2005-10-31

Princesa

… e Leonor nasceu !

Bom dia, Leonor !!

Filipe Bourbon de Espanha, Príncipe das Astúrias, o pai babado, jametinhadito que este nascimento materializa a sucessão

com efeito, os socialistas que governam em Espanha dispõem-se a mudar a lei constitucional que rege a sucessão, ainda conferindo em exclusivo aos herdeiros varões o privilégio ao trono

a confirmar-se a superação desta bizarra e anquilosa condição, o nascimento de Leonor poderá simbolizar mais um passo no caminho da igualdade de direitos entre homens e mulheres !!!

fruto da união entre a plebeia Letícia Ortiz e o herdeiro da Coroa Real Espanhola, a novíssima Princesa poderá talvez ajudar a atalhar caminho à queda de outras barreiras infundadas que subsistem nas sociedades de hoje

oxalá


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2005-10-22

ACP 1 - ICEP 0

no rescaldo da apresentação do Orçamento de Estado, o Presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira jámetinhadito que o ICEP é um caso de utilidade reduzida para os custos que comporta, razão porque deveria deixar de existir

assim se fala claro em português e em Portugal

o nosso país dispõe de uma rede complexa e de uma tradição de asociativismo empresarial e as estruturas respectivas bem poderiam ser responsabilizadas e enobrecidas com um conjunto de funções relacionadas com a defesa de interesses próprios

do lado das vantagens inscrevem-se, pelo menos, a forte convicção de os interessados cumprirão melhor tais funções que o Estado, têm os conhecimentos, as competências e as vontades - em vez de se gastar dinheiro com serviços públicos, consultores, edifícios sede, despesas de representação, etc, etc, etc

e de uma vez por todas deixar-se-ia a sempiterna lamúria de que o Estado fez mal ou não fez ou não apoia ou não promove ou não defende ou não comparece ou não está onde é preciso ou não tem competência ou não sabe gerir - pois não ! que tratem disso os próprios interesados e que deixem de se queixar e de consumir recursos escassos

o Orçamento de Estado tem mais, muito mais, por onde se lhe diga, digo, por onde se lhe deite o Dito



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2005-10-21

bloqueio da esquerda

curioso o debate presidencial da RTP1, ontem ao serão

quem mais falou não estava lá, resguardou-se propositadamente no telejornal quando o maralhal ainda não está a tratar das crianças, da deita, da novela, da bola, do nimas, da bica e digestivo, da leitura, da abstração, da distração, do treino, do ensaio, da sessão, da arrumação, do almoço p'rámanhã, das horas extraordinárias (ah! Sérgio Godinho) ou diatribes várias que o final do dia reserva cansada ou evasivamente a quantos e tantos labutam pelo pão e pela nação

então parecia uma discussão dos pecanitos; os outros; não interessa quem; não lá estava quem interessa; eram segundos, terceiros, duplos, sósias; representantes; procuradores, uns com procuração e outros nem; de cartilha, uns; de pacotilha, outros; amigos, alguns; empregados, também, uns mal e outros bem; a mando; a pedido; voluntários; do partido; admiradores; ambiciosos; bajuladores; havia de tudo

mas ao que interessa: perguntada se desistia, Ana Drago disse não; e se percebia que com isso dividia; Ana Drago disse não; e se se importava que assim ganhava a direita; Ana Drago disse não

a repetição é mais que ritual, é estratégica

malgrado o nome enganador, o Bloco de Esquerda só existe para aumentar as chances da direita, jametinhadito

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2005-10-20

como na TV

muito depois de referenciado como um dos eleitos do Ditos, Miguel Gaspar foi galardoado pela Casa da Imprensa, vencendo o Prémio de Crónicas, por causa das que publica jornalmente no Diário de Notícias

humilde, na cerimónia de atribuição que decorreu no Casino Estoril, Miguel Gaspar jametinhadito que se trata do reconhecimento da crítica de televisão

de facto, desde Mário Castrim não havia nada assim na imprensa e na comunicação social portuguesa, sobre as diatribes da TV

e dá gosto ler Miguel Gaspar mas não é bem sobre TV que faz as suas crónicas: é mesmo sobre a vida

talvez aqui se aplique também a conclusão a que há dias chegou João Abrantes, Provedor do leitor no Diário de Notícias, perorando sobre os limites estipulados no respectivo estatuto para as suas atribuições: há que escrever sobre quase tudo !!!

