2005-03-08

estrada sinistra

o Forum Mulher, onde todos podemos falar, perguntava hoje a que razões se poderá atribuir a diminuição, em cerca de 17%, do número de vítimas mortais nas estradas portuguesas, entre 2003 e 2004

só por si, a pergunta contém algumas respostas preocupantes

é que não se sabem as razões

de facto, desconhecem-se as causas dos acidentes rodoviários

e quando se conhecem, tardam ou não chegam as conclusões

uns culpam tudo e todos, outros os condutores, outros a falta de educação e civismo, outros a falta de visão ou de visibilidade, muitos culpam o excesso de velocidade, as manobras perigosas, a má qualidade das estradas, a má sinalização, o mau tempo, o azar, todos cheios de razão

e continuamos sem saber porquê

falta o estudo imediato e sistemático das causas de cada acidente, com resultados públicos, identificando os indícios, as causas prováveis, as circunstâncias relevantes

no IP 4 aumentou o número de acidentes e mortos no mesmo período

são os condutores ? o civismo travou no IP 4 ? a educação escolar ultrapassou o IP 4 a grande velocidade ?

sabe-se que o tráfego aumentou e é muito superior aos pressupostos na concepção do projecto

terá separadores centrais ? curvas suaves e abertas ? declives moderados ? inclinações laterais em função das leis da inércia ? parte importante da sinalização está nos sucateiros de alumínio ?

um senhor do Governo abriu o Forum e jametinhadito bla bla bla bla, é prova da aposta certa do Governo (?) na educação (??), no reforço das multas e (???) na fiscalização

um palpite: a proliferação de rotundas, desde que sinalizadas, contribuem para menos acidentes e menos graves - evitam ou diminuem as situações de choque frontal, frequentes nos cruzamentos

outro, talvez mais significativo quanto à redução da gravidade dos danos: os automóveis estão cada vez mais seguros !

mas continuam a ser perigosos e o perigo que representam continua a ser desconsiderado - é hoje fácil instalar, de fábrica, tacógrafos em todos os veículos

uma espécie de caixa negra do automóvel, encarregando cada um da sua própria fiscalização, preventivamente mas também para apuramento tão inequívoco quanto possível de responsabilidades

contra o consumo desenfreado de combustível

contra a caça à multa que continua a entreter uns quantos à custa da vida muitos

contra o abuso imoderado da velocidade - apenas sujeito a controlo em situações de extrema singularidade: envergonhada e cobardemente, com os agentes escondidos ou dissimulados; quando não haja outros veículos em circulação para evitar a margem de erro; em locais propícios, como longas estradas sem trânsito; ou seja, o controlo acaba por ser feito quase só nas situações menos perigosas

esquecendo o controlo nos locais onde o perigo acontece e se desenlaça em acidente

mas está fora do alcance imediato !

quem iria impor o uso generalizado de tacógrafos, a fiscalização preventiva e pedagógica, a formação precoce, a educação para a acalmia do tráfego, a identificação dos responsáveis pela concepção, manutenção, monitorização e sinalização das vias, a alteração das técnicas e dos materiais da sinalização, a expertize dos técnicos envolvidos ? ? ?





observacoes sao benvindas

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