a reforma a pedir reforma!
o Ministério da Saúde, a braços com as dores da crise, engendrou (diz o Público, para o Ditos é um jametinhasdito e mainada!) um "regime excepcional para flexibilizar a contratação de médicos reformados que façam falta aos serviços de saúde...
um conhecido humorista brasileiro tão bem diria: só contaram p'ra você!!
ou seja, valha-nos a santa crise para trazer a lume outro atentado disfarçado - muitos ministérios e empresas antecipam as reformas do respectivo pessoal, para se locupletarem com vários benefícios de redução de custos: poupam em descontos para a segurança social; poupam em prémios variáveis e vários fringe beneficts; poupam em despesas fixas com instalações, equipamentos e logística; poupam na progressão salarial dos que se reformam; ganham também em flexibilidade do quadro de pessoal, passando a dispor dos serviços dos mesmos trabalhadores através de contratos de prestação de serviço, vulgo FSE, directamente ou por intermédio de empresas de colocação de pessoal, empreiteiros, etc., a contrato precário, a recibo verde ou até... na informalidade...
claro que sobrecarregam o erário público, designadamente a segurança social
mas também sobrecarregam o país, pois o país não se pode dar ao luxo de continuar a aumentar os encargos com reformas de pessoas que ainda estão produtivas - e que ou passam à inactividade precocemente ou voltam ao mercado de trabalho em busca de rendimentos extra mas com um aproveitamento suboptimo, em prejuízo dos contribuintes, do conjunto da economia e da comunidade
mas o mais ridículo é a oficialização do procedimento e a emissão de normas "enfatizadoras" de proibições já existentes e que pura e simplesmente não são aplicadas nem fiscalizadas nem punidas as infracções
ora se os reformados antecipados são necessários, até dentro da mesma entidade empregadora, como se compreende a autorização da antecipação da reforma e subsequente re-contratação em "regime excepcional" ?