sobretudo, muito sobre a sociedade portuguesa, política incluída

mas também sobre o mundo em geral: a vida está globalizada em grande parte justamente por força do fenómeno televisão e de outras tecnologias que oferecem o mundo inteiro a todo o mundo, multiplicando fragmentos e fragmentando instantes em simultâneo

tal sucede directamente e em tempo real mas também por mil formas de mediatização, que reflectem e em que se reflectem as escolhas televisivas, com responsabilidades repartidas pela influência dos políticos, pela omnipresença dos investidores detentores de interesses empresariais, incluindo publicitários e grupos de comunicação, bem como pelo público que faz as audiências, revelando e "vendendo" as suas preferências, não apenas televisivas mas opções de voto e de vida, senão mesmo de alma

como nos jogos de espelhos sobrepostos, vida e TV reflectem-se mutuamente, até ao infinito

tudo isso captam os profissionais do sector, como insiste em mostrar-nos - e interpelar-nos - Miguel Gaspar, em escritas prazenteiras, crónicas acertadas e críticas certeiras !






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2005-10-18

futebolês

as línguas em que nos entendemos são sempre benvindas e o futebol tem esse especial condão

de facto, jametinhamdito que há mais países na FIFA, a organização mundial do pontapé na bola, do que na ONU, uma colectividade de menor aderência de nações com as quotas em dia

há dias Timor Leste foi admitido à cidadania da bola, o 206º país a entrar; a ONU não chega a tanto

entretanto, as competições prosseguem o seu curso, sendo que as selecções nacionais do Brasil, de Portugal e de Angola (é difícil conceber outra ordem...) estão apuradas para o próximo campeonato do mundo, em 2006, na Alemanha

é festa lusa, concerteza, mais rija em Angola, desde logo pela novidade mas também pelo grau de dificuldade e pelo inesperado do feit

Pepetela bem agoirou, certeiro, porque há muito de injusto na esperada repartição desigual dos benefícios da participação de Angola no mundial

mas um povo em festa é sempre melhor que aos tiros, à míngua ou a carpir

em jeito de exemplo, se palestinianos e israelitas praticassem mais a rivalidade futebolística, crê-se, dedicariam menos energia à destilação do ódio, pois no futebol o adversário é a camisola de cor diferente e não o seu atlético portador

na Libéria, o conhecido futebolista George Weah disputa as eleições presidenciais, está mesmo a caminho da segunda volta com a reputada economista Ellen Johnson Sirleaf

Weah é um velho conhecido dos portugueses por via de episódio menos edificante envolvendo agressões recíprocas a um colega de profissão; mas além de destacado praticante do seu ofício, venceu também títulos de fair play

e pode bem ser o alento de concórdia, motivação e aproximação aos padrões internacionais de que tanto precisa o massacrado povo liberiano



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2005-10-16

puxa-saco

desde há muito que é impossível ler o Expresso, autêntico saco e muitas vezes mesmo um grande puxa-saco, de tão ostensivamente sectário

perdura a memória da frieza olímpica do despedimento de João Carreira Bom, porque jametinhadito umas verdades sobre o patrão da SIC, Pinto Balsemão, igualmente patrão de José António Saraiva, que levou muitos leitores a deixar de comprar o Expresso

de facto, dá-se uma vista de olhos, em casa de algum familiar ou amigo, quantas vezes intocado dentro do respectivo saco publicitário

novidades também não há, para além do frequente tremendismo de muitas parangonas de primeiras páginas, aliás desmentidas pela generalidade da comunicação social nos dias imediatos e pelo próprio Expresso na edição seguinte, a contragosto e em letras pequeninas no interior

