2012-01-20

Adolfinho?


sim, esse mesmo!


mas... de que falamos quando falamos de Hitler?

em entrevista outro dia, à Revista Visão, o dirigente sindicalista Manuel Carvalho da Silva jametinhadito, ao Ministro da Solidariedade: "vá ler os discursos dos governantes do Governo de Vichy, do período de ocupação nazi", referindo-se ao argumentário recorrente do "superior interesse do Estado" e outras vagas alarvidades repetidas com ar pungente por muitos políticos europeus colados e alapados ao statu quo, aos Estados e aos aparelhos partidários, autoritarismos que também germinam, florescem e se encontram em sectores civis, empresariais e outros que tais

«Destinatário desconhecido», em cena até dia 29, com Ana Paula Eusébio, Carlos Medeiros e Fernando Rodrigues, encenados por Ana Paula Eusébio, encena obra da americana Kathrine Kressmann Taylor, adaptada por Bertold Brecht, sobre a amizade, traição e vingança entre um judeu americano e um alemão, amigos e sócios de longa data, que assistem com perspectivas opostas à aparição do fenómeno Hitler e do seu ascendente sobre a nação alemã e o seu povo, bem como aos efeitos devastadores sobre a capacidade de entendimento e livre decisão de muitos seres humanos, e a tragédia consequente sobre parte significativa da humanidade

de muito interesse e mais actual do que possa pensar-se, a peça do Teatro Trêsmaisum revela-nos como o despontar da tragédia é indiciado à clara luz, vivamente denunciado, mas muitas pessoas se obnubilam com o imediato, com promessa de futuros grandiosos assente em cenários de negrume, com a necessidade de inevitáveis reformas estruturais impostas por quem para si arroga a liderança - e de crescendo em crescendo, a redução da escolha tolhe a própria capacidade de escolha: assim se escreveram as mais negras páginas do século XX, numa altura e em geografias onde já havia informação, civilização e democracia

a ver, com olhos de ver






observações são bem vindas obrigado ;_)))

Nota: 10€, Auditório Carlos Paredes, Junta de Freguesia de Benfica, Av. Gomes Pereira, a meio, entre a Estação ferroviária de Benfica e a Estrada de Benfica

2 comentários:

Anónimo disse...

Obrigado pela dica, António. Vou tentar ver!

jmco

Sofá Amarelo disse...

Antes o destinatário desconhecido que o destinatário com o nome de Hitler!