2009-06-03

campanha europeia


e o Ditos (re)entra na campanha para as eleições europeias, que em Portugal se realizam daqui a 3 dias, num domingo 7 de Junho de insondáveis geometrias também partidárias e eleitorais

 

para começar, uma declaração de interesses, de resto já antecipada - o Ditos aposta na Europa!


por várias razões: 


- porque onde a terra acaba e o mar começa é por inteiro território europeu, aliás, como dizia o Poeta, o seu rosto! 

- mas também porque o desígnio de Portugal sempre foi ser de todo o mundo e, portanto, Europa incluída!! 

- e também por acreditar que valeram bem a pena (!!!) os esforços de quem conseguiu acabar com o isolamento de Portugal na Europa e no mundo, integrando o País na mais relevante experiência de integração regional de que há memória sob a égide da paz e ainda pelos consideráveis e recíprocos benefícios económicos e de coesão social e política da nossa participação na União Europeia e no Euro

 

mas ainda porque há um futuro melhor a prosseguir, um passado a respeitar, um presente a conquistar, porque é preciso lutar contra a obscuridade e contra a xenofobia, porque há uma carta de direitos humanos a efectivar, porque há novas identidades a alcançar sem descaracterizar o que é primordial ao nosso ser e sentir de Nação mais antiga da humanidade, por vezes sob condições muito adversas que os nossos antepassados souberam superar e transmitir, e há que passar a mensagem às novas gerações, contra a indiferença, a dissolução e a abstenção, dando a cada um os meios, mos incentivos e as oportunidades para construir a fortaleza interior a que se referia o Português e Europeu Francisco de Holanda


também por causa disso e embora pouco disso tenha sido ouvido na campanha em curso, o Ditos tem um candidato preferido para mandar para longe - com efeito, muito se confirmou de há tempos para cá e Nuno Melo, cabeça de lista, dirigente partidário do CDS/PP e membro da Comissão Parlamentar de inquérito ao designado caso BPN, tem feito uma exemplar gestão eleitoral da agenda de comunicação das investigações em que participa, tudo conduzindo em benefício da sua candidatura e sem olhar a elementares princípios de hombridade, de ética política e de civilidade eleitoral, ou seja, conseguiu exceder as péssimas previsões que mereceu

 

efectuado o registo de interesses, importa assinalar brevemente o que a campanha tem oferecido a pequenas deambulações urbanas, pequeníssimas deambulações televisivas e alguma atenção à comunicação social ouvida e lida, on line incluída: no essencial, nada de novo!!

 

o que há de novo parece irrelevante - uns cartazes com rostos novos e siglas indecifráveis, algumas sem mais  prostradas no chão à porta do metropolitano, que não construíram um mínimo de mensagem reconhecível junto do eleitorado, outros cartazes escurecidos entretanto tentativamente branqueados, mais umas cachaporradas nos candidatos do PS à boa maneira dos desiludidos do PREC, o BE continua a apoiar a ETA e numa deriva palavrosa encantatória de quem se quer deixar encantar por desarrimados arroubos de regresso a nacionalizações de vários sectores, o PC mantém-se militantemente esconjurado em coligação (azul!) descomunizante de quem não reparou na queda do muro de Berlim, vai para uma eternidade, como certos crentes durante séculos não admitiam os movimentos siderais da Terra


e pouco mais

 

a incomodidade do PPD/PSD no seu próprio fato é antiga e a xenofobia securitária do CDS/PP já fede


ah... o Partido da Terra (?) apresenta como joker o movimento Libertas - seja lá o que seja, apresenta-se como (sic) «o único partido que é totalmente devotado a construir uma União Europeia melhor para si. A Libertas é o único partido que é pan-europeu. Isto significa que quando vota por Libertas está a votar por um partido que pode efectivamente trazer uma verdadeira possibilidade de tornar a UE mais aberta e responsável» 


jametinhasdito: e responsável… está convencido? além da linguagem cuidada e exemplar, tipo bué da fixe, pode não aspirar a ter grande votação mas anuncia muita devoção!!!



e é isto, por junto, razão porque fez bem quem, para se informar, não esperou pelo período de campanha eleitoral, época sinistra de arreigada intolerância


a tolerância pode nem ser uma das 7 virtudes e tão pouco uma das 4 virtudes cardinais mas sempre é uma regra de conduta moral e de boa convivência social, que parece incompatível com as campanhas eleitorais por notória falta de respeito para com as demais propostas partidárias, para com a decência no cumprimento de um mínimo de obrigações informativas especificamente em matérias referentes às eleições em questão e para com a inteligência dos eleitores e dos cidadãos em geral


se apresentar e defender o próprio programa eleitoral é um direito e um dever dos candidatos partidários, obrigação maior é respeitar sempre os outros pontos de vista, com elevação intelectual, crítica construtiva e apresentação de propostas alternativas ou, numa palavra, tolerância


mas obviamente é preciso muito mais do que isso e temos entre nós pessoas com capacidades para tudo isso e muito mais, embora talvez se encontrem muito poucas nas listas eleitorais - mas se não estão nas listas, estão pelo menos nos cadernos eleitorais e então podem e devem ir votar


e por tudo, domingo que vem, é favor ir votar, para um bom começar!!!





observações são bem vindas
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2 comentários:

Anónimo disse...

Não deixar que se desperdice mesmo o que está no fundo do tacho e emitir uma mensagem que todos entendam como positiva é sempre uma missão de louvar.
jmco

Sofá Amarelo disse...

Aqui está um post completíssimo e apelativo! Obrigado pelas informações!

Vou só acrescentar uma coisita, talvez irrelevante, mas pronto, algo que me anda a tolher o discernimento: nesta campanha não ficou a saber-se nada, mas absolutamente nada, daquilo que os partidos pretendem fazer na Europa. Por outro lado, ficou a saber-se tudo aquilo que é ataque, nem direi político, ataque mesquinho, de péssimo tom - gosto de campanhas com discussões de ideias mas parece que há falta de ideias há sempre um palavreado que pelo menos dá audiências, não quer dizer que dê votos - a ver vamos no dia 7 o valor da abstenção - os portugueses na hora da verdade às vezes reservam umas surpresas, será que têm alguma na manga desta vez?

Um bom abraço. E boas votações. Lá estarei também algures numa qualquer mesa de voto deste rectângulo à beira-Atlântico plantado!