próprio, este aparentemente preferível por razões de humildade face à aceitação de imperfeições e envelhecimento e à possibilidade de correcção... ai, que vamos parar a Holywood
a interrogação que um espelho proporciona é de ordem transcendental, podendo também ser prático para quem se maquilha ou aperta o nó da gravata
o que verdadeiramente fascina não é a questão do “há mais bela do que eu?” (aliás, os objectos são incapazes de tal misericórdia) mas a revelação de como os outros nos vêem, sendo que, ao vermo-nos, somos afinal um pouco outros – e é nessa distância e proximidade, ponto focal fora de nós que nos torna duplamente sujeito, observado e observador, e cria o imperativo ético face aos outros, pois afinal sabemos ou podemos saber como nos vêem - e somos também um "outro"
é um exercício a cumprir, pois, com dúvida metódica, permitindo um complemento de auto-análise, o elemento exterior acresce à introspecção e completa ou amplia o estado de consciência: à nossa frente, o espelho mostra-nos o nosso pior inimigo
uma vez, à entrada de uma escola profissional (Forino, no parque tecnológico do Lumiar, em Lisboa) estava uma legenda sob uma moldura na parede; dizia: “eis o responsável pela qualidade”
na aproximação curiosa, imaginava-se talvez um diploma de MBA em engenharia da qualidade empunhado por um sujeito trajado rigorosamente, devidamente penteado e meticulosamente barbeado
mas encontrou-se um espelho e, nele reflectido, um manga curta à Verão, de gravata mal atada, desgrenhado de cabelo e barba desaparada
uma armadilha para o visitante, de súbito identificado individualmente e de olhos nos olhos perante a responsabilidade e a má consciência dos infindáveis problemas da qualidade
tudo agravado pela figura que todos os restantes participantes na reunião iriam ver, talvez descobrindo à transparência as fartas dúvidas sobre a possibilidade, a fatalidade e o fundamentalismo da teoria e mecânica da qualidade que vigia o mundo tecnocrático
enfim, voltando à crónica: talvez não por acaso, a dita Xis tem mais à frente um artigo sobre os olhos e os olhares; outro sobre o transtorno da personalidade designado “narcisismo”; e por aí diante, dá-se a coincidência...
em vésperas, ao apelar ao regresso de Faíza da Mauritânia, para cujo deserto ameaçou partir por uns tempos, bati à porta certa de Amiga atenta e especializada em imagens que em boa hora me emprestou esta Xis
isso depois de uma preciosa e algo especiosa mensagem electrónica com uma fotografia exactamente igual à legendada com o nome da cronista, mas encontrada num vulgar banco de dados onde todos podem ir buscar imagens - de modelos ?
e com uma hipótese que pretendia assustar qualquer um: a cara da foto não tem nada a ver com o nome da cronista e a crónica até pode ser escrita por outra pessoa
em boa verdade, essa possibilidade já tinha sido prevista, por outras razões e a cara até é o menos
no entanto, a dúvida sobre a cara ou sobre a pessoa em nada afecta a ilusão e o essencial das “Conversas com o espelho”: o que interessa é a crónica
e ao olhar o espelho ou escutá-lo já somos outros e a Faíza seria sempre a do espelho, a que não existe
daí a falta de realidade a não afectar em nada, está tudo no lugar e o lugar é fantástico e gratificante !
que interessa a foto ?
mas quem faz (mais) um achado de agulha em palheiro, diz à gente e ainda empresta a revista, interessa ! !
e bem ! ! !
observacoes sao benvindas
esta semana – é de sábado mas também pode chegar uns dias depois e num caso ou noutro demora-se, às vezes sabe-se lá quanto – é dedicada ao assunto do dito espelho
o tema é em si fascinante, a crónica desta vez por acaso nem tanto
fica-se à volta do narcisismo alheio – péssimo, à Michael Jackson, tão desajuízado como desfigurado ou o "por dentro e por fora" de quem não é capaz de escutar o espelho e de nele se confrontar – e próprio, este aparentemente preferível por razões de humildade face à aceitação de imperfeições e envelhecimento e à possibilidade de correcção... ai, que vamos parar a Holywood
a interrogação que um espelho proporciona é de ordem transcendental, podendo também ser prático para quem se maquilha ou aperta o nó da gravata
o que verdadeiramente fascina não é a questão do “há mais bela do que eu?” (aliás, os objectos são incapazes de tal misericórdia) mas a revelação de como os outros nos vêem, sendo que, ao vermo-nos, somos afinal um pouco outros – e é nessa distância e proximidade, ponto focal fora de nós que nos torna duplamente sujeito, observado e observador, e cria o imperativo ético face aos outros, pois afinal sabemos ou podemos saber como nos vêem - e somos também um "outro"
é um exercício a cumprir, pois, com dúvida metódica, permitindo um complemento de auto-análise, o elemento exterior acresce à introspecção e completa ou amplia o estado de consciência: à nossa frente, o espelho mostra-nos o nosso pior inimigo
uma vez, à entrada de uma escola profissional (Forino, no parque tecnológico do Lumiar, em Lisboa) estava uma legenda sob uma moldura na parede; dizia: “eis o responsável pela qualidade”
na aproximação curiosa, imaginava-se talvez um diploma de MBA em engenharia da qualidade empunhado por um sujeito trajado rigorosamente, devidamente penteado e meticulosamente barbeado
mas encontrou-se um espelho e, nele reflectido, um manga curta à Verão, de gravata mal atada, desgrenhado de cabelo e barba desaparada
uma armadilha para o visitante, de súbito identificado individualmente e de olhos nos olhos perante a responsabilidade e a má consciência dos infindáveis problemas da qualidade
tudo agravado pela figura que todos os restantes participantes na reunião iriam ver, talvez descobrindo à transparência as fartas dúvidas sobre a possibilidade, a fatalidade e o fundamentalismo da teoria e mecânica da qualidade que vigia o mundo tecnocrático
enfim, voltando à crónica: talvez não por acaso, a dita Xis tem mais à frente um artigo sobre os olhos e os olhares; outro sobre o transtorno da personalidade designado “narcisismo”; e por aí diante, dá-se a coincidência...
em vésperas, ao apelar ao regresso de Faíza da Mauritânia, para cujo deserto ameaçou partir por uns tempos, bati à porta certa de Amiga atenta e especializada em imagens que em boa hora me emprestou esta Xis
isso depois de uma preciosa e algo especiosa mensagem electrónica com uma fotografia exactamente igual à legendada com o nome da cronista, mas encontrada num vulgar banco de dados onde todos podem ir buscar imagens - de modelos ?
e com uma hipótese que pretendia assustar qualquer um: a cara da foto não tem nada a ver com o nome da cronista e a crónica até pode ser escrita por outra pessoa
em boa verdade, essa possibilidade já tinha sido prevista, por outras razões e a cara até é o menos
no entanto, a dúvida sobre a cara ou sobre a pessoa em nada afecta a ilusão e o essencial das “Conversas com o espelho”: o que interessa é a crónica
e ao olhar o espelho ou escutá-lo já somos outros e a Faíza seria sempre a do espelho, a que não existe
daí a falta de realidade a não afectar em nada, está tudo no lugar e o lugar é fantástico e gratificante !
que interessa a foto ?
mas quem faz (mais) um achado de agulha em palheiro, diz à gente e ainda empresta a revista, interessa ! !
e bem ! ! !
observacoes sao benvindas
2005-02-22
Europa ? sí !
nuestros hermanos deram ontem o sim no primeiro dos referendos previstos sobre o Tratado que estabelece uma constituição para a Europa
a pergunta era simples, prática e eficaz: "¿Aprueba usted el Tratado por el que se establece una Constitución para Europa?"
