é a despedida das funções presidenciais que exerce desde que perdeu as eleições para o mais alto cargo dos EUA, já lá vão 8 anos depois da contagem de votos mais trapalhona de que há memória
e pede emprestada a António José Teixeira a excelente crónica sobre o tema, há dias publicada no Diário Económico on line, com o expressvo e esperançoso título "Acordar do Pesadelo"
de facto, trata-se de um consulado ensombrado e desastrado, ou mesmo desastroso, com um vasto rol de episódios que entraram no anedotário [grato, jmco] global e que para a posteridade constituirão o cariz deste presidente dos Estados Unidos da América do Norte
a que acrescem as armas de destruição maciça, a invasão do Iraque, Guantánamo e New Orleans, afinal a memória com que será lembrado, tal como se recorda Franklin Roosevelt pelo New Deal, Harry Truman pela bomba atómica e o Plano Marshall de ajuda à Europa ocidental ou John Kennedy pela Baía dos Porcos, os mísseis cubanos, a denúncia do muro de Berlim, a aventura espacial e o seu trágico destino pessoal
má onda, pois, a que se podem somar sucessivas falências das teses neo-liberais representadas em Bush e tantas diatribes, usurpâncias, fraudulências...
entrementes, por assim dizer, o Ditos dispõe-se ainda a uma pequena reflexão adicional, porventura um tanto menos ouvida nestas vésperas de mudança: por falar em pesadelo, poucos líderes terão enfrentado algo com a dimensão dos bárbaros ataques aéreos que, além do mais, atingiram as Torres Gémeas e causaram a morte a milhares de pessoas que estavam a trabalhar às 9 horas da manhã, devastando a confiança em todo o mundo
e bem sabemos que é de confiança que hoje se cimenta e alimenta o mundo e que foi precisamente o cimento e o alimento da confiança que se pretendeu deliberadamente destruir em 11 de Setembro de 2001 - como nas suas fatídicas réplicas de Londres, Madrid, Bali, Bombaim e, desgraçada mas inevitavelmente, o que virá a seguir...
claro que há motivos de esperança em Barak Obama - oxalá não seja excessiva, oxalá se cumpra por inteiro, oxalá vença a inteligência e a paz
a principal esperança é, pois, que Bush não deixe saudades, para que nunca se lhe aplique o velho e tantas vezes certeiro ditado português que jametinhasdito: «depois de mim virá quem bom de mim fará»
e quem muito se apressa a foguetear as despedidas, pode sempre guardar algumas canas para celebrar outras presidências que ameaçam eternizar-se, de Putin, Chavez e Mugabe a tantos líderes em África, na Ásia, na América do Sul
é certo que há muitos motivos para maldizer Bush, a quem muitos se habituaram a culpar de todos os males do mundo, préstimo com que servirá os seus detractores até à próxima calamidade que baralhe e dê de novo trunfos para o circo mediático ou para tantos descontentamentos, contradições e idealismos inexequíveis que se travestem de progressismos arrebatados
a Bush sempre se podia arremessar quase tudo, bastando para tanto disfarçar-se traiçoeiramente de jornalista
mais difícil é fazê-lo aos ditadores não eleitos que grassam um pouco por todo o planeta, que não cedem o poder e que num ápice esmagam rebeliões como eliminam opositores mesmo que apenas supostos ou os sempre temíveis livres pensadores
mas disso nem sempre rezam as crónicas
shô, ala, baza, adeusinho ó Bush!
observações são bem vindas
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1 comentário:
Não há indivíduo que tivesse feito tão mal à imagem da América como George W. Tudo o que se possa dizer dele no capítulo da incompetência política é pouco. Vamos todos suspirar de alívio!
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