«5. The final outcome of the process initiated with this surprise announcement could be favorable if political parties and social partners are more supportive than they have been in the last two years of a well designed program of fiscal consolidation and structural reforms. Indeed, a broad coalition for change would improve the political legitimacy of such a program as well as current market perceptions of Portugal’s risk.
Lisbon, 21 March, 2011»
ou seja, ontem, sem avisar o País, o maior partido da oposição jametinhadito ao estrangeiro, à Europa, ao mundo, aos mercados (por ordem crescente de importância!) que o problema se resolve é com uma bela coligação, digamos, abrangente
é bom que as coligações sejam abrangentes (Alberto João Jardim apareceu na TV a dizer que isto só lá vai com uma maioria constitucional, por contraponto à maioria absoluta, que considerou insuficiente para o efeito) e que haja propostas de lançar mãos à obra para fazer o trabalho que é preciso fazer
mas, convém recordar, quando ganhou as últimas eleições legislativas, com maioria simples, o partido do Governo perguntou a todas as forças partidárias por propostas de governabilidade, especialmente em função da conveniência de abrangência para assegurar a estabilidade governativa
nessa altura, as forças partidárias consultadas pelo partido do Governo declararam nada ter a declarar, argumentando posteriormente que o partido vencedor deveria governar sozinho e que a maioria relativa não impediria a estabilidade governativa porque a oposição seria responsável
será que o PPD/PSD entende agora diferente?
sentir-se-á preparado para partilhar o poder?
e para integrar uma coligação abrangente provocará eleições antecipadas?
como facto novo a justificar a mudança de avaliação nem pode alegar-se a derrota do candidato apoiado pelo PS nas eleições presidenciais - isso já aconteceu antes...
parece um mero atirar o barro à parede mas a antecipação das eleições, apesar do folclore dispensável, poderia substituir o estado retórico do País por alguma acção, que a conversa já cansa
uma vez que não foi possível uma coligação com a actual proporção resultante da anterior escolha eleitoral, que a continuidade do Governo depende sempre da oposição em maioria e a confirmar-se a intenção do PPD/PSD, volte a decisão ao gesto eleitoral, assim o queira o Primeiro-Ministro ou Presidente da República
ainda assim, a preconizada coligação abrangente deveria ser anunciada e assumida pelas forças envolvidas
observações são bem vindas ;->>>
2 comentários:
Pelo que li, resumo: uma coligação é vista como desejável, mas sendo o PPD/PSD o partido líder, maioritário, e não o PS. Assim, segundo a letra do texto, a coisa resultará: as reformas necessárias serão implementadas e os objectivos prometidos e contratados com a União Europeia pelo líder do actual governo serão cumpridos.
(À cautela, na óbvia ausência de resultados das futuras eleições,o PPD/PSD não indica qual o parceiro preferido da coligação.)
A clubite mantém-se. O país sofre. O barco anda comandado por timoneiros pouco dextros. Com o tempo, a crise alastra.
jmco
o que mais me surpreende é como é que tantos assessores, tantos conselheiros, tantos "entendidos" ( de todos os partidos) não previram que isto ia acontecer, se até o sr. josé da mercearia da esquina dizia já há muitos anos que isto um dia iria rebentar pois um país que tudo consome e nada produz a bom porto não conduz!!!!
Enviar um comentário