contas feitas, participaram 42,32% dos cerca de 35 milhões de eleitores, 76,73% para jametinhamdito Sim e 17,24% votaram Não, com 6,03% de votos em branco
em Espanha, o assunto ainda não está resolvido: é necessária a ratificação parlamentar
mas a pergunta formulada não pode ser utilizada em Portugal
e os referendos anteriores em Portugal não tiveram efeito jurídico porque não alcançaram a participação de metade dos eleitores
assim se vão somando diferenças de semântica e de resultados
por outro lado, a Hungria, a Eslovénia e a Lituânia já ratificaram o Tratado, sem referendo
todos os países da União Europeia têm que se pronunciar até Outubro de 2006
observacoes sao benvindas
a pergunta era simples, prática e eficaz: "¿Aprueba usted el Tratado por el que se establece una Constitución para Europa?"
contas feitas, participaram 42,32% dos cerca de 35 milhões de eleitores, 76,73% para jametinhamdito Sim e 17,24% votaram Não, com 6,03% de votos em branco
em Espanha, o assunto ainda não está resolvido: é necessária a ratificação parlamentar
mas a pergunta formulada não pode ser utilizada em Portugal
e os referendos anteriores em Portugal não tiveram efeito jurídico porque não alcançaram a participação de metade dos eleitores
assim se vão somando diferenças de semântica e de resultados
por outro lado, a Hungria, a Eslovénia e a Lituânia já ratificaram o Tratado, sem referendo
todos os países da União Europeia têm que se pronunciar até Outubro de 2006
observacoes sao benvindas
estilo de livro
perdido o link, ainda assim vai o postum factum
ontem a meio da tarde, em plena votação para as legislativas, o Público.pt noticiava a decisão da Comissão Nacional de Eleições de recomendar à comunicação social que se abstivesse de noticiar as declarações de Mário Soares, à saída do local de voto, reclamando a maioria absoluta do PS
e assim, com o rigor jornalístico que jametinhadito, o Público.pt deu a notícia da decisão da CNE e absteve-se de noticiar as declarações de Soares reclamando a maioria absoluta do PS
ainda há dias veio um pseudo mea culpa tentar prolongar o suposto efeito de venda de papel de jornal pretendido com hipotética aposta de Cavaco Silva na maioria absoluta do PS e com a pretensa justificação de como se poderia alcançar, por raciocínio, a veracidade da atribuição de tal hipótese a Cavaco
com um estilo destes, não há livro que resista ...
fica o fracasso do efeito desmobilizador como castigo a quem trata tão mal o público
observacoes sao benvindas
ontem a meio da tarde, em plena votação para as legislativas, o Público.pt noticiava a decisão da Comissão Nacional de Eleições de recomendar à comunicação social que se abstivesse de noticiar as declarações de Mário Soares, à saída do local de voto, reclamando a maioria absoluta do PS
e assim, com o rigor jornalístico que jametinhadito, o Público.pt deu a notícia da decisão da CNE e absteve-se de noticiar as declarações de Soares reclamando a maioria absoluta do PS
ainda há dias veio um pseudo mea culpa tentar prolongar o suposto efeito de venda de papel de jornal pretendido com hipotética aposta de Cavaco Silva na maioria absoluta do PS e com a pretensa justificação de como se poderia alcançar, por raciocínio, a veracidade da atribuição de tal hipótese a Cavaco
com um estilo destes, não há livro que resista ...
fica o fracasso do efeito desmobilizador como castigo a quem trata tão mal o público
observacoes sao benvindas
2005-02-21
carta a Pacheco ou as culpas solteiras
ao seu jeito habitual, o político e homem de comunicação Pacheco Pereira, jametinhadito que a culpa é toda do Santana Lopes e do unanimismo facilitista de quem acriticamente o apoiou - observador atento do mítico blog Abrupto, o Ditos deitou uma modesta correspondência no marco electrónico:
Caro Senhor Dr. Pacheco Pereira
por ter também a ver com apreciação sobre a sua própria actuação, partilho que pesem embora - e prevalecendo - as muitas e correctas análises já feitas, creio que a enorme responsabilidade de Santana Lopes na maioria absoluta do PS tem que ser partilhada quer com a governação de Duração Barroso, que entretanto se pôs a fancos lá para os jardins da CEE, quer com algum artifício do PR, tanto pela forma ambígua e condicionada com que deu posse ao novo governo da coligação e correu com o então líder da oposição, Ferro Rodrigues, outro grande derrotado de ontem, como pela antevista interrupção da legislatura algum tempo depois de se começarem a ver as inevitáveis salgalhadas santanais e de outros que tais
mas a convocação antecipada de eleições parece agora ter ficado justificada por inteiro, quer pela ampla participação quer pelo resultado expresso de proporcionar condições de governabilidade estável
oxalá a nova composição da AR agora mandatada e o próximo governo saibam merecer a confiança e responsabilidade que lhes é confiada
mas o resultado eleitoral é mais do que uma punição aos três anos do PPD/PSD+CDS/PP; e é mesmo mais do que uma maioria absoluta a um dos partidos
uma vez que a esquerda da esquerda – até os bloquistas apoiantes da ETA !? – também cresceu, ou seja, não houve à esquerda do PS nenhuma preocupação em contribuir para a maioria absoluta do PS, pelo contrário, poderá concluir-se que a deslocação de voto resultou de má consciência de muitos eleitores que não quiseram por os ovos todos na mesma cesta quando impediram Guterres de implementar o seu programa sem queijos limianos, benesses à república da Madeira e outras cedências a grupos minoritários, viabilizadoras de quase nada e inviabilizadoras do essencial do bom governo
mais vale tarde que nunca, diz o povo, mas o povo perdeu cinco anos
oxalá os próximos tempos permitam alguma recuperação
antonio
PS – magnífica a simultânea intervenção no Abrupto em tempo real e à vista de todos, com nota especial para o acolhimento em directo de contribuições várias mas sobretudo de António Lobo Xavier e José Magalhães
PS2 – é boa regra de marinharia que deve ser franca a movimentação do sentido e da direcção de uma embarcação – significa isto que aos demais nautas deve ser proporcionada indicação clara e atempada do nosso rumo, mediante gestos claros e ângulos significativos, evitando-se demoras e declinações subtis ou dúbias em caso de alteração de rumo, para todos perceberem e agirem em conformidade; de facto, em náutica, o movimento de uma embarcação interessa às outras, por óbvias razões de segurança; as simples regras viabilizadoras da segurança da circulação constituem mera aplicação ao trânsito marítimo de normas éticas de bom convívio em sociedade, talvez com o depuramento que a arte de navegar construiu ao longo dos séculos em que serviu a humanidade; resumindo e positivando: talvez o Dr. Pacheco Pereira, pelas responsabilidades políticas e mediáticas, pela voz e meios de que dispõe, pudesse ter sido mais claro e atempado quanto ao seu sentido de voto, a bem dos simpatizantes do seu partido e dos eleitores em geral - enfim, daqueles que o acompanham enquanto responsável partidário e opinion maker – reconhecendo embora que talvez seja significativo que não me dei conta dos resultados dos votos brancos (que há muito não tinham campanha) e nulos
PS3 – só hoje li a carta de apelo ao voto de Santana Lopes, sem timbre nem partido, endereçada aos Amigos mas no texto restrita aos que não costumam votar (???) e que, por ter sido ontem por tantos respondida de forma não epistolar, vai direitinha para o caixote do lixo, solteira
observacoes sao benvindas
Caro Senhor Dr. Pacheco Pereira
