A precisar de um post low cost, o ditos inspira-se na excelente crónica “check out”, assinada por Aníbal Rodrigues, na Fugas/Público, de 9 de Agosto.
Aí consta, enunciadamente, um belo rol de razões para se poupar combustível na condução automóvel.
E é fácil entender, o bolso agradece, o ambiente também, a mecânica, o espírito de férias, a saúde por via do estado mais relaxado do condutor, maior ponderação na escolha do local para abastecer em busca de condições óptimas de preço e serviço, descontos, promoções, brindes, prémios e outras pontuações…
Enfim, nada de novo mas é sempre bom saber, recordar, insistir, experimentar, reviver. Afinal, é tempo de férias!
Sendo assim, o jametinhasdito vai para o … não dito – é um grandioso janãometinhasdito!!!
É verdade, o cronista entusiasta da condução moderada e ponderação praticamente não se refere a “velocidade”… conceito com o qual é difícil competir, mesmo recorrendo a tão ponderosos argumentos como os expendidos, todos de muito preço…
E, sobretudo, omitindo cuidada, inteligente e deliberadamente qualquer referência a … “acidentes”, “choques”, “sinistralidade rodoviária”, “danos”, “prejuízos”.
Pois o jametinhasdito omissivo é de ouro: mesmo em ocasião propícia a maior disponibilidade mental, o presumível leitor tende a desconsiderar tudo o que soe a problemas e, como bem se sabe, as complicações só acontecem aos outros.
A desgraça da sinistralidade tem sido invocada repetida e intensivamente mas com parcos resultados – positivos, é certo, mas diminutos face à importância e às consequências do tema na sociedade e nas vidas pessoais e familiares dos potenciais interessados: todos nós.
Também o argumento do ambiente percorre o seu trajecto bem devagar…
É pois justo reconhecer a excelente estratégia do cronista, ao ir directamente onde mais dói – o aspectozinho económico, sempre relevante mas com foros de podium em época de crise.
Embora esta, diga-se, custe a aparecer na forma agressiva que persiste na condução automóvel, em estrada ou na cidade, pois continua a ver-se extensas filas e verdadeiras corridas em contra-relógio ou pelo melhor lugar de estacionamento, em cima do passeio que seja - como lembrava o pouco liberal J. C. Espada no Expresso, face ao olímpico desprezo, de autoridades, responsáveis e cidadãos, por tudo e todos, quando o assunto é o automóvel de cada um.
Já o “Sol” vai a estatísticas devastadoras: olhando para os acidentes rodoviários do início de Agosto, um pouco por todos o País, a causa apontada é sempre a mesma, o “excesso de velocidade”. Apenas num dos casos é indicada a “falta de cinto de segurança”, mas é fácil entender que esta não é a razão do acidente mas apenas do tipo de danos e da gravidade das suas consequências.
É claro que em toda a condução automóvel, como em tantas actividades humanas, está presente o risco de acidente. E, infelizmente, há em geral mais factores para além da velocidade, concorrendo para a causa e ocorrência de muitos acidentes.
Mas é notório que os efeitos da velocidade são muitíssimo menosprezados. Bem vinda pois, ainda que a pretexto da poupança de euros, a análise e recomendação dos efeitos positivos de uma condução automóvel mais consciente, pausada e ponderada – há tempo!!!
Tempo de ter tempo ...
observacões são bem vindas
PS - e um honroso salve às propostas low cost do dito Fugas, viajando um pouco por todo o mundo, cá dentro incluído, faunas, floras e aventuras diversas, a nostalgia em Vieira de Leiria - onde se celebra a insuficiência de meios, mesmo voluntária, em busca da imaginação, da simplicidade e, afinal, da vida, em sensações e sentimentos simples e genuínos, experiências que perduram, na pele e por dentro, no coração e na alma, o que vale no fim e valeu desde o princípio - pois há lá melhor ?
2008-08-14
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário