gentilmente emprestado pelo ilustre
mas mesmo para quem não deu, directamente e ao vivo, uma vista de olhos à casa, rectius, ao que dela resta, em Cabanas de Viriato, certamente ficará impressionado com a imagem da sua decadência
bem sabemos que Aristides Sousa Mendes foi cônsul português em Bordéus durante a 2ª Guerra Mundial e salvou a vida de muitos judeus, concedendo por sua conta e risco cerca de 30 mil salvo condutos contra a perseguição nazi
também sabemos que tem filhos a viver na América, há descendentes das pessoas a quem passou, contra a ordem do governo de Salazar, vistos no passaporte, a comunidade judaica americana que ele ajudou a salvar tem membros muito ricos, foi homenageado numa avenida de Jerusalém com uma árvore com o seu nome
por cá, Aristides Sousa Mendes mereceu tanta homenagem, integrou o quadro de honra no concurso televisivo dos melhores portugueses de todos os tempos, foi louvado em múltiplos documentários e prepara-se um filme para 2010, com argumento de António Torrado e João Nunes, co-realizado por Francisco Manso e João Correia, interpretado por Vitor Norte, Carlos Paulo e Leonor Seixas, entre outros, já em rodagem em Viana deo Castelo, por se assemelhar (segundo o DN, embora hoje azaradamente, no subtítulo da notícia na pg 53, confunda o protagonista com Vitor de Sousa) à cidade de Bordéus onde a verdadeira acção decorreu vai para 70 anos
mas nenhuma entidade, pública ou privada, logrou superar o problema e desconforto do aspecto absolutamente degradante que o seu património apresenta
é mais um caso típico da necessidade de res non verba
e de sic transit gloria mundi
ps - no entanto assistimos a manifestações serôdias de arreigado patriotismo por uma vedeta de telenovela, transmutada em realizadora de humor de mau gosto, fazer diatribes com o nosso património, satirizando a consagração votada ao ditador pelos organizadores e participantes do dito concurso televisivo … quando sob um manto de silêncio ensurdecedor nos permitimos fazer bem pior!
2 comentários:
Olá!
Mais um dos muitos exemplos da vergonha que vai no nosso país no que toca à preservação do património!!
Beijinhos
A Ana Serrano tem razão, até porque de certa maneira ela está próxima destas coisas, porque a arqueologia não são só os fósseis, há toda uma arqueologia industrial, residencial e social que é desprezada em Portugal, perdendo-se, assim, características próprias da nossa história arquitectónica e não só!
Não era preciso ir lá limpar o pó nem aspirar o chão todas as semanas mas uma manutenção a estes edifícios por parte de organismos oficiais (ou quiçá, até mecenáticos) não seria assim tão difícil. É impensável ver destas coisas nos países do centro e do norte da Europa...
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