por ter também a ver com apreciação sobre a sua própria actuação, partilho que pesem embora - e prevalecendo - as muitas e correctas análises já feitas, creio que a enorme responsabilidade de Santana Lopes na maioria absoluta do PS tem que ser partilhada quer com a governação de Duração Barroso, que entretanto se pôs a fancos lá para os jardins da CEE, quer com algum artifício do PR, tanto pela forma ambígua e condicionada com que deu posse ao novo governo da coligação e correu com o então líder da oposição, Ferro Rodrigues, outro grande derrotado de ontem, como pela antevista interrupção da legislatura algum tempo depois de se começarem a ver as inevitáveis salgalhadas santanais e de outros que tais
mas a convocação antecipada de eleições parece agora ter ficado justificada por inteiro, quer pela ampla participação quer pelo resultado expresso de proporcionar condições de governabilidade estável
oxalá a nova composição da AR agora mandatada e o próximo governo saibam merecer a confiança e responsabilidade que lhes é confiada
mas o resultado eleitoral é mais do que uma punição aos três anos do PPD/PSD+CDS/PP; e é mesmo mais do que uma maioria absoluta a um dos partidos
uma vez que a esquerda da esquerda – até os bloquistas apoiantes da ETA !? – também cresceu, ou seja, não houve à esquerda do PS nenhuma preocupação em contribuir para a maioria absoluta do PS, pelo contrário, poderá concluir-se que a deslocação de voto resultou de má consciência de muitos eleitores que não quiseram por os ovos todos na mesma cesta quando impediram Guterres de implementar o seu programa sem queijos limianos, benesses à república da Madeira e outras cedências a grupos minoritários, viabilizadoras de quase nada e inviabilizadoras do essencial do bom governo
mais vale tarde que nunca, diz o povo, mas o povo perdeu cinco anos
oxalá os próximos tempos permitam alguma recuperação
antonio
PS – magnífica a simultânea intervenção no Abrupto em tempo real e à vista de todos, com nota especial para o acolhimento em directo de contribuições várias mas sobretudo de António Lobo Xavier e José Magalhães
PS2 – é boa regra de marinharia que deve ser franca a movimentação do sentido e da direcção de uma embarcação – significa isto que aos demais nautas deve ser proporcionada indicação clara e atempada do nosso rumo, mediante gestos claros e ângulos significativos, evitando-se demoras e declinações subtis ou dúbias em caso de alteração de rumo, para todos perceberem e agirem em conformidade; de facto, em náutica, o movimento de uma embarcação interessa às outras, por óbvias razões de segurança; as simples regras viabilizadoras da segurança da circulação constituem mera aplicação ao trânsito marítimo de normas éticas de bom convívio em sociedade, talvez com o depuramento que a arte de navegar construiu ao longo dos séculos em que serviu a humanidade; resumindo e positivando: talvez o Dr. Pacheco Pereira, pelas responsabilidades políticas e mediáticas, pela voz e meios de que dispõe, pudesse ter sido mais claro e atempado quanto ao seu sentido de voto, a bem dos simpatizantes do seu partido e dos eleitores em geral - enfim, daqueles que o acompanham enquanto responsável partidário e opinion maker – reconhecendo embora que talvez seja significativo que não me dei conta dos resultados dos votos brancos (que há muito não tinham campanha) e nulos
PS3 – só hoje li a carta de apelo ao voto de Santana Lopes, sem timbre nem partido, endereçada aos Amigos mas no texto restrita aos que não costumam votar (???) e que, por ter sido ontem por tantos respondida de forma não epistolar, vai direitinha para o caixote do lixo, solteira
observacoes sao benvindas
2005-02-20
Dama ao xeque
Mãe e campeã de xadrez: Judite Polgar vs Leko
Wiljk aan Zee é uma cidade holandesa onde se joga um dos mais fortes torneios de xadrez do mundo
na edição de 2005, classificou-se em quarto lugar uma xadrezista húngara, Judite Polgar
em 2003 tinha conseguido o segundo lugar, logo a seguir ao indiano Anand, um dos mais fortes jogadores de xadrez dos nossos tempos
o jametinhasdito de júbilo vai para um facto admirável: a licença de maternidade que em 2004 usou a melhor xadrezista do mundo, em nada lhe afectou o extraordinário nível competitivo
em termos absolutos tem o nono rating, 2728 pontos Elo, o sistema de pontuação oficial de xadrez
vai um exemplo de táctica surpreendente, para que se possa verificar, na partida que jogou de brancas contra Ivan Solokov, bósnio ex-jugoslavo, naturalizado holandês, também Grande-Mestre, 2685 de pontuação Elo:
1.e4 – e5; 2.Cf3 – Cc6; 3.Bb5 – a6; 4.Ba4 – Cf6; 5.o-o – Be7; 6.Te1 – b5; 7. Bb3 – d6; 8. c3 – o-o; 9. h3 – Cb8; 10.d4 – Cbd7; 11.Cbd2 – Bb7; 12.Bc2 – c5; 13.d5 – g6; 14.Cf1 – a5; 15.a4 – b4; 16.Bd3 – Dc7; 17.Ce3 – bxc3; 18. bxc3 – c4; 19.Bc2 – Ba6; 20.Cd2 – Tfc8; 21.Ba3 – Bf8; 22.Df3 – Bg7; 23.g3 – Tab8; 24.Rg2 – Cb6; 25.g4 – Cfd7; 26.h4 – Cc5; 27.Bxc5 – Dxc5; 28.h5 – Cd7; 29.Th1 – Cf8; 30.g5 – Tb2; 31.Cg4 – gxh5; 32.Cf6+ - Bxf6; 33.gxf6 – Cg6; 34.Rf1 – h4; 35.Dh5 – Rh8; 36.Cf3 – Txc2; 37.Th2 – Txf2+; 38. Txf2 – Cf4; 39.Dxh4 – Tg8; 40.Th2 1-0
! ! !
já agora: Judite Polgar foi a mulher mais jovem a ganhar a norma de Mestre Internacional, em 1989, quando tinha 12 anos; a mais jovem mulher Grande Mestre, aos 15 anos; e foi a primeira mulher a vencer um torneio misto de alto nível - o jogo do xadrez é talvez a única modalidade desportiva em que isso acontece ...
observacoes sao benvindas
2005-02-19
Bugiar
invasores?vão bugiar!!!
O magnífico farol do Bugio, desde há trinta anos sem faroleiro devido à electrificação pública – já tinha grupos electrogéneos desde 1959; desde 1946 funcionava a incandescência de vapor de petróleo, substituindo o gás, desde 1933, o petróleo, desde 1893, e o azeite, de que consumia 12 litros por dia - e automatização da respectiva operação, é um dos ex-libris do Tejo, de Lisboa e de Portugal.
Foi implantado em 1755 sobre a igualmente magnífica Fortaleza de São Lourenço da Cabeça Seca – o nome do local bem poderá dever-se à permanência de uma redonda careca de areal no meio do rio, sendo que as restantes areias que se estendem até à margem esquerda da foz são escondidas pela preia-mar (a maré alta) e mudam de lugar com as estações e ao longo dos anos.
Pela geografia estratégica, a construção de uma praça forte no local afigurava-se ideal para defesa militar da entrada da barra de Lisboa, nomeadamente contra o eterno presumível invasor espanhol.
Ironicamente, mas pelas mesmas razões de racionalidade de que é feita a estratégia militar, passem os pleonasmos, foi Filipe, rei da Espanha que na altura incluía Portugal, que mandou fortificar o local, ainda antes de 1590.
Face à envergadura da obra, de difícil engenharia hidráulica, civil e militar, a sua realização, em sucessivas fases de construção, modificação, reforço, recuperação e reformulação, prolongou-se no tempo e ficou por isso a dever-se a vários autores, engenheiros, arquitectos, encarregados de obra, adjuntos, assistentes, etc, relevando Frei João Cazale, que fez os trabalhos debaixo de água, Leonardo Turriano, António Simões, Mateus do Couto, Conde de Cantanhede, Frei João Turriano.
Por essa altura muitas obras militares de defesa da costa se fizeram na linha Cascais. E tal como hoje, as obras nunca mais acabavam.
A páginas tantas, o nosso D. João IV, determina a construção de uma fortaleza na Cabeça Seca, onde já havia artilharia e guarnição. Mas exigiu que a obra fosse entregue a engenheiro português. É que eram sempre chamados estrangeiros, sobretudo espanhóis e italianos.
