2010-02-24

Madeeeeeeeiraaaaaa!


naturalmente, desde o início da Humanidade (como aliás é comum à generalidade das espécies!!) que o Homem explora, ocupa e habita locais de risco, sujeitando-se ao resultado desproporcionado de uma medição de forças com a natureza

na calamidade que a Madeira sofreu e cuja extensão se encontra ainda por determinar, verificamos precisamente o rolo compressor dos elementos naturais com efeitos devastadores e lamentáveis perdas de vidas e bens

é certo que a intensidade da presença e pressão humana sobre o território da Ilha da Madeira representa bem um expoente da temeridade, uma vez que basta olhar para o alto dos cerros e para os instáveis morros e precipícios, onde cada milímetro quadrado, quer dizer, cada milímetro cúbico de espaço é aproveitado para alguma utilidade humana, seja construções habitacionais ou instalações produtivas, vias de comunicação rasgadas nas íngremes vertentes ou nos profundos e extensos túneis que percorrem a Madeira

trata-se de uma luta permanete entre as necessidades do Homem e as condições do território, sendo o domínio dos riscos algo susceptível de consideração em grau variável, nem sempre respeitoso e prudente, nem sempre observando as boas regras técnicas e o estado da arte e do conhecimento, nem sempre seguindo os avisos que se oferecem

é também certo que o primeiro sentimento é a comoção, resultante da perplexidade perante a dimensão da tragédia que se abateu sobre o povo da Madeira, dimensão ainda maior que as sofridas por outros portugueses no continente e no mar ao longo deste rigoroso Inverno

em segundo lugar impõe-se a solidariedade e a pronta actuação, o que se tem verificado a nível nacional e local, multiplicando-se as expressões de apoio quer em alento quer em arregaçar de mangas quer em contribuição de muitas outras formas, incluindo os donativos monetários e organização de iniciativas e eventos com essa finalidade, afigurando-se que tanto em termos institucionais como em actos avulsos nos podemos orgulhar de uma reacção activa, imediata e generosa de todos - governantes incluídos

com efeito, autoridades várias intervieram de imediato, em acção coordenada, com o Primeiro Ministro e outros membros do Governo a deslocarem-se prontamente à Ilha da Madeira para articulação com o Governo Regional, seguindo o Presidente da República já hoje com a mesma intenção de todos os portugueses - ser madeirense!!! - e provavelmente encontrar outros vestígios para além dos de destruição: a reconstrução tem animado os espíritos e os braços de todos

são já visíveis os sinais de regresso, ainda que doloroso, à normalidade, à vida real, à restauração da beleza de que todos nos orgulhamos que é a Pérola do Atlântico

um jametinhasdito de ouro para os bravos madeirenses e para todos os portugueses e estrangeiros que se solidarizaram perante a manifestação excepcional da natureza, que a todos apanhou desprevenidos, embora seja responsabilidade de governantes e governados estar o menos desprevenidos possível - e da próxima vez, bem melhor preparados

uma das melhores ajudas é tratar de voltar a visitar a Madeira em próxima oportunidade e beneficiar da verdadeira pérola das pérolas, a magnífica hospitalidade madeirense

;_)))



observações são bem vindas
;->>>

2 comentários:

Anónimo disse...

Apoio esta análise positiva.
jmco

zeka disse...

Estive lá em Outubro passado.
Fiquei com a impressão (também transmitida por alguns agentes turísticos locais) que se instalou um excessivo furor de crescimento a qualquer custo. Estão instalados novos hotéis gigantescos em zonas proibidas. Se houver uma quebra na procura turística... ficam muitas pessoas e empresas em falência anunciada. Havendo uma grande maioria de operações tratadas por organizações externas, os locais queixam-se de resultados marginais e receiam a falta de sustentabilidade.

O que será mais necessário?
Visitar a Madeira (com despesas da ordem dos 1000 Euros/pessoa e margem local de alguns 100 Euros) ou contribuir com esses 100 Euros para o plano de apoio coordenado a nível central?
Este apoio pode ser já, enquanto as visitas poderão ser mais tarde, quando as condições normalizarem.