o Ditos não prima pela pontualidade nem pela actualidade, aliás de acordo com o estilo definido e consagrado consuetudinariamente vai para 7 anos
mas vez por outra, vai um acabaDito, ó vejais:
a Fundação Gulbenkian promoveu a exibição de filmes de Luísa Schmidt sobre os 40 anos da política ambiental portuguesa, agora editado em DVD, depois da sua emissão em 4 episódios pela RTP, há uns anos
a anteceder o evento, discursaram, além da Autora e de Rui Vilar, Presidente anfitrião, 3 personalidades convidadas (Mário Soares, Miguel Sousa Tavares e Viriato Soromenho Marques) e um homenageado, o interessantíssimo Eng. Correia da Cunha, pioneiro da dita celebrada e quarentona política ambiental: aliás, toda a notável intervenção deste protagonista seria um completo e riquíssimo cardápio de jametinhasDitos!
mas, mais modestamente, vamos ao ponto: Soares historiou e referenciou, ao seu estilo, os factos e as personalidades que o impressionaram (fez justiça a Gonçalo Ribeiro Teles e ao Prof. Mário Ruivo, entre outros) e discorreu elogios sobre o seu amigo, também monárquico, Sousa Tavares, enaltecendo-lhe múltiplas qualidades, mas interrompeu abruptamente o fio de raciocínio para clarificar: referia-se obviamente a Sousa Tavares Pai e não ao Filho, presente na mesa e que de imediato ficou (ainda mais) vermelho que nem um pimentão...
naturalmente, ou seja, na inversa proporção do topete, que tantas vezes falta aos jovens e aos arrogantes, Miguel Sousa Tavares acusou o toque e aproveitou a sua oportunidade de intervenção para ditar para a acta o jametinhasdito de hoje: retomou o ponto e considerou que Soares tinha cometido uma inconfidência, ao revelar publicamente a tendência monárquica de Francisco Sousa Tavares, mas arrancou uma gargalhada da assistência ao asseverar que nos seus últimos tempos, o ex-deputado do PS e do PPD, ex-ministro de Mário Soares, na pasta da Qualidade de Vida (curiosamente, e talvez não por acaso, a secção de Luísa Schmidt no Expresso intitulava-se, salvo erro, "Qualidade devida") enfraquecera bastante a sua convicção monárquica, excepto se Mário Soares fosse o rei!!!
eh eh ...
;_)))
3 comentários:
E depois há aquela situação que me contou Inês Pedrosa: como amiga que era da Laurinda Alves, a Inês Pedrosa costumava ir jantar às vezes a casa do Miguel e da Laurinda. Num desses jantares, a Inês anunciou que iria lançar um livro ( o 1º dela), e o MST (ainda era um simples jornalista e não escritor) ficou tão danado que se levantou da mesa, resmungou e foi-se deitar... tá tudo dito!
Interessante o episódio que conta, António. Lastimo ter perdido essa sessão da Gulbenkian. A Luísa Schmidt tem muito nível e merece todas as palavras de elogio. Já agora, o Viriato Soromenho Marques, que é presentemente um dos administradores da Gulbenkian, é igualmente um indivíduo competente, que me lembro de ter visto em sessões da Quercus há montes de anos. Sempre a lutar por um melhor ambiente. Quanto ao Sousa Tavares pai, foi sempre um lutador. Não foi só no Largo do Carmo que ele apareceu durante o 25 de Abril - as fotos com ele empunhando um megafone foram reproduzidas mil vezes. Foi um jornalista implacável, com editoriais duros mas bem feitos. Durante algum tempo foi, se bem me lembro, director do Centro Nacional de Cultura. É claro que tinha tendências monárquicas, mas não atingia de maneira nenhuma o fervor que o Gonçalo Ribeiro Teles sempre mostrou.
jmco
Parabéns e longa Vida a quem tão Bem vem dizendo.
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