E o decreto real de 12 de Março de 1643 jametinhadito: «a experiência tem mostrado na fortificação de Cascais como estes homens vencem tão grandes ordenados e tão bem pagos, fazem e desfazem muitas vezes o que se obra. É de crer que sendo português servirá com mais amor e contentar-se-á com menos.»
Esta política oficial permanece desde então. Se for da casa, tem apego ao trabalho, há-de dar o litro, custa menos dinheiro e nem tem direito a importar-se com isso!
Em bastantes casos, quase apetece acrescentar: e de todo o modo é o que vai trabalhar, fazer o que há a fazer, meter as mãos na massa, fazer o trabalho de sapa, arrumar a casa, deitar mãos à obra, etc, etc, etc !
Certo é que ainda hoje a útil e fascinante construção assenta em planta circular raríssima, de duplo círculo concêntrico, entretanto reforçado por enrocamentos modernos mais resistentes, em blocos prefabricados de betão.
Assim relativamente defendido, ali no meio do mar, batido pela forte ondulação da barra do Tejo, o farol é por vezes visitado por curiosos ou banhistas privilegiados que em dias mais calmos e na maré baixa, se bronzeiam numa língua de areia concorrida por quem lá pode chegar, a bordo de alguma embarcação de pequeno calado.
Também ao longe a vista continua a encantar - e a vender apartamentos em prédios por andares, sempre com o Bugio nos folhetos promocionais, quase sempre com uma nesga de rio e, com sorte, de Bugio, pelo menos até à construção da fiada em frente de mais prédios com idêntica oferta promocional: vista para o Bugio !
E há lá melhor ...
2005-02-18
votar de caras
2005-02-15
prior antecipado
a bela da revista do ACP – Automóvel Club de Portugal tem pergaminhos editoriais, com acérrima defesa da instituição de que é o órgão de comunicação oficial
quase sempre interessante, tem em especial uma secção para “posts” dos sócios onde se exprime e denuncia forte e feio, muitas vezes com indicação explícita do “local do crime” e ilustrada com fotografias dignas da rubrica rodoviária do “Portugal no seu melhor” ...
tem também sempre notícias desportivas, história e novidades do sector, coluna de ditos, página cultural, programas turísticos, oferta de serviços, golfe, artigos de chorar por mais, ferramentas daquelas que até apetece precisar, com estojo e tudo, relógios, canetas, chapéu de chuva e um sem fim de utilidades, incluindo o tradicional mapa das estradas que de facto ainda não se inventou melhor
peca por ser excessivamente encomiástica, com mais fotografias do presidente da direcção do respectivo Club – por décadas, César Torres, ex-acmpeão de automobilismo, a coisa piorou com Alberto Romano, ex-ex-director do ACP, e continua em derrapagem com Carlos Barbosa, ex-Correio da Manhã – do que no Vaticano o Papa, lembram-se do Casimiro, do Sérgio do Godinho ?
nem por acaso, o editorial deste mês intitula-se “Estamos no bom caminho” e o gato por lebre confirma-se inteiramente: refere-se aos efeitos que estão a surtir das campanhas dos últimos governos ... sendo caso para esperar que governos destes tenham mesmo sido os últimos
é ver o perigo constante e os resultados funestos da circulação em locais mal concebidos, mal conservados e mal sinalizados – as placas de sinalização são feitas de alumínio e logo roubadas para venda ao quilograma nos sucateiros, devastando a segurança rodoviária ao longo do país inteiro e isto repete-se e perdura...
as auto-estradas entram em obras, circula-se devagar e sem segurança mas não se suspendem nem reduzem as portagens
etc. e adiante...
mas o jametinhasdito vai para o artigo da página 6: Carmona Rodrigues resolve problema do Prior Velho (!!!)
bem, a referência ao local em concreto explica-se porque a garagem do ACP fica para aqueles lados – e embora o Prior Velho não seja Lisboa, o acesso deve ser de conta da CML
começa-se então a ler e até apetece ir ao Prior Velho ver tudo resolvido por quem resolve – afinal não é só o Liedson, no Sporting; o Simaozinho, no Benfica; o Antchouet, no Belenenses; o Jardel, quando usava a cabeça ...
mas tal como no pontapé na bola, só depois do golo é que se canta o resolve
é que no fim de tanto agradecimento ao senhor presidente da Câmara, vem o balde de água fria e a revista ACP conclui: “Esperamos, pois, que a solução prometida pelo Presidente da CML seja rapidamente implementada ...”
ou seja, nada resolvido, jametinhasdito !
é como nós com os arrumadores de automóveis, damos logo a moedinha por antecipado, a ver se não há riscos, em todos os sentidos !
assim é o trato da revista ao Presidente da Câmara
mas faz lembrar o ditado: quem agradece antecipado ...
observacoes sao benvindas
quase sempre interessante, tem em especial uma secção para “posts” dos sócios onde se exprime e denuncia forte e feio, muitas vezes com indicação explícita do “local do crime” e ilustrada com fotografias dignas da rubrica rodoviária do “Portugal no seu melhor” ...
tem também sempre notícias desportivas, história e novidades do sector, coluna de ditos, página cultural, programas turísticos, oferta de serviços, golfe, artigos de chorar por mais, ferramentas daquelas que até apetece precisar, com estojo e tudo, relógios, canetas, chapéu de chuva e um sem fim de utilidades, incluindo o tradicional mapa das estradas que de facto ainda não se inventou melhor
peca por ser excessivamente encomiástica, com mais fotografias do presidente da direcção do respectivo Club – por décadas, César Torres, ex-acmpeão de automobilismo, a coisa piorou com Alberto Romano, ex-ex-director do ACP, e continua em derrapagem com Carlos Barbosa, ex-Correio da Manhã – do que no Vaticano o Papa, lembram-se do Casimiro, do Sérgio do Godinho ?
nem por acaso, o editorial deste mês intitula-se “Estamos no bom caminho” e o gato por lebre confirma-se inteiramente: refere-se aos efeitos que estão a surtir das campanhas dos últimos governos ... sendo caso para esperar que governos destes tenham mesmo sido os últimos
é ver o perigo constante e os resultados funestos da circulação em locais mal concebidos, mal conservados e mal sinalizados – as placas de sinalização são feitas de alumínio e logo roubadas para venda ao quilograma nos sucateiros, devastando a segurança rodoviária ao longo do país inteiro e isto repete-se e perdura...
as auto-estradas entram em obras, circula-se devagar e sem segurança mas não se suspendem nem reduzem as portagens
etc. e adiante...
mas o jametinhasdito vai para o artigo da página 6: Carmona Rodrigues resolve problema do Prior Velho (!!!)
bem, a referência ao local em concreto explica-se porque a garagem do ACP fica para aqueles lados – e embora o Prior Velho não seja Lisboa, o acesso deve ser de conta da CML
começa-se então a ler e até apetece ir ao Prior Velho ver tudo resolvido por quem resolve – afinal não é só o Liedson, no Sporting; o Simaozinho, no Benfica; o Antchouet, no Belenenses; o Jardel, quando usava a cabeça ...
mas tal como no pontapé na bola, só depois do golo é que se canta o resolve
é que no fim de tanto agradecimento ao senhor presidente da Câmara, vem o balde de água fria e a revista ACP conclui: “Esperamos, pois, que a solução prometida pelo Presidente da CML seja rapidamente implementada ...”
ou seja, nada resolvido, jametinhasdito !
