2005-09-07

Beato

afinal Solnado tinha razão, sempre há petróleo...

falta-nos o Pessa para um certeiro "e esta, hem?"

o caso é que, das reservas de Portugal, cedemos petróleo aos americanos

realmente parece impensável mas ainda bem que assim é, os EUA solicitaram ajuda perante a tragédia de uma catástrofe natural - e foi possível verificar que muitas ajudas foram disponibilizadas

neste ponto, só Pacheco Pereira vê núvens no escuro e acha importante enfatizar até à náusea que a comunicação social zurze sobre as falhas das autoridades dos EUA quanto a prevenir a acorrer à tragédia ou sublinhando que os EUA são a maior potência mundial porque... "a esquerda" está contente com o sucedido !??

a ajuda portuguesa representa de algum modo um elevado grau de abstracção e sofisticação da nossa sociedade, afinal baseada na confiança, nos mercados e no direito

de facto, reconhecidamente Portugal é muito mais dependente de petróleo que os EUA, um dos grandes produtores mundiais; mesmo as reservas da ajuda estão armazenadas na Alemanha...

no entanto, para além da destruição de vidas e bens em consequência da devastação do furacão Katrina, a zona afectada - o Golfo do México - é base de inúmeros campos de extracção de petróleo, por enquanto desactivados

e os EUA são os maiores consumidores de petróleo, pelo que há um défice real momentâneo muito grave para o funcionamento da economia dos EUA

nas trocas e baldrocas dos mercados mundiais, talvez o nosso petróleo nunca chegue a viajar e a ajuda seja concretuizada apenas mediante operações contabilísticas de saldos e transacções face à movimentação de outras reservas, armazenadas noutros países ou ainda a extrair noutros campos petrolíferos

a ironia é que, segundo recomendação agora vinda a público, o presidente dos EUA jametinhadito que é necessária a contenção do consumo de petróleo

mas não mandou racionar... talvez aconselhado por gurus financeiros que protegem os mercados contra alarmes e alterações bruscas, de efeitos nefastos sobre as expectativas e sobre a confiança

por um lado, é medida compreensível face às circunstâncias; por outro, mais vale tarde que nunca pois desde há anos, vem-se agravando um fosso entre os EUA e os países que prosseguem uma política tendente a estabelecer mundialmente metas de redução de consumos energia, sobretudo a produzida a partir de combustíveis primários, já para não falar da sistemática renitência dos EUA quanto à adesão ao Protocolo de Quioto, sendo o consumo de petróleo precisamente a principal fonte de emissões poluentes que os países signatários pretendem racionalizar

mas a racionalidade é uma batata, para os creacionistas dos EUA, Bush incluído






observacoes sao benvindas

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