2011-11-30

Fado sentido


Ana Maria tinha 59 anos


do bairro do Samba ao "Chá das seis" do Miramar, em Luanda, do recomeçar nas Portas do Sol à Grande Noite do Fado e às trovas e cantares de Alfama, todo um Atlântico de lusofonia e saudade na voz de Ana Maria Dias ajudou a tornar o Fado universal

Ana Maria partiu no dia do reconhecimento mundial do Fado como património imaterial da humanidade, pelo que é inteiramente merecida uma justa homenagem a quem surpreendia sempre - e bem o sabia!

numa das suas magistrais interpretações, Ana Maria é certeira e jametinhadito: cantarei até ao fim o Fado que herdei do povo!!

assim é e assim foi: o Fado é universal porque vem do povo, herdeiro de várias culturas cruzadas na lusofonia e em boa hora devolvido ao mundo como toda a arte maior, capaz de tornar universal o que é particular, porque feito de nobres sentimentos e afectos irreprimíveis

exímia também noutras formas de expressão além Fado, provou à saciedade que as distâncias são apenas formais e meramente aparentes, são riquezas expressivas de cores, vozes, melodias, todas massa do mesmo afecto e sentimento

mesmo nos fados mais difíceis, o outro olhar é, também, o nosso!!!







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2011-11-24

greve à greve



uma greve criativa




via Antena2

Na Sinfonia do Adeus de Haydn, os músicos vão saindo do palco um a um. A estreia, em 1772, funcionou como um protesto contra màs condições de trabalho. Uma "greve" peculiar. Ver mesmo até ao fim" Igor Gruppman conducts the Mariinsky Theatre Orchestra in Haydn's "Farewell" Symphony, No. 45, 4th mvt!


Além da criatividade, do momento musical e da intervenção, o jametinhasdito de júbilo vai para o respeito e o cuidado de todos os músicos, maestro incluído, em sair sem perturbar a obra nem os que prosseguem o seu trabalho e os legítimos direitos e expectativas de quem está a usufruir!!


Bom trabalho e boa greve!!!


;_)))





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2011-11-16

poder louco


na sua página oficial, o Presidente do Iémene exorta a oposição ao diálogo construtivo, o que poderia parecer uma declaração sensata e positiva

porém, no telejornal da manhã, afirmando-se disposto a cumprir o proposto pelo Conselho de Cooperação do Golfo, Ali Abdullah Saleh jametinhadito que «só um louco se agarra ao poder»!...

ora, agarrado ao poder há 33 anos (faz lembrar outras personalidades...) o ditador parece ter sido vítima de uma chispa de lucidez - embora a dúvida seja também legítima, pode ser mero reflexo dos acontecimentos na Líbia, com a selvática chacina do selvático tirano, e da Síria, onde o recrudescimento da repressão atinge o paroxismo apesar das sanções da comunidade internacional e da suspensão da Liga Árabe

Saleh saiu do Iémene em sequência de um atentado em que foi ferido, há meio ano, e depois de regressar já impôs condições para deixar o cargo, para agora falar em 90 dias e 60 dias para abdicar

infelizmente, muita retórica e muitos mortos depois, é de esperar o pior...



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2011-11-12

da Alemanha, com amor












O discurso de Helmut Schmidt foi o discurso de um senhor. Não terá sido um grande discurso em termos de extensão, mas foi um discurso sentido e contido, de resumo do que é a Alemanha hoje e do que foi durante o século XX. Sem hesitações, classificou a actual situação do país e dos alemães como a melhor jamais vivida pela nação, a despeito da grande crise financeira que assola o mundo, ocidental e também oriental. Lembrou que a Alemanha é o país que mais vizinhos tem. Salientou a França e a Polónia, devido aos acidentes de guerra passados, e terminou com o mote da necessária solidariedade com os seus vizinhos, que ajudaram a Alemanha e lhe permitiram chegar à situação que alcançou, “como vizinhos amigos deverão permanecer durante todo o século XXI.” “O maior de todos os deveres da Alemanha é o de manter uma política de boa vizinhança.”

Um abraço, António!

ZMco (gentileza de José Manuel Carvalho-Oliveira)



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documentário

notícia

2011-11-04

iluminosa


sim, uma ditosa num pedestal de luz fica muito Bem na arquitectura e na alegoria!



em sua pose e geometria, um hino à alegria?

bom dia ;_)))




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2011-11-02

referendeuro



depois de muitos salamaleques, cimeiras e seus sobressaltos, muitos políticos regressaram aos seus países com  sorrisos nervosos e ambíguos - um perdão de dívida apaziguava gregos e troianos

mas o nervoso sobrepôs-se e as bolsas chiaram, até na China - o Governo da terra da democracia fala em referendo para que o povo se pronuncie (mas, pelo sim pelo não, mudou as chefias militares...) e a Europa revela a sua face, com ameaças veladas: havendo referendo, é bloqueada a ajuda (!?) financeira

claro que esta história faz lembrar a fábula da rã e do lacrau: ao atravessar o rio à boleia, o lacrau não resiste à sua natureza e dá uma ferroada na rã - será que o euro vai por água abaixo?

na realidade, mesmo com o colossal perdão de 50%, a dívida grega ainda fica muito acima do PIB - e a vencer juro altíssimo, o valor só poderá agravar-se pois teria que haver crescimento - e, pelo contrário, há recessão - para se conseguir amortizar algum capital

o resto é aritmética - e os gregos, desde antes de Euclides, sabem fazer contas


é difícil prever mas Papandreou parece comportar-se como Sócrates e engendrou uma estratégia para... sair da governação - ante a perspectiva da calamidade, as facções partidárias e as ambições de poder provavelmente chumbam o projecto referendário e oferecem de bandeja um bom pretexto para a demissão do governo socialista grego

por falar em ambições de poder, Passos Coelho deverá tomar apontamentos, a tragédia grega é demasiado parecida com a situação portuguesa, além da aritmética ser basicamente a mesma: não temos dinheiro nem, daqui a pouco, quem nos empreste - e o mesmo poderá suceder a outros países ditos periféricos

a Europa, de "Merkozy" aos especuladores privados, ficará também de aflitos - sem devedores, quem lhes assegura o rendimentozinho dos juros? e como escoarão os seus produtos? invadirão a Grécia e voltarão a guerrear entre si?

esta aindanãometinhamdito...




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