hoje, na última página do Público, Vasco Pulido Valente nada arrisca ao apelar a que apareçam concorrentes à altura

verrinoso como de costume, Vasco Pulido Valente dá nota da mudança do director do Expresso como sintoma de fraqueza ou de fracasso de uma história contada, em poucas linhas, desde o favor pessoal de Marcelo Caetano aos jovens liberais, a símbolo e esperança de uma vida democrática após o 25 de Abril de 1974 e à vacuidade de vender papel durante o longo consulado a cargo de José António Saraiva

mas o que verdadeiramente intriga Vasco Pulido Valente é que a classe média o continue a alimentar - devido à própria iliteracia, diz – reinvindicando ainda que o país precisa de um jornal concorrente

fica por saber como: em Portugal, os que sabem ler são os mesmos, porque haverão de comprar outro jornal ?

parece bem que o melhor é confiar na mudança e isso talvez possa estar nas mãos do novo director, Henrique Monteiro, que tem muito a recuperar de 22 anos de perda de prestígio e credibilidade



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2005-10-11

autarquias 2005

se é que há de facto uma surpresa, é persistente: após tantos protestos e reivindicações, denúncias e reclamações, processos e acusações, comentários e opiniões, análises e interrogações, vai-se a ver e ... tudo na mesma !

temos então o que queremos ? merecemos mais ?

explicações há várias, pessoais, locais e nacionais - veja-se excelente apreciação no editorial de Sérgio Figueiredo, no Jornal de Negócios de ontem, 10 de Outubro

objectivamente, mudaram escassas autarquias e, inclusivamente, mantém-se no essencial o nível de apoio autárquico ao partido que suporta o governo mais duramente contestado a nível social desde as fases mais agudas da agonia cavaquista - dir-se-ia que afinal tudo vai bem, qual então a razão para tão ruidosos protestos e reivindicações ?

resta esperar que, nos Tribunais, a lei imponha enfim o seu império e permita corrigir ainda alguns casos, atípicos, do panorama autárquico nacional

e que as reformas em curso e a empreender prossigam corajosamente a trilha de questionar ilegítimos ou onerosos privilégios que atravancam o desenvolvimento harmonioso do país

o mais, perder ou ganhar é democrático !

mas volta a fazer-se ouvir o esplendor e a lucidez do Poeta: se o mundo é feito de mudança, a maior mudança é já não mudar tanto como soía

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Angela

com o voto popular do eleitorado alemão e o acordo de Gerhard Schroeder, a Alemanha terá a sua primeira mulher Chanceler, a pessoa mais jovem a ocupar o cargo, Angela Merkl

parabéns à própria, é claro, mas também à Alemanha e, creio bem, à Europa

a multipartidária solução encontrada, embora ainda haja caminho árduo a percorrer, dignifica em muito a nobreza do gesto e decisão de Gerhard Schroeder, que exerceu honrosamente o cargo em condições difíceis, teve um excelente resultado eleitoral que permite ao SPD manter um contributo significativo na condução política e governativa da Alemanha, sabendo ceder o poder como apenas o fizeram raros grandes da história recente –Botha, Mandela, Gorbachov – em benefício do seu povo e do mundo

felicidades então para Angela Merkl e para a supercoligação governamental que vai dirigir

um voto ainda para que se não cumpram as profecias que a dão como versão nova e alemã de Margaret Thatcher – o que se espera é que as mulheres cheguem à liderança e a exerçam como mulheres, usando e oferecendo as qualidades e virtualidades femininas!

de nada adianta eleger mulheres para se comportarem como mulheres-homens, sargentos, generais ou políticos normais

Angela Merkl doutorou-se em Física em Berlim, na antiga Alemanha de Leste, pelo que reúne ainda outros elementos e vivências intelectuais e espirituais que podem qualificar o seu contributo para os grandes desafios alemães, da consolidação da unificação à chama da progressão tecnológica, científica e económica de que a Alemanha e a Europa carecem para uma participação activa na construção de um mundo melhor

merecidamente, muito boa sorte !