é como nós com os arrumadores de automóveis, damos logo a moedinha por antecipado, a ver se não há riscos, em todos os sentidos !
assim é o trato da revista ao Presidente da Câmara
mas faz lembrar o ditado: quem agradece antecipado ...
observacoes sao benvindas
2005-02-14
a terceira pastorinha
a Irmã Lúcia faleceu a 13 de Fevereiro de 2005: paz à sua alma, atravessou o século, uma vida transportando parte significativa do imaginário português da fé
nos tempos difíceis, mas não só, a fé é um bordão extraordinário e especialmente em Portugal foi, durante décadas, a réstia de alento, união e esperança de muitas vidas
por isso, um jametinhasdito para os doutores que invectivam o luto nacional ou mesmo o interregno, voluntário, da campanha eleitoral de alguns intervenientes
embora pareça sempre Carnaval, a vida são poucos dias e há que celebrar o dia inteiro pelas forças que temos de reunir para lutar por cada dia, um bocadinho acima da existência, é preciso honrar a vida, isto não é só festa e gritaria
seja então dia de luto, para alguma reflexão, ao menos
observacoes sao benvindas
nos tempos difíceis, mas não só, a fé é um bordão extraordinário e especialmente em Portugal foi, durante décadas, a réstia de alento, união e esperança de muitas vidas
por isso, um jametinhasdito para os doutores que invectivam o luto nacional ou mesmo o interregno, voluntário, da campanha eleitoral de alguns intervenientes
embora pareça sempre Carnaval, a vida são poucos dias e há que celebrar o dia inteiro pelas forças que temos de reunir para lutar por cada dia, um bocadinho acima da existência, é preciso honrar a vida, isto não é só festa e gritaria
seja então dia de luto, para alguma reflexão, ao menos
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Coreia do Ave
Ricardo Nascimento, futebolista do Rio Ave, partiu para a Coreia do Sul, contratado por equipa com fortes aspirações no respectivo campeonato
claro que o bater de asa de uma borboleta na Coreia pode deixar campo aberto a uma goleada do Sporting ao Rio Ave, 5-0, quem sabe o quanto esta equipa terá ficado inconformada e inconsolável com a perda de um dos seus para tão distantes paragens
aliás a Coreia do Sul já nos tinha pregado uma partida, há uns anos, jogando em casa, durante o Campeonato do Mundo, quando tirou as peneiras à selecção portuguesa que então ia com o rei na barriga
os do Rio Ave, como os do Norte em geral e talvez mesmo todo o país, estão a ficar crescentemente com os olhos em bico face à desleal competição dos têxteis asiáticos, sendo o saldo importador exponencialmente desfavorável a Portugal, com isso agravando o problema do desemprego
boa sorte à carreira do jovem atleta, pé de obra qualificado para os futebóis orientais
oxalá a resposta da qualificação profissional possa equilibrar outras balanças, externas e internas, de modo a superar-se o interesse nacional, é o jametinhasdito que fica de tão insólita contratação
e pensar que coreia é um ... insecto (!?) mas também "zona de meretrício", seja lá o que for (!??) e doença neurológica; e dança grega; e espécie vegetal; e ...
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claro que o bater de asa de uma borboleta na Coreia pode deixar campo aberto a uma goleada do Sporting ao Rio Ave, 5-0, quem sabe o quanto esta equipa terá ficado inconformada e inconsolável com a perda de um dos seus para tão distantes paragens
aliás a Coreia do Sul já nos tinha pregado uma partida, há uns anos, jogando em casa, durante o Campeonato do Mundo, quando tirou as peneiras à selecção portuguesa que então ia com o rei na barriga
os do Rio Ave, como os do Norte em geral e talvez mesmo todo o país, estão a ficar crescentemente com os olhos em bico face à desleal competição dos têxteis asiáticos, sendo o saldo importador exponencialmente desfavorável a Portugal, com isso agravando o problema do desemprego
boa sorte à carreira do jovem atleta, pé de obra qualificado para os futebóis orientais
oxalá a resposta da qualificação profissional possa equilibrar outras balanças, externas e internas, de modo a superar-se o interesse nacional, é o jametinhasdito que fica de tão insólita contratação
e pensar que coreia é um ... insecto (!?) mas também "zona de meretrício", seja lá o que for (!??) e doença neurológica; e dança grega; e espécie vegetal; e ...
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2005-02-09
delírios grátis
em seu belo libelo "A clivagem escondida das eleições", o impagável Professor João César das Neves, a quem ninguém oferece de almoço, acha que os partidos dizem todos o mesmo e por isso tentam encontrar diferenças "em detalhes e personalidades, mas acabam por igualar o discurso para agradar a todos. Propostas originais só nos pequenos grupos, mas a novidade aí vem sobretudo da irresponsabilidade. Uma vez no Governo, a realidade anula os sonhos e impõe a dureza da vida."
também o almoço de César não parece grátis pois neste caso concreto das eleições de 20 de Fevereiro, há pelo menos um grande partido no governo que deambula pelas questões ditas da ... irresponsabilidade... !
ora, enquanto em "alguns países, como os EUA ou Portugal, a luta fervilha e o resultado parece incerto. Noutros, pelo contrário, existe um aparente consenso e a sociedade assume uma paz ilusória. Inglaterra, Holanda e agora Espanha, entre outros, adoptaram uma atitude permissiva e liberal, despenalizando o aborto e fechando os olhos à eutanásia, às uniões de homossexuais, etc."
(um aparte: agora percebo parte da afirmação de Zita Seabra, há dias, quando de visita ao Bispo de Coimbra invectivava contra a falta de catolicismo da ...Espanha !)
depois vem o paralelo com o último grande embate ideológico da História, o modelo comunista - com o fim que se viu, com comunismo extinto e reduzido a um folclore residual, fica aberto o campo para a grande conclusão: tal como então, na URSS de 1917, há hoje países europeus que optam por soluções laxistas e permissivas, desprezando séculos de valores e tradições; mas "não resolvem o problema, limitam-se a ceder a modas intelectuais que escamoteiam a gravidade da questão. A liberdade de abortar e a diversificação do casamento parece hoje tão moderna como há umas décadas pareceu a sociedade sem classes."
e rufam os tambores rumo à professoral tirada final: "Aliás, os que hoje atacam a família e a vida são exactamente os mesmos que há uns anos defendiam a ditadura do proletariado."
a Holanda, a Inglaterra, a Espanha e os Estados Unidos da América, ó Professor João César das Neves ? jámetinhasdito !
quer-se dizer: não há conclusões grátis ...
ou como diria a Maria João, a malta sabe que a maioria dos europeus e americanos foram fortes defensores da ditadura do proletariado ...
certo é que há pelo menos uma juíza (e alguns cidadãos, associados) que não acham grátis ao Professor João e querem julgá-lo por difamação ...
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também o almoço de César não parece grátis pois neste caso concreto das eleições de 20 de Fevereiro, há pelo menos um grande partido no governo que deambula pelas questões ditas da ... irresponsabilidade... !
ora, enquanto em "alguns países, como os EUA ou Portugal, a luta fervilha e o resultado parece incerto. Noutros, pelo contrário, existe um aparente consenso e a sociedade assume uma paz ilusória. Inglaterra, Holanda e agora Espanha, entre outros, adoptaram uma atitude permissiva e liberal, despenalizando o aborto e fechando os olhos à eutanásia, às uniões de homossexuais, etc."
(um aparte: agora percebo parte da afirmação de Zita Seabra, há dias, quando de visita ao Bispo de Coimbra invectivava contra a falta de catolicismo da ...Espanha !)
depois vem o paralelo com o último grande embate ideológico da História, o modelo comunista - com o fim que se viu, com comunismo extinto e reduzido a um folclore residual, fica aberto o campo para a grande conclusão: tal como então, na URSS de 1917, há hoje países europeus que optam por soluções laxistas e permissivas, desprezando séculos de valores e tradições; mas "não resolvem o problema, limitam-se a ceder a modas intelectuais que escamoteiam a gravidade da questão. A liberdade de abortar e a diversificação do casamento parece hoje tão moderna como há umas décadas pareceu a sociedade sem classes."
e rufam os tambores rumo à professoral tirada final: "Aliás, os que hoje atacam a família e a vida são exactamente os mesmos que há uns anos defendiam a ditadura do proletariado."
a Holanda, a Inglaterra, a Espanha e os Estados Unidos da América, ó Professor João César das Neves ? jámetinhasdito !
quer-se dizer: não há conclusões grátis ...
ou como diria a Maria João, a malta sabe que a maioria dos europeus e americanos foram fortes defensores da ditadura do proletariado ...
certo é que há pelo menos uma juíza (e alguns cidadãos, associados) que não acham grátis ao Professor João e querem julgá-lo por difamação ...
