2005-10-03

azul

poético é reclamar um pouco mais de azul e cantar, como Gilberto Gil, por quem nos azuleja o dia

mas até já se protesta contra o azul: há dias, o sindicato dos jornalistas revoltava-se contra a submissão da generaliadde dos jornais, pintados à uma pela curiosa e imaginativa campanha azul de certa empresa de telecomunicações, levada efeito na passada quarta-feira, dia 28 de Setembro

e no DN de sexta-feira, 30 de Setembro, João Miguel Tavares tirava o chapéu a tal campanha de marketing e jametinhadito que tal realização prova que a dita empresa “tem muito dinheiro e os jornais têm muito pouco” !!!

ora, tentando comple(men)tar a inteligente análise do jornalista em contracorrente com o respectivo sindicato, talvez possa concluir-se que, uma vez que a proveniência do dinheiro é sempre a mesma – os Clientes – a realidade é que empregamos mais facilmente o nosso dinheiro em comunicações por telemóvel que na compra de jornais

talvez seja reflexo de uma generalizada preferência pelo imediato, instantâneo e actual, que julgamos caracterizar hoje as nossas sociedades

ou serão mesmo tais preferências pelo imediato, instantâneo e actual a própria vitalidade da sociedade, conferindo-lhe afinal a propensão para a velocidade, a aceleração do tempo e o esgotamento das energias, transformando, confundindo e comprimindo a totalidade da vida em pura comunicação ?

para quem está sempre em linha, disposto a comunicar e a encurtar distâncias, as despedidas que pedem cumprimento circunstancial de referência levam sempre um até já

até já



observacoes sao bem vindas

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