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2005-10-06

gaivota azul



tem direito a pista a Ditosa outubral: contra o que aparenta, é real



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2005-10-04

fazer de contas

agradecidamente, o comentador Guilherme d'Oliveira Martins jametinhadito que se despede hoje (4 de Outubro) dos seus leitores do Diário Económico ... "por causa das novas funções que irei assumir dentro de dias"

em rodapé, o DE deseja felicidades esclarecedoras, especificando "...funções no Tribunal de Contas"

e em extenso artigo de Política, umas páginas antes da dita última crónica, o DE explicita exuberantemente que o Presidente da República deliberou e concertou a dilação do início das "novas funções" de Guilherme d'Oliveira Martins, por via de cuidados de resguardo face a polémicas partidárias próprias das eleições autárquicas

é forçoso concluir que a confirmação presidencial e subsequente tomada de posse de Guilherme d'Oliveira Martins causaria novo chorrilho e pateada geral em vésperas de ida às urnas, compreendendo-se bem o recato de Jorge Sampaio

mas também fica muito claramente visto que toda a gente vê a quem afectaria tal suposta perturbação

a dúvida recai então sobre as razões reais, digo, presidenciais, para o arranjo entre o prolongamento em funções, por mais uns dias, do anterior titular do cargo de Presidente do Tribunal de Contas, bem como o correspectivo diferimento da cerimónia e do início de funções do novo titular, face ao prazo legalmente estipulado, que escorregará o mesmo número de dias para data mais conveniente

de facto, o Governo propôs o Vice-Presidente da bancada parlamentar do PS, em cujas listas foi eleito deputado, para exercer as isentas funções de controlo da actividade governativa

pelos vistos, o Presidente da República dispõe-se a aceitar a façanha, como se de um exemplo democrático e de ética republicana se tratásse

mas Sua Excelência, o Presidente Jorge Sampaio, além de pactuar com a tramóia governamental, também já terá segredado a sua decisão a Guilherme d'Oliveira Martins, assim legitimado a despedidas nas páginas do jornal onde tem feito a defesa encomiástica do Governo que irá fiscalizar com isenção

e o maquiavelismo completa-se com a verdadeira manobra de isentar (sempre há razões de isenção) o Governo e o respectivo partido das mais que justificadas queixas da totalidade da oposição e de outros sectores apartidários, assim benefeciando o infractor, com a desculpa de que é necessário "sublinhar a isenção do cargo"

qual isenção ? no regime do Estado de Direito é absolutamente irrelevante a isenção declarada pelo próprio; o que conta é o decoro e a efectiva distância, incluindo a indispensável salvaguarda das aparências que os agentes do Estado, maxime o mais alto magistrado da Nação, têm o imperioso dever de respeitar - para o poderem fazer respeitar e poderem fazer-se respeitar

chama-se a isto fazer o mal e a caramunha


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azul irresistível

na sua coluna de 3 de Outubro, José Carlos Abrantes aborda ainda tema “azul” sob o ponto de vista do Provedor dos Leitores do Diário de Notícias

lateralmente, ou nem tanto, oferece-nos saborosas literárias e prometedoras referências bibliográficas sobre a cor em apreço – Colette, Michel Pastoreau, L. Guimarães, L. Marshall; invoca a afirmação de Pastoreau que afirma ser o azul a cor preferida da população ocidental – Belém, Belém, Belém; espanta-se com a generalizada representação da água através da cor azul, considerando que confundimos a realidade e a sua expressão colorida – é claro que a água incolor absorve e reflecte luz, em tal medida que resulta azul a sua cor, é o comprimento de onda que caracteriza a sua composição material; cita e subscreve Ruben de Carvalho quanto à uniformização da imprensa – olha quem fala; conclui afectada a imagem e identidade editorial próprias de cada jornal, assim desfavorecendo jornais, leitores e o capital simbólico da imprensa – o que é refutável; e denuncia a submissão das políticas editoriais ao poder económico – sendo verdade, é-o por muito mais e por mais ponderosas e poderosas razões

