2005-10-11

autarquias 2005

se é que há de facto uma surpresa, é persistente: após tantos protestos e reivindicações, denúncias e reclamações, processos e acusações, comentários e opiniões, análises e interrogações, vai-se a ver e ... tudo na mesma !

temos então o que queremos ? merecemos mais ?

explicações há várias, pessoais, locais e nacionais - veja-se excelente apreciação no editorial de Sérgio Figueiredo, no Jornal de Negócios de ontem, 10 de Outubro

objectivamente, mudaram escassas autarquias e, inclusivamente, mantém-se no essencial o nível de apoio autárquico ao partido que suporta o governo mais duramente contestado a nível social desde as fases mais agudas da agonia cavaquista - dir-se-ia que afinal tudo vai bem, qual então a razão para tão ruidosos protestos e reivindicações ?

resta esperar que, nos Tribunais, a lei imponha enfim o seu império e permita corrigir ainda alguns casos, atípicos, do panorama autárquico nacional

e que as reformas em curso e a empreender prossigam corajosamente a trilha de questionar ilegítimos ou onerosos privilégios que atravancam o desenvolvimento harmonioso do país

o mais, perder ou ganhar é democrático !

mas volta a fazer-se ouvir o esplendor e a lucidez do Poeta: se o mundo é feito de mudança, a maior mudança é já não mudar tanto como soía

observacoes sao bem vindas

4 comentários:

Anónimo disse...

Esta coisa
das "observações são bem vindas",
para mim é um motivador,
pois coisa não há para dizer
quando se começa por nada ler.
Por pudor vou calar-me também.
Acho que já percebi a mecânica desta coisa,
acho que me saí bem.

Anónimo disse...

é !

é a caminhar que se faz o caminho...

argumentonio disse...

observar é sempre meritório, mesmo se por vezes é também necessário fazer

mas muitas vezes, observar é o melhor que há a fazer

por exemplo, no fim do primeiro “Diálogo acerca do infinito, do universo e dos mundos”, Giordano Bruno, pela voz de Búrqueo em resposta a Filóteo (ou Teófilo?) assevera: "e eu, embora pouco entenda, se não compreender os sentimentos, escutarei as palavras; se não escutar as palavras, ouvirei a voz."

também José Saramago, não sei em que obra (Ensaio sobre a Cegueira?) aconselha: "se puderes olhar, vê; se puderes ver, repara."

enfim, da atenção rapace quando usamos de argúcia para espiar pelo microscópio (ou ao telescópio...) à contemplação quando nos deixamos extasiar pelo fio e mesmo para além do horizonte; quando procuramos alimento ou beleza no mundo que nos rodeia; quando tentamos fazer passar a linha pelo buraco da agulha; ou quando queremos detectar os mais subtis movimentos, hesitações ou sinais na expressão ou no olhar do nosso interlocutor ou adversário, a sério ou a brincar, certo é que exploramos até ao limite a nossa capacidade de observação !

uma dádiva, afinal !!

e, certamente, observar faz parte do caminho que se faz ao caminhar !!!

Anónimo disse...

Do primeiro para o terceiro "anônimo".

Finalmente.
O que andará a fazer o nosso "argumentônio"?