a caixa de correio electrónico é frequentemente invadida por mensagens "não solicitadas", mais propriamente inconveniências várias ou mesmo virulentas
há uns tempos, eram as vendas de viagra e um verdadeiro sortido de medicamentos ou indizíveis intervenções cirúrgicas (de que nem é bom pensar, quanto mais falar ou escrever...) mas também de empréstimos avultados a juros prometedores (a fazer lembrar os velhos tempos da correspondência postal das aplicações financeiras milionárias de fortunas mal paradas da Nigéria e proveniências petrolíferas afins ou a mais prosaica venda de banha da cobra de sorteios fabulosos com inimagináveis taludas, tudo a precisar apenas do envio de uns trocados para despesas administrativas...) e certificados de diplomas ou cursos universitários (estabelecimento e especialidade a la carte) com entrega ao domicílio com brevidade, conforto e mediante quantia módica
depois chamaram-lhe spam e foi mais ou menos legalizado, já que nada o impede a não ser procurando obviar-se à continuação dos envios, pois há que empreender o duvidoso pedido de "remoção" que, pelo menos, indicaria ao remetente que o endereçamento foi eficaz e o conteúdo conhecido
felizmente, os sistemas de antivírus da gripalhada informática têm evoluído muito, bem assim como os avanços dos programas de gestão do correio electrónico, que actualmente se ocupam de amarrotar tais sensaborices para o caixote do lixo, directamente ou mediante quarentena no compartimento designado por "correio não solicitado"
e, é claro, temos sempre a Deco, aquela entidade que, qual Provedor de Justiça para proteger o cidadão dos desmandos do sector privado, defende os consumidores e a quem supostamente toda a gente se queixa contra tudo o que seja malandrice comercial, abusos vários e atentados à ingenuidade, boa fé ou paciência do cidadão, quiçá ainda mais vítima que o próprio proletariado, face ao capitalismo arrogante, à engenhosa e manhosa iniciativa privada, bem como à dimensão e intensidade das campanhas agressivas do todo-poderoso marketing das todo-poderosas companhias, com especial sanha contra os todo-poderosos monopólios, incluindo naturais e regulados, sempre à espreita de se aproveitarem do incauto, sempre carente de protecção de entidades, tal como se apresenta a Deco, conhecedoras da lei, reivindicativas e tenazes na prossecução dos verdadeiros interesses dos consumidores, mesmo que os interessados o desconheçam
nomeadamente, pugnando contra a utilização indevida, nunca esclarecida e sempre indesculpável, dos endereços electrónicos de consumidores
eis senão quando todavia contudo porém, é a própria Deco a encher a caixa de correio "não solicitado" (o tal eufemismo para embustes comerciais, virais ou outros indesejáveis que tais) exactamente com propostas provincianas (sem ofensa para a Província) do tipo do dito cujo correio viral do marketing mais agressivo e desavergonhado, a sugerir a subscrição não se sabe de quê mediante promessas de prémios como forma de pressão para resposta imediata, de modo a evitar a reflexão e segundo o calculismo de procurar condicionar o consumidor na sua decisão
ou, jametinhasdito, a Deco tenta afinal enredar o consumidor na teia da comercialização agressiva de que era suposto, e se arroga, ser entidade defensora ou quase-provedora
ó a prova:
observações são bem vindas
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5 comentários:
O que leio no seu post, António, faz-me lembrar o que sucedeu comigo há montes de anos quando a Proteste teve o seu começo. Estive incluído no núcleo inicial dos assinantes da Revista Proteste. A certa altura, principalmente após a associação que a Deco fez com instituições similares estrangeiras (França e Bélgica, se não estou em erro) comecei a notar o envio de mensagens publicitárias do género de que fala. Acto contínuo, deixei de assinar a Proteste, o que considerei um acto perfeitamente lógico: como é que pode verberar contra determinadas práticas comerciais quem faz uso dessas mesmas práticas?
Bem prega Frei Tomás...
jmco
Olá,
interessante o teu post!:0)
Passo para agradecer as visitas lá no meu cantinho;0)
ps-gosto da música (acho que já a ouvi em outro blogue)gostei!;0)
Beijo e um raio de Sol.
Lia
Sim, a DECO 'aderiu' também ao consumismo... que saudades do tempo do Beja Santos...
Meu Caro,
Ou andas distraído ou não tens caixa de correio daquelas onde nos séculos passados se introduziam os mails em papel! Todas as semanas chega uma árvore com as mesmas propostas bacocas… Isto, para não falar dos excessos de regulação, muitas vezes induzidos por tais cabeças…
Abraço,
Hum... gostava de saber o que a Deco Proteste tem a dizer sobre isto... De certeza algo do género " No comment" ... historia de se safar de qualquer justificação. Se há uma! ;)
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