2010-05-28

reforma


a reforma a pedir reforma!

o Ministério da Saúde, a braços com as dores da crise, engendrou (diz o Público, para o Ditos é um jametinhasdito e mainada!) um "regime excepcional para flexibilizar a contratação de médicos reformados que façam falta aos serviços de saúde...

um conhecido humorista brasileiro tão bem diria: só contaram p'ra você!!

ou seja, valha-nos a santa crise para trazer a lume outro atentado disfarçado - muitos ministérios e empresas antecipam as reformas do respectivo pessoal, para se locupletarem com vários benefícios de redução de custos: poupam em descontos para a segurança social; poupam em prémios variáveis e vários fringe beneficts; poupam em despesas fixas com instalações, equipamentos e logística; poupam na progressão salarial dos que se reformam; ganham também em flexibilidade do quadro de pessoal, passando a dispor dos serviços dos mesmos trabalhadores através de contratos de prestação de serviço, vulgo FSE, directamente ou por intermédio de empresas de colocação de pessoal, empreiteiros, etc., a contrato precário, a recibo verde ou até... na informalidade...

claro que sobrecarregam o erário público, designadamente a segurança social

mas também sobrecarregam o país, pois o país não se pode dar ao luxo de continuar a aumentar os encargos com reformas de pessoas que ainda estão produtivas - e que ou passam à inactividade precocemente ou voltam ao mercado de trabalho em busca de rendimentos extra mas com um aproveitamento suboptimo, em prejuízo dos contribuintes, do conjunto da economia e da comunidade

mas o mais ridículo é a oficialização do procedimento e a emissão de normas "enfatizadoras" de proibições já existentes e que pura e simplesmente não são aplicadas nem fiscalizadas nem punidas as infracções

ora se os reformados antecipados são necessários, até dentro da mesma entidade empregadora, como se compreende a autorização da antecipação da reforma e subsequente re-contratação em "regime excepcional" ?




observações são bem vindas ;->>>

3 comentários:

Anónimo disse...

Como se compreende, António? É muito simples. Os interesses da Nação (palavra cada vez mais rara, tal como Pátria, neste mundo globalizado) são preteridos em favor de outros, entre os quais os partidários. Por outro lado, na sequência da cartilha neoliberal, o curto prazo vence o longo prazo.

jmco

zeka disse...

P'ra num 'desmuralizar' mais a Nã são nem a Pá tria... vou fazer de conta que Você só contou p'ra Mim

PS - lembrei-me da amnistia presidencial a um preso em fuga...

Sofá Amarelo disse...

Não há dúvida que neste momento Portugal compensa pedir uma reforma antecipada, mesmo perdendo algum dinheiro que ficar a trabalhar até à idade da reforma e continuar a estar sujeito a horários, transportes, chefes, colegas mal-humorados... e depois ainda poupam nas deslocações e nos almoços. Fazendo as contas a isso tudo, Portugal é um país onde se 'produz' mais estando disponível para as compras e para o consumo, do que estar fechado num gabinete.
O Estado sabe que se não for buscar os impostos ao salário, irá buscá-lo ao consumo.
Penso mesmo que a solução para Portugal é reformar todos os portugueses e dar-lhes centros comerciais e hipermercados para o Estado recuperar os montantes atribuídos aos reformados. No deve e haver...