2010-05-25



















e jametinhasdito Marçal Grilo, apontando o dedo a Mário Crespo: "há por aí muito malandro!"

mas, sem ironia, também afirmou: "esta geração é melhor que a nossa - interrompido pelo encrespado, há uns que não lêem mas há quem lê mais!! - e aproveitou bem as melhores condições que teve"!!!


observações são bem vindas ;->>>

4 comentários:

Sofá Amarelo disse...

E às vezes mesmo estudando os alunos estão tramados se não pertencerem á elite que se perpetua no poder.

O problema não é o estudar, é aquilo que se obriga as crianças a empinar sem qualquer relação directa com a vida: obrigam-se a saber todos os pormenores do orgão sexual das flores mas não se ensina um a criança a acender um fósforo... assim vai esta educação que temos há 35 anos... sempre à espera da dita reforma...

E depois os tempos lectivos: no 8º ano as crianças têm 37 tempos lectivos, fora depois as aulas de recuperação e as actividades onde os pais os 'prendem'. E o tempo para brincar, onde está? Quer-me parecer que, no meu caso, aprendi mais a brincar e a ler e escrever nos tempos livres, que na escola...

zeka disse...

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Gostava de ter visto.

Assim, gostei de ter encontrado

"Difícil é sentá-los"

com um resumo muito elucidativo sobre a visão do Grilo na charneca (fora da gaiola)

«Ele foi à Política, gostou e saiu. Porque o poder tem um tempo e um código: em nome das pessoas, para as pessoas, com os olhos nas pessoas. Eduardo Marçal Grilo esteve quatro anos num dos ministérios menos populares de qualquer Governo: o da Educação. Fiel ao mote do gradualismo - um passo de cada vez, sempre com diálogo - fala hoje do seu mandato. As palavras são sobre os grandes temas educativos, mas também sobre os analistas políticos, que tudo julgam saber e pouco dominam, dos jornalistas que não fazem os trabalhos de casa, dos deputados que escapam pouco à preguiça, dos sindicalistas que estão longe das escolas. Mas para além do futuro dos politécnicos e das universidades, este homem fala das coisas simples que o marcaram: os meninos de escolas isoladas, os educadores que não conseguiam sentar os alunos, o conselho sábio de um homem de Chaves, a senhora idosa que queria aprender a ler. E do mundo pequenino de alguns políticos.»

Anónimo disse...

O Marçal Grilo, homem inteligente e com larga experiência no campo da educação, sabe que muitos dos melhores alunos de hoje são melhores do que os melhores de antigamente. Têm outra visão das coisas, dispõem de uma informação notável, são mais desinibidos. Falam, lêem e escrevem fluentemente línguas estrangeiras, nomeadamente o inglês. São é poucos no meio da massa estudantil.
Mas como os alunos medíocres são muitos, a sociedade quer geralmente elevar-se à custa deles e ridiculariza-os. Realçar os bons faria a sociedade sentir inveja, assim sente-se superior. Esses alunos medíocres são condicionados pelo meio em que vivem (família, escola, localidade, nível de riqueza/pobreza), mas a indisciplina escolar, o facilitismo e o grande número de cadeiras que são mais de ocupação de tempo do que de exploração de ideias é-lhes altamente prejudicial. Transformar a escola em depósito de alunos para sossego dos pais é um erro tremendo. A confusão que em certos espíritos e meios ainda existe entre a disciplina, que é necessária, e o autoritarismo, totalmente dispensável, tem sido nociva e levado a brincadeira a mais e estudo a menos. Já agora, muitos dos professores poderiam ser melhores, mas quando têm uma escola de maior exigência a sua produtividade tende a crescer. Afinal é o que sucede com trabalhadores portugueses que são apenas razoáveis cá mas excelentes no estrangeiro. A liderança das empresas, tal como das instituições, conta muito.
A terminar, uma pequena citação: "O nosso ensino superior é um pouco como passar o vinho do Porto do tonel para as garrafas." Esta é uma frase irónica sobre a frequente situação de não-existência de investigação no ensino superior. Na realidade, é importante que o conhecimento acumulado do professor seja passado para os alunos. Fundamental é também que a garrafa não fique cheia até acima. O espaço para o aluno arejar os conhecimentos adquiridos e neles introduzir a sua parcela pessoal é aquilo que constitui a verdadeira aprendizagem. Ensino que não conduza a aprendizagem interiorizada e, no geral, com aplicabilidade na vida, é ensino inútil.
jmco

Carlos Pires disse...

Marçal Grilo, o homem que criticava o "eduquês" falando um fluente "eduquês".