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2005-02-08
2005-02-04
certos ou errados
o Expresso da Meia Noite, na SIC, hoje sem o lacinho de Nicolau Santos, já foi referido aqui no Ditos, por ter a primeira página do dito faltado à chamada na visita a São Bento
hoje comenta-se o debate de ontem, entre Santana Lopes e José Sócrates, na SIC; na RTP 2 (da volta ao mundo, lembram-se, que começou por uma volta subaquática em São Tomé e Príncipe) neste caso com edição também em linguagem gestual, assim permitindo o acompanhamento em directo por boa parte da população deficiente auditiva; em várias rádios, incluindo as edições on line via internet; e na ... blogosfera, através de inovadora iniciativa de Pacheco Pereira no Abrupto !!!
a páginas tantas, diz Raúl Vaz, Director Adjunto do Diário de Notícias: apesar da desvantagem que resulta de os portugueses terem interiorizado a vitória do Partido Socialista, Santana Lopes mostrou-se mais fluente e à vontade perante as câmaras, afinal revelando preparação em assuntos de governação e apresentando números, certos ou errados ... jametinhasdito !
é capaz de haver alguma diferença entre um caso e outro mas para o Director Adjunto do Diário de Notícias esse é um aspecto irrelevante, nada há a denunciar
também ontem nos comentários com que brindou os leitores do Abrupto, Pacheco Pereira se referiu à agradável surpresa de ver Santana Lopes a tratar de assuntos ... da governação, dizendo: "As perguntas do editor de economia da SIC são muito bem formuladas. PSL responde-lhes bem, mostrando ter-se preparado."
estes comentários são bem a prova de que não é nada disso que se espera habitualmente de Santana Lopes, mas dá-se o caso de ser o nosso Primeiro Ministro !!?
e apesar de ter recorrido à habilidade de apresentar números, certos ou errados, facto é que Santana Lopes não superou o peso da sua falta de credibilidade
insistiu que ninguém põe em causa as decisões deste governo, mas foi apenas retórico
parece mesmo viver noutro país: afirmou que o pais está muito bem, que está melhor, diz que tem um sonho - só que para o país é um pesadelo
livra !
observacoes sao benvindas
hoje comenta-se o debate de ontem, entre Santana Lopes e José Sócrates, na SIC; na RTP 2 (da volta ao mundo, lembram-se, que começou por uma volta subaquática em São Tomé e Príncipe) neste caso com edição também em linguagem gestual, assim permitindo o acompanhamento em directo por boa parte da população deficiente auditiva; em várias rádios, incluindo as edições on line via internet; e na ... blogosfera, através de inovadora iniciativa de Pacheco Pereira no Abrupto !!!
a páginas tantas, diz Raúl Vaz, Director Adjunto do Diário de Notícias: apesar da desvantagem que resulta de os portugueses terem interiorizado a vitória do Partido Socialista, Santana Lopes mostrou-se mais fluente e à vontade perante as câmaras, afinal revelando preparação em assuntos de governação e apresentando números, certos ou errados ... jametinhasdito !
é capaz de haver alguma diferença entre um caso e outro mas para o Director Adjunto do Diário de Notícias esse é um aspecto irrelevante, nada há a denunciar
também ontem nos comentários com que brindou os leitores do Abrupto, Pacheco Pereira se referiu à agradável surpresa de ver Santana Lopes a tratar de assuntos ... da governação, dizendo: "As perguntas do editor de economia da SIC são muito bem formuladas. PSL responde-lhes bem, mostrando ter-se preparado."
estes comentários são bem a prova de que não é nada disso que se espera habitualmente de Santana Lopes, mas dá-se o caso de ser o nosso Primeiro Ministro !!?
e apesar de ter recorrido à habilidade de apresentar números, certos ou errados, facto é que Santana Lopes não superou o peso da sua falta de credibilidade
insistiu que ninguém põe em causa as decisões deste governo, mas foi apenas retórico
parece mesmo viver noutro país: afirmou que o pais está muito bem, que está melhor, diz que tem um sonho - só que para o país é um pesadelo
livra !
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2005-02-03
epístola militar
os Ministros Paulo Portas e Bagão Félix enviaram 24.561 cartas aos ex-combatentes
por coincidência, as cartas foram entregues durante a campanha eleitoral
coincidência ?
a missiva diz respeito à confirmação dos dados dos interessados para, quando se reformarem, terem os processos organizados para receberem um complemento de pensão social
dá-se também o insólito de nenhum dos Ministros ser o da Segurança Social
mais coincidência ?
os Ministros remetentes são ambos candidatos do CDS/PP em campanha eleitoral
o assunto já mereceu comentário, crítica e justificação mas para além das intervenções dos políticos, surge agora a explicação do chefe do serviço de pessoal, que assumiu a iniciativa
Alberto Coelho jametinhadito que sugeriu o caso a Portas, em Setembro !
entretanto houve problemas de correios e os últimos dígitos do código postal foram meio caminho andado para as cartas chegarem em plena campanha eleitoral
houve em tempos uma outra historieta sobre epístola militar, de final feliz e bem mais construtiva, que deveria ser recordada e colada no mural da caserna do serviço de pessoal destas cartas
refiro-me à “Carta a Garcia” que muitos serviços dos ministérios deveriam todo o ano e independentemente dos ciclos eleitorais, distribuir ao pessoal
é que são cada vez mais os que passam a vida a encanar os dígitos nas terminações do que a entregar a carta a Garcia, como é o caso exemplar deste chefe de serviço que leva cinco meses a entregar uma carta ao pessoal !
observacoes sao benvindas
por coincidência, as cartas foram entregues durante a campanha eleitoral
coincidência ?
a missiva diz respeito à confirmação dos dados dos interessados para, quando se reformarem, terem os processos organizados para receberem um complemento de pensão social
dá-se também o insólito de nenhum dos Ministros ser o da Segurança Social
mais coincidência ?
os Ministros remetentes são ambos candidatos do CDS/PP em campanha eleitoral
o assunto já mereceu comentário, crítica e justificação mas para além das intervenções dos políticos, surge agora a explicação do chefe do serviço de pessoal, que assumiu a iniciativa
Alberto Coelho jametinhadito que sugeriu o caso a Portas, em Setembro !
entretanto houve problemas de correios e os últimos dígitos do código postal foram meio caminho andado para as cartas chegarem em plena campanha eleitoral
houve em tempos uma outra historieta sobre epístola militar, de final feliz e bem mais construtiva, que deveria ser recordada e colada no mural da caserna do serviço de pessoal destas cartas
refiro-me à “Carta a Garcia” que muitos serviços dos ministérios deveriam todo o ano e independentemente dos ciclos eleitorais, distribuir ao pessoal
é que são cada vez mais os que passam a vida a encanar os dígitos nas terminações do que a entregar a carta a Garcia, como é o caso exemplar deste chefe de serviço que leva cinco meses a entregar uma carta ao pessoal !
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O FLAGELO DE DEUS
post de Fernando Cardoso de Sousa
militar de Abril, psicólogo e professor universitário
Estou em crer que a generalidade das pessoas imagina o Presidente da República como uma entidade que toma as suas decisões seguindo um procedimento extremamente complexo, devidamente preparado por um séquito de especialistas de alto nível, onde cada pormenor é pensado, analisado, repisado, testado e retestado, e só por fim introduzido na decisão que é comunicada ao público de um modo perfeito, sem mácula, erro ou gralha, dando assim a ideia que o Presidente é uma entidade perfeita, quase Divina ou que, pelo menos, tem a obrigação de assim aparecer aos olhos do país que o elegeu e lhe fornece as condições para o exercício de tão importante cargo.
