2011-10-26

a eito


comparando o OE2012 com o OE 2011,



salta à vista: corta-se onde é mais fácil ("quase" exclusivamente prerrogativa do Estado) e eficaz (salários e prestações sociais são as fatias mais pesadas do OE) para se poupar cerca de 3,5 mil milhões de eurosa dúvida maior é a relativa aos reformados e pensionistas, que estão a contribuir segunda vez, depois de terem contribuído durante a vida activa

mas a intervenção nas outras rubricas é pouco significativa em termos de impacto - sem dúvida que em caso de aperto qualquer Governo, partido, gestor ou chefe de família tem que cortar onde é mais relevante, as miudezas podem ficar para depois

de todo o modo,
incluindo Autarquias e Regiões, importa racionalizar o funcionamento do Estado, a começar pela redução para metade ou menos do nº de deputados da Assembleia da República, reforma adiada por interrupção da anterior legislatura

e nada justifica a conversa de campanha do PSD, em tudo contrária à realidade, jametinhasdito com o óbvio objectivo de derrubar o anterior Governo e alcançar o poder com a muleta do interesseiro CDS...
embora o BE (como se esperaria, não servem para outra coisa, sob o disfarce das causas fracturantes) e o PCP (por má consciência e despeito de se verem ultrapassados, mas na realidade tanto lhes faz protestar contra o PSD ou contra o PS, nada mais têm para oferecer a Portugal) tenham agido exactamente como a direita e feito exactamente o que a direita precisava para alcançar o poder


o cinismo a eito, à esquerda e à direita começou logo a evidenciar-se com a recusa dos partidos da oposição parlamentar em integrar soluções governativas de estabilidade, deixando a Sócrates o encargo e o enfado de tudo fazer para sair quanto antes 


observações são bem vindas obrigado ;_)))


nota: quadro publicado no Jornal de Negócios e replicado no blog Câmara Corporativa
nota2: os tamanhos das caixas de números para o Estado e Autarquias/Regiões estão desproporcionados

2 comentários:

Anónimo disse...

Como sabe antecipadamente, António, dou-lhe toda a razão. A farsa política continua; nós, os dos votos, somos apenas os bombos da festa e pessoal multiusos.

Sofá Amarelo disse...

Não sei qual é a solução porque não sou político, nem economista nem vidente, mas sei que esta não é a solução! Porque o não dinheiro não gera dinheiro, o não dinheiro gera frustração, resignação, tristeza e desalento... e o mais difícil de recuperar na vida não é a tanto a economia mas o desalento e a resignação...