no entanto, o Provedor dos Leitores do DN alega partir de uma posição favorável à publicidade, que afirma favorecer a informação e a escolha dos consumidores, apesar de certos desvirtuamentos e excessos, considerando que proporciona parte substancial das receitas dos jornais, que de outro modo custariam mais caro aos leitores

ora comecemos neste ponto: a questão da publicidade como fonte de receita não é tanto a sua participação na formação do preço mas a própria sobrevivência do jornal

o preço chega a ser questão de política ou de marketing, multiplicando-se aliás os jornais gratuitos – isto é, grátis para os consumidores, pois bem sabemos que quase nada há gratuito neste mundo e os jornais têm óbvios custos quer sejam pagos ou não pelo consumidor imediato

agora vamos às condicionantes que a publicidade representa para as linhas editoriais: ora, é bem certo que em muitos casos os publicitários querem os seus anúncios colados à informação, nos seus formatos e estilos, na sua proximidade, e a primeira página cumpre essa função

mas também sabemos que só uma linha editorial reconhecível e credível pode funcionar como âncora para tais intentos publicitários

logo, é muito difícil aceitar que por essa via se engana ou desfavorece o leitor, nada disso !

e a reclamação de colo por parte da publicidade é afinal a exaltação da credibilidade editorial construída por um jornal

é também óbvio, para quem aprecia o tema sem preconceitos, que nenhuma submissão económica é mais temível que a que decorre da ausência ou da escassez de recursos, sendo as receitas da publicidade, inversamente, uma fonte de autonomia financeira – e num jornal credível, a colocação de publicidade é disputada por parte dos investidores e anunciantes, contanto seja bem gerido e não se deixe sufocar comercialmente em busca apenas do lucro máximo, isto é, que procure assegurar o equilíbrio sustentável entre as diversas componentes como o retorno accionista, a satisfação de clientes e colaboradores e a inserção harmoniosa na comunidade

ainda como refutação a este argumento de José Carlos Abrantes, importa salientar que a integração dos órgãos de imprensa em poderosos grupos económicos diversificados e globalizados sempre seria maior fonte de dependência económica que a participação numa determinada acção ou campanha publicitária

pelo contrário, demonstra vitalidade e capacidade de actuação concertada, o que é fundamental para a sociedade tal como sucede no caso das emergências humanitárias ou outras causas de manifesto interesse social, com efeitos positivos para cada jornal, para os respectivos leitores e para a comunidade em geral

portanto e por favor, um pouco mais de azul !!!


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2005-10-03

azul

poético é reclamar um pouco mais de azul e cantar, como Gilberto Gil, por quem nos azuleja o dia

mas até já se protesta contra o azul: há dias, o sindicato dos jornalistas revoltava-se contra a submissão da generaliadde dos jornais, pintados à uma pela curiosa e imaginativa campanha azul de certa empresa de telecomunicações, levada efeito na passada quarta-feira, dia 28 de Setembro

e no DN de sexta-feira, 30 de Setembro, João Miguel Tavares tirava o chapéu a tal campanha de marketing e jametinhadito que tal realização prova que a dita empresa “tem muito dinheiro e os jornais têm muito pouco” !!!

ora, tentando comple(men)tar a inteligente análise do jornalista em contracorrente com o respectivo sindicato, talvez possa concluir-se que, uma vez que a proveniência do dinheiro é sempre a mesma – os Clientes – a realidade é que empregamos mais facilmente o nosso dinheiro em comunicações por telemóvel que na compra de jornais

talvez seja reflexo de uma generalizada preferência pelo imediato, instantâneo e actual, que julgamos caracterizar hoje as nossas sociedades

ou serão mesmo tais preferências pelo imediato, instantâneo e actual a própria vitalidade da sociedade, conferindo-lhe afinal a propensão para a velocidade, a aceleração do tempo e o esgotamento das energias, transformando, confundindo e comprimindo a totalidade da vida em pura comunicação ?

para quem está sempre em linha, disposto a comunicar e a encurtar distâncias, as despedidas que pedem cumprimento circunstancial de referência levam sempre um até já

até já



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