Estou também em crer que o Presidente não é nada disso: é alguém como nós, que comete os mesmos erros e acertos como qualquer mortal e que, se bem que possua uma série de ajudantes que o podem levar a tomar melhores decisões, no momento crucial está talvez mais só que qualquer um de nós quando temos de decidir sobre que camisa vestimos.
Imaginem-se a ter de tomar uma decisão urgente sobre um assunto importante, ao mesmo tempo que uma chusma de consultores vos avisavam dos perigos de todas as decisões possíveis; vos davam conselhos contraditórios sobre o caminho a tomar, conforme a opinião de cada um; vos traziam análises demolidoras transmitidas pelos meios de comunicação social... Nesse caso, provavelmente só teriam uma solução: fecharem-se num quarto escuro à prova de som, ou fugirem para uma ilha deserta e esperarem que a vossa intuição vos revelasse a decisão mais acertada a tomar. Tivessem ou não possibilidades de fazer isso, o que aconteceria é que estariam perfeitamente sós no momento da verdade, e teriam de suportar todos os riscos da decisão, pois haveria sempre quem não concordasse com este ou aquele aspecto.
É por isso que eu acredito que o Presidente está só nos momentos mais decisivos e que é um simples mortal, com todos os seus defeitos e virtudes.
É também por isso que compreendo todos os erros, incorrecções ou desvios da perfeição que acompanharam todo este processo de dissolução do Parlamento e posterior demissão do Governo.
O que me interessa é que, apesar de tudo, o Presidente nos livrou de uma calamidade.
Este primeiro-ministro representa para mim quase tudo o que há de perverso na política, e que se repercute até aos níveis elementares da hierarquia nacional: a visão de chefia como um privilégio que se atingiu com a sofreguidão da conquista do poder pelo poder, sem outro objectivo que o deitar mão a todas as mordomias que for possível obter. Neste Governo estão reunidas todas as condições para que a mediocridade se institucionalize e passe a constituir a afirmação da normalidade na coisa pública, afastando tudo e todos que possam constituir obstáculo à emergência dos que esperaram longamente por uma oportunidade onde a competência, a inteligência, a honestidade e a entrega à causa pública não constituam os critérios maiores de escolha para cargos de chefia.
Acredito também que o Dr. Santana Lopes possa não ser alguém que pretende exercer um poder despótico ou restaurar uma ditadura. Mas é precisamente porque a sua ascensão foi obra do acaso, e porque se trata de alguém cuja dimensão não excede mais do que o necessário para um animador social, que a arrogância do poder se pode mais facilmente instalar, assim como aconteceria com um qualquer anónimo que, de repente, se visse aclamado como rei pelo povo.
O medíocre retém sempre uma réstia de esperança de se vingar de todos quantos o olharam com desdém e, uma vez no poder, é-lhe fácil rodear-se de todo um séquito desejoso de privilégios, que consiga institucionalizar a sua própria mediocridade como uma nova ordem social.
Penso, por último, que este primeiro-ministro só foi possível num culminar da degeneração progressiva do exercício do poder político, que com ele terá atingido, talvez, o seu expoente máximo.
Resta-nos acreditar que a Divina Providência utilizou a pessoa do Dr. Santana Lopes para mostrar ao colectivo até que ponto se tinha desviado dos caminhos correctos de um Estado de direito e do exercício da ética como afirmação principal da inteligência humana. Podia-nos ter enviado um novo Dilúvio ou qualquer outra calamidade natural mas, em vez disso e felizmente, entendeu enviar-nos Santana Lopes como a personificação do Flagelo de Deus dos tempos modernos, e o Presidente Sampaio como o seu antídoto.
É por isso que, apesar de todos os possíveis erros, confusões, omissões ou atrasos em todo este processo, eu só posso ter uma expressão final que acompanha a minha esperança de que este país possa vir a inverter a tendência crescente para colocar os piores onde só deviam estar os melhores, e que é: muito obrigado, senhor Presidente.
PS - e sobre o título:
Quanto ao flagelo de Deus, pretendi apenas utilizar a metáfora do Átila, que foi detido, in extremis, às portas de Roma, pela simples palavra de um papa, que salvou assim a cidade da devastação que o Mongol impôs a todo o Império Romano conquistado
observacoes sao benvindas
militar de Abril, psicólogo e professor universitário
Estou em crer que a generalidade das pessoas imagina o Presidente da República como uma entidade que toma as suas decisões seguindo um procedimento extremamente complexo, devidamente preparado por um séquito de especialistas de alto nível, onde cada pormenor é pensado, analisado, repisado, testado e retestado, e só por fim introduzido na decisão que é comunicada ao público de um modo perfeito, sem mácula, erro ou gralha, dando assim a ideia que o Presidente é uma entidade perfeita, quase Divina ou que, pelo menos, tem a obrigação de assim aparecer aos olhos do país que o elegeu e lhe fornece as condições para o exercício de tão importante cargo.
Estou também em crer que o Presidente não é nada disso: é alguém como nós, que comete os mesmos erros e acertos como qualquer mortal e que, se bem que possua uma série de ajudantes que o podem levar a tomar melhores decisões, no momento crucial está talvez mais só que qualquer um de nós quando temos de decidir sobre que camisa vestimos.
Imaginem-se a ter de tomar uma decisão urgente sobre um assunto importante, ao mesmo tempo que uma chusma de consultores vos avisavam dos perigos de todas as decisões possíveis; vos davam conselhos contraditórios sobre o caminho a tomar, conforme a opinião de cada um; vos traziam análises demolidoras transmitidas pelos meios de comunicação social... Nesse caso, provavelmente só teriam uma solução: fecharem-se num quarto escuro à prova de som, ou fugirem para uma ilha deserta e esperarem que a vossa intuição vos revelasse a decisão mais acertada a tomar. Tivessem ou não possibilidades de fazer isso, o que aconteceria é que estariam perfeitamente sós no momento da verdade, e teriam de suportar todos os riscos da decisão, pois haveria sempre quem não concordasse com este ou aquele aspecto.
É por isso que eu acredito que o Presidente está só nos momentos mais decisivos e que é um simples mortal, com todos os seus defeitos e virtudes.
É também por isso que compreendo todos os erros, incorrecções ou desvios da perfeição que acompanharam todo este processo de dissolução do Parlamento e posterior demissão do Governo.
O que me interessa é que, apesar de tudo, o Presidente nos livrou de uma calamidade.
Este primeiro-ministro representa para mim quase tudo o que há de perverso na política, e que se repercute até aos níveis elementares da hierarquia nacional: a visão de chefia como um privilégio que se atingiu com a sofreguidão da conquista do poder pelo poder, sem outro objectivo que o deitar mão a todas as mordomias que for possível obter. Neste Governo estão reunidas todas as condições para que a mediocridade se institucionalize e passe a constituir a afirmação da normalidade na coisa pública, afastando tudo e todos que possam constituir obstáculo à emergência dos que esperaram longamente por uma oportunidade onde a competência, a inteligência, a honestidade e a entrega à causa pública não constituam os critérios maiores de escolha para cargos de chefia.
Acredito também que o Dr. Santana Lopes possa não ser alguém que pretende exercer um poder despótico ou restaurar uma ditadura. Mas é precisamente porque a sua ascensão foi obra do acaso, e porque se trata de alguém cuja dimensão não excede mais do que o necessário para um animador social, que a arrogância do poder se pode mais facilmente instalar, assim como aconteceria com um qualquer anónimo que, de repente, se visse aclamado como rei pelo povo.
