há dias, em mais uma entrevista, pergutaram abruptamente a Mia Couto: "que acha da situação de África?"
a resposta foi inteligente: "qual África? há várias Áfricas..."
assim é, de facto, jametinhamdito!
hoje, em Lisboa, Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, revelou-se preocupado e considerou a pobreza, a Sida e as deficiências na saúde os problemas mais graves do continente africano, que são actualmenteo centro dos esforços da ONU, salientando a difícil situação no Darfur, no Sudão, e na Somália
nem uma palavra sobre as ditaduras, a usura e a promoção da guerra civil fraticida que trepana vários povos africanos desde há décadas e que geram a pobreza, a Sida, as deficiências na saúde, a perpetuação da dívida, o Darfur, o Sudão, a Somália, Angola (curioso o despacho "ausente" da Angolapress, que refere vários temas menos o que interessa), Moçambique, o Zimbabwe e por aí diante
a que foge a ONU ?
observacões são bem vindas
2007-07-10
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1 comentário:
O António sabe tão bem ou melhor do que eu que existe um falar diplomático que parece abordar os problemas reais mas na realidade os escamoteia. (Permito-me voltar a recomendar-lhe o Exterminem todas as Bestas, do Sven Lundqvist (ou Lindqvist?)Não se pode chamar os bois pelos nomes. Articular palavras abstractas - mas repletas de casos concretíssimos - como pobreza, Sida e outras doenças, é conversa mole. Você tem toda a razão quando se refere às ditaduras, e teria também se mencionasse a educação, que continua e continuará durante longo tempo muito deficiente em múltiplas partes de África. Mas, como sabe, tem que haver pobres para serem explorados pelos que pretendem enriquecer. Quanto às lutas fratricidas, são uma benesse, pois deixam que "eles" se matem uns aos outros e deixem europeus e americanos de mãos limpas. E, já agora, também os chineses.
Quando os fluxos financeiros que circulam no mundo são mais importantes do que a economia dos países (e das pessoas,claro), estamos perante uma enorme desumanização das sociedades. Será que a África das pessoas é prioritária? Prioritária é apenas a exploração do petróleo, dos diamantes, da madeira exótica e de coisas deste género. As pessoas são englobadas na rubrica "Recursos". Calha serem humanos.
Carvalho-Oliveira
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