Garry Kasparov passou do xadrez, em que foi campeão, à política e nessa nova quadrícula lidera o movimento (ou partido?) Outra Rússia
que outra será não se sabe mas é certo que a pretende sem Putin - ao menos sem Putin no lugar de domínio czarento do que resta da União Soviética
mas o ex-campeão voltou ao xadrez precisamente pelo afã de se manifestar activamente contra Putin
vai daí foi preso e vê o sol aos quadradinhos durante 5 dias, sob acusação de marcha ilegal
ao que consta, teria apenas autorização para a reunião e manifestação, não para grandes marchas!
jogador de ataque, também na política ensaia movimentos surpreendentes
mas a vida, como a política, em boa parte simbolizadas pelo jogo do xadrez, têm outras regras, nem todas conhecidas, e outros espaços, nem todos delimitados, bem como outros "movedores" de peças, nem sempre se apresentando para o confronto leal, próximo e virtual da arte exercida no tabuleiro das 64 casas de cores alternadas, onde se pratica a elegância, a subtileza e o virtuosismo
no mundo real, jametinhamdito, é a doer, os adversários dispõem de outras regras - ou fazem-nas!
e o resultado pode ser bem mais dramático do que a repartição de pontos entre a vitória, empate ou derrota
entretanto, Kasparov jogou também num outro tabuleiro e escreveu um livro de gestão ("How life imitates chess") em que aplica à vida empresarial alguns dos ensinamentos escaquísticos
o Financial Times achou que não é bem assim, com alguma razão, nem tudo se decide ou trata sentadinho ao tabuleiro depois de infinita preparação teórica e treino afincado
seja como for, ficou por aplicar uma das máximas do celebrado campeão: aprender com os erros... dos outros!
até ao momento, Kasparov passa pela prisão e Putin segue a sua marcha sem pedir licença a ninguém, com larga margem (70%) nas sondagens eleitorais
e já agora, ironias da política, o líder partidário Kasparov defende que não haja eleições, precisamente por antever que legitimarão Putin
é que se nem eleições houver, então o pretendente czar estará mesmo para ficar!!!
observacões são bem-vindas
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1 comentário:
Ao meter-se com Putin, Kasparov, o grande mestre xadrezista, só podia ter como garantido que terminaria no xadrez. Sem bispos, nem cavalos, nem rainha que o ajudem, o facto de pretender dar um xeque-mate ao rei-czar só podia dar no que deu. Uns tantos peões não dão para derrotar o grande Putin, que ainda por cima está há anos a tentar restaurar o abalado brio dos russos. Kasparov fez uma má jogada e não me admiraria muito se terminasse os seus ainda longos anos de vida nos EUA como mestre de xadrez, dando formação a jovens e sendo apontado como exemplo do russo inteligente mas ostracizado. Decerto que revistas como a Time ou a Newsweek noticiam as maldades feitas por Putin a Kasparov, enquanto que na Rússia o caso é silenciado e poderão aparecer apenas umas poucas linhas a justificar a prisão do "inimigo da verdadeira Rússia". Francamente, não vimos isto já em qualquer lado, bem mais próximo do que a longínqua Rússia?
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