O medíocre retém sempre uma réstia de esperança de se vingar de todos quantos o olharam com desdém e, uma vez no poder, é-lhe fácil rodear-se de todo um séquito desejoso de privilégios, que consiga institucionalizar a sua própria mediocridade como uma nova ordem social.
Penso, por último, que este primeiro-ministro só foi possível num culminar da degeneração progressiva do exercício do poder político, que com ele terá atingido, talvez, o seu expoente máximo.
Resta-nos acreditar que a Divina Providência utilizou a pessoa do Dr. Santana Lopes para mostrar ao colectivo até que ponto se tinha desviado dos caminhos correctos de um Estado de direito e do exercício da ética como afirmação principal da inteligência humana. Podia-nos ter enviado um novo Dilúvio ou qualquer outra calamidade natural mas, em vez disso e felizmente, entendeu enviar-nos Santana Lopes como a personificação do Flagelo de Deus dos tempos modernos, e o Presidente Sampaio como o seu antídoto.
É por isso que, apesar de todos os possíveis erros, confusões, omissões ou atrasos em todo este processo, eu só posso ter uma expressão final que acompanha a minha esperança de que este país possa vir a inverter a tendência crescente para colocar os piores onde só deviam estar os melhores, e que é: muito obrigado, senhor Presidente.
PS - e sobre o título:
Quanto ao flagelo de Deus, pretendi apenas utilizar a metáfora do Átila, que foi detido, in extremis, às portas de Roma, pela simples palavra de um papa, que salvou assim a cidade da devastação que o Mongol impôs a todo o Império Romano conquistado
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2005-02-02
pretexto imobiliário
o magnífico Jornal do Imobiliário *(acantonado em letra pequenina: este suplemento faz parte integrante do jornal Público nº 5421 de 27 de Janeiro de 2005 e não pode ser vendido separadamente) anuncia a sua conferência, a 10 de Fevereiro, entre grandes (sic)personalidades do PPD/PSD e PS, sobre gestão das cidades, obras públicas e imobiliário
e lança-se ao Padrão dos Descobrimentos para ilustrar a primeira página sob o mote “Lisboa, Cidade de empreendedores” a que este número, no essencial, é dedicado
em editorial, reclama mais um pacto de regime, para o imobiliário, pois claro e justamente: o ACP também o exigiu para os carros e impostos que lhes são sobrepostos; a AIP para a competitividade; muitos para a saúde; tantos para a justiça; uns poucos para a revisão constitucional; outros para o Tratado de Nice; e vários para uma diversidade de temas ...
é claro que poderia adiantar-se que falta(m) personalidade(s) à conferência do imobiliário, que o resto não é só paisagem e que o Jornal do Imobiliário acha que isto é o país dos pactos !
bravos !
depois tem outras minudências: no sobe e desce da ordem imobiliária, Pedro Santana Lopes, a capitais, para cima, com base em conjecturas administrativas – e mau sinal para o PS, pela possibilidade de não implementar legislação que também ninguém implementou
umas mais técnicas: a OPCA adquiriu o “scaffolding" para responder aos desafios da engenharia em Portugal, em matéria de cimbres móveis aéreos auto-lançáveis, equipamento de design inovador que reduz a mão de obra e, por essa via, a fuga à Segurança Social, ao Fisco, ao combate ao desemprego e mesmo à contratação ilegal de imigrantes ...
algumas de habilidoso marketing, como a secção “As coisas certas no lugar certo” em qual cartaz santanaz se revela que “viver em Lisboa custa tão pouco” – parecendo mesmo a reconquista do velho centro da capital de regressa ao conceito residencial de cidade habitada e humanizada ... mas a realidade mora à sombra uns belos prédios na ... Ameixoeira ! ... e Galinheiras ! oxalá esta construção beneficie as populações em geral e quem lá habita em especial mas alardear a vida em Lisboa para vender apartamentos em bairros sociais periféricos é duvidosa chicana
e as de fino recorte: Alcântara terá um ex-libiris mas razões impedem a construção de estruturas arrojadas, típicas das grandes metrópoles, pelo que nos 42 mil metros quadrados da SIL já não nascerão jardins mas espaços construídos ! depois entra a Câmara e é pontes, túneis e logo se verá para onde vão os contentores, a Carris, a gráfica Mirandela, coisa de pormenor
em suma, abundam os ditos embora sempre para o mesmo gosto
mas o verdadeiro jametinhasdito vai para a desfaçatez desavergonhada de João Pessoa e Costa, em coluna teatral e na qualidade de membro do Conselho Geral do Jornal oficial do, digo, do Imobiliário
entusiasmado nos encómios, apaparica em seu colo um “jovem e talentoso político que pôs uma autarquia do centro do país no mapa, depois resolveu na capital os problemas da reabilitação, do ambiente e da habitação, concluindo no próprio país a decretar o fim das questões da gestão da maior transportadora nacional (ena!), do maior banco nacional (ena, ena!!) e da maior petrolífera
ena, ena, ena!!!
observacoes sao benvindas
e lança-se ao Padrão dos Descobrimentos para ilustrar a primeira página sob o mote “Lisboa, Cidade de empreendedores” a que este número, no essencial, é dedicado
em editorial, reclama mais um pacto de regime, para o imobiliário, pois claro e justamente: o ACP também o exigiu para os carros e impostos que lhes são sobrepostos; a AIP para a competitividade; muitos para a saúde; tantos para a justiça; uns poucos para a revisão constitucional; outros para o Tratado de Nice; e vários para uma diversidade de temas ...
é claro que poderia adiantar-se que falta(m) personalidade(s) à conferência do imobiliário, que o resto não é só paisagem e que o Jornal do Imobiliário acha que isto é o país dos pactos !
bravos !
depois tem outras minudências: no sobe e desce da ordem imobiliária, Pedro Santana Lopes, a capitais, para cima, com base em conjecturas administrativas – e mau sinal para o PS, pela possibilidade de não implementar legislação que também ninguém implementou
umas mais técnicas: a OPCA adquiriu o “scaffolding" para responder aos desafios da engenharia em Portugal, em matéria de cimbres móveis aéreos auto-lançáveis, equipamento de design inovador que reduz a mão de obra e, por essa via, a fuga à Segurança Social, ao Fisco, ao combate ao desemprego e mesmo à contratação ilegal de imigrantes ...
algumas de habilidoso marketing, como a secção “As coisas certas no lugar certo” em qual cartaz santanaz se revela que “viver em Lisboa custa tão pouco” – parecendo mesmo a reconquista do velho centro da capital de regressa ao conceito residencial de cidade habitada e humanizada ... mas a realidade mora à sombra uns belos prédios na ... Ameixoeira ! ... e Galinheiras ! oxalá esta construção beneficie as populações em geral e quem lá habita em especial mas alardear a vida em Lisboa para vender apartamentos em bairros sociais periféricos é duvidosa chicana
e as de fino recorte: Alcântara terá um ex-libiris mas razões impedem a construção de estruturas arrojadas, típicas das grandes metrópoles, pelo que nos 42 mil metros quadrados da SIL já não nascerão jardins mas espaços construídos ! depois entra a Câmara e é pontes, túneis e logo se verá para onde vão os contentores, a Carris, a gráfica Mirandela, coisa de pormenor
em suma, abundam os ditos embora sempre para o mesmo gosto
mas o verdadeiro jametinhasdito vai para a desfaçatez desavergonhada de João Pessoa e Costa, em coluna teatral e na qualidade de membro do Conselho Geral do Jornal oficial do, digo, do Imobiliário
entusiasmado nos encómios, apaparica em seu colo um “jovem e talentoso político que pôs uma autarquia do centro do país no mapa, depois resolveu na capital os problemas da reabilitação, do ambiente e da habitação, concluindo no próprio país a decretar o fim das questões da gestão da maior transportadora nacional (ena!), do maior banco nacional (ena, ena!!) e da maior petrolífera
ena, ena, ena!!!
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