2007-11-12

calar e ouvir

na magnífica XVII Cimeira Ibero-Americana, este fim de semana, no Chile, a Presidente chilena exortou os chefes de Estado e de Governo participantes : o encontro não pode ficar-se pelas palavras !

jametinhasdito!!

a anfitiriã deve ter rezado para tudo se ficar pelas palavras, eh eh !!!

naturalmente, Michelle Bachelet referia-se a actos e resultados, ou pelo menos, colocando-se os termos no mundo da diplomacia, a metas, estratégias e prazos

mas uma pequena altercação adveio do calor do palavreado do Presidente venezuelano, Chavez, acusando a torto e a direito

ao chegar a vez de José Maria Asnar, o tal do gostinho especial dos Açores, do Iraque e do estranho equívoco sobre a identificação dos assassinos dos atentados de Madrid, o Presidente do Governo espanhol, José Luis Zapatero, defendeu a honra caseira e a "qualificação" do diálogo e das ideias - mais diplomacia da boa, portanto

mas Chávez recalcitrou e fez sobrepor a sua voz às demais - além de Zapatão, também a moderação tentava assegurar o prosseguimento dos trabalhos; e mesmo Michelle Bachelet propôs que não se entrasse em "diálogo" - querendo dizer, tecnicamente, que só há diálogo quando não falam todos ao mesmo tempo, senão só há ruído

enfadado, o Rei de Juan Carlos de Espanha interpelou o falador: "por que não te calas?", dirigiu a Chávez

enfim, o diálogo - de surdos - prossegue, ainda hoje, embora Chávez tenha combinado judiciosamente o seu costumeiro "a mim ninguém me cala" com o voto esperançado de que o episódio não "arrefeça" as boas relações dos bancos, empresas e investidores espanhóis

enfim, por vezes o que custa é ouvir - e nisso nem reis, presidentes e ministros se distinguem
da turba em geral, treinadores de futebol incluídos

é para não estranharmos e, ao menos, em latim nos entendemos





observacões são bem vindas

3 comentários:

Anónimo disse...

Nem sempre é fácil ouvir alguém acusar outra pessoa que não está presente. Zapatero, por sinal de um partido adversário, foi pedagógico na sua contestação às palavras de Chávez, mas o rei mostrou já estar com o saco cheio. É humano, mas é também um facto que o direito divino dos reis já terminou há muito. O Zapatero estava a falar tão bem que a intervenção do Juan Carlos era escusada, mas já que saiu, saiu. Não será por causa disso que virá grande mal ao mundo. Entretanto, note-se que o Chávez é rijo e uma caixinha de surpresas.
jmco

Anónimo disse...

El Presidente Chávez.....¿Escribirá un Tratado sobre "Buon Ton"?

argumentonio disse...

também ao Presidente Uribe incomodou a verborreia de Chávez, que não precisa de escrever muito para ser um autêntico tratado!