2008-08-24

palmeiras

tudo tem a sua ciência, é certo e sabido, tanto quanto há sempre quem se julgue no direito de achar que sabe um pouco de tudo, ao menos de muitas coisas, vá lá, de algumas, eventualmente apenas por recurso ao bom senso, embora sempre falível quando se entra no campo específico das especialidades especializadas


por exemplo, quem é que sabe tudo de palmeiras?
umas nascem e crescem espontaneamente, sabe-se lá onde, dispensando sensos e técnicos!
outras têm localização rigorosa, após aturado estudo técnico-centífico e deliberação cuidadamente planeada, integrando-se em elaborados planos de arquitectura paisagística, a que poucos acedem...

esse mundo é então de iniciados: arquitectos paisagistas, jardineiros, regentes agrícolas, engenheiros agrónomos, agrónomos (se os há, sem engenharia...) ou botânicos, etc !

mas o mundo não acaba nos técnicos e por isso haverá uma hierarquia da coisa: coordenadores, chefes, responsáveis, directores, vereadores, políticos, o costume, pelo menos

depois, é só fazer as contas - quer dizer, a aplicação prática: avaliar o caso concreto, diagnóstico das necessidades (que segundo as melhores leis do marketing podem ser criadas e desenvolvidas expressamente para gerar um produto que lhes dê adequada resposta e mesmo, quiçá, quem sabe, porque não?, vê-se de tudo, hipotética satisfação) e projecto de resolução, arranque, execução, implementação e, além do mais, concretização, os chamados finalmentes

com ideias, imagens reais e virtuais, comparatística, seriação, benchmark, apresentação, arte-final, embrulho e expedição - business as usual, no fim de contas

e semear, ou adquirir de viveiro, no estádio mais interessante, com patine se preciso for - lembrando António Mega Ferreira, sobre a 'Expo98', hoje Parque das Nações, que recentemente afirmou ter há dez anos declarado que a zona seria bem mais simpática depois de decorrida uma década e vangloriando-se do acerto da previsão agora que já lá há árvores! extraordinário, com umas árvores o espaço fica melhor, mesmo se preenchido a cimento até ao milímetro, não tarda a Expo terá patine, os anos passam e ...

bom, mas então e as palmeiras?

ora, um dos magníficos viadutos de Lisboa, baptizado, inaugurado e, no caso, até já em funcionamento, sobrevoa uma estação da crescente rede do Metropolitano, a do Alto dos Moinhos, uma das novas mas ainda subterrânea, à antiga

à antiga mas em zona nova e descampada, confinando com estaleiros das urbanizações contíguas ao Estádio da Luz, do Hospital dos Lusíadas e do arranjo do próprio viaduto, cujas obras se eternizam e enfernizam a (falta de) segurança envolvente

apesar de se descurar o essencial (completar as obras, eliminar os estaleiros e conferir segurança aos utentes do local) o projecto previa certo "arranjo paisagístico" para a entrada da estação do metropolitano - que é também a entrada do Museu da Música e do Auditório da empresa Metropolitando de Lisboa - incluindo uma escultura e ... quatro palmeiras !!!!

as ditas palmeiras, abaixo ilustradas, embelezando a entrada da estação e o complicado cruzamento (verdadeiro nó cego, difícil de desatar) rodoviário, ficaram lindas no local, debaixo do viaduto!

sim, debaixo do viaduto!!

jametinhamdito, palmeiras a crescer debaixo do viaduto!!!

he he he ...

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observacões são bem vindas

1 comentário:

Anónimo disse...

Com hospital ao pé e os vândalos da Luz não longe, isso é medida que protege as meninas palmeiras para elas crescerem sem grandes problemas. Assim não têm de inalar tão directamente o fumo que sai do escape dos automóveis. E, se chegarem um dia a alcançar a parte de baixo do viaduto, haverá sempre uma alma caridosa que vai abrir um buraco para que as coitadas vejam mais directamente a luz do sol.
(Outra versão sugere-me que houve ali mão de botânico recém-formado, que assim procurou criar uma nova espécie de palmeiras-viaduto, resistentes a tudo no contaminado ambiente citadino. Quem sabe?)
jmco