caríssimo [Fernando Venâncio] Professor, desta vez pedirei licença (pessoal?) para uma pequena discordância pessoal; começando pelo fim:
-
vergonha pessoal devia ser imperativo na Assembleia da República, a ver
se acabava esta vergonha nacional: os deputados apanhados em fraude
seriam directamente responsabilizados e as infracções não ficariam
debaixo do tapete partidário, do grupo par(a)lamentar ou da comissão
desse dia, com os desavergonhados a rodar entre si, as cadeiras e os
nossos bolsos, numa tômbola-tumba da cidadania e da res publica
-
fortuna pessoal, está bom de ver, embora mais frequente (é, tem
aumentado o número de bilionários e até os premiadíssimos gestores de
empresas falidas, sob averiguação judicial ou com experiência prisional,
passaram a auferir maiores remunerações desde a crise) do que se faz
crer, é uma condição cada vez mais rara: regra geral a fortuna provém de
fonte incógnita, enigmática ou até misteriosa, com sede em paragens
fiscalmente paradisíacas, em nomes fantasiosos de entidades concebidas
por consultores ainda mais fantasiosos, tudo a pagar no domicílio do
contribuinte sem milhas para tais ilhas
- amigo
pessoal - aqui chegado e uma vez que o tema das virtuais ligações
facebookianas (livro pessoal?) e outras concomitâncias digitais já foi
tratado em comentário anterior, assevero que nem todos os amigos são
pessoais e dou três exemplos: primeiros, há os de Peniche, os da onça e
os da tanga - creio que também há os «puxa-saco», mas não domino o tema o
suficiente para, sem mais, os englobar no mesmo saco; em segundo, há os
de função, institucionais e barra ou empresariais, em qualquer das
categorias temporalmente limitados à estrita duração da representação de
parte a parte e, à parte o mais, só mesmo para os devidos efeitos, isto
é, sem vinculação pessoal ou resquício de afecto ou, sequer, de outras
afinidades electivas além do brilhozinho nos olhos ao rebrilhar do vil
metal; por últimos, os amigos pro tanto, a que se não está
verdadeiramente vinculado, quer dizer, sob relação causal, de interesse
(pessoal?) momentâneo ou no quadro de alguma tipificação, como os amigos
benfiquistas, os amigos da modalidade, os da freguesia, os da profissão
ou das artes, os patrícios, os da mesma incorporação (mas que se não
chegaram a conhecer, claro) ou por aí diante, incluindo, era o que
faltava, os do alheio ;) ;) ;)
agora
a sério, esgotada a teoria da impessoalidade e ressalvando que também
há (é, pessoalmente, o caso) quem esteja pronto para ajudar a carregar
algum piano ou guarda-fatos, mesmo sem requisito ou qualificativo de
amigo, quanto mais pessoal, certo é que o tema proposto, além de
pertinente, é certeira pedrada nas águas do vazio crescente que nos
rodeia e no artificialismo absolutizante que nos aprisiona,
acrescentando-se «pessoal» para mascarar a má consciência e tentar
enfatizar ou conferir significado e conteúdo ao que bem se sabe pouco ou
nada ter de humano, afectivo ou natural
mais um muito obrigado pelo enriquecedor alerta, verdadeiro despertar
🍀
observações são bem vindas,
obrigado
;_)))
ps - [personal scriptum] o Ditos formalmente declara que o arrazoado acima não foi escrito em nome pessoal mas sim encomendado por uma seita anónima que há muito colonizou a internet, de onde aliás tudo é, foi ou será copiado, selah ;_)))
2018-12-07
2018-10-22
(re)aparição
o Quinta-feiro ataca novamente: enésimo volume de um colossal pesadelo editorial, surge agora Cavaco ante uma aparição, em lenta câmara ardente, passito a passito, neurónio a neurónio, marinheiro da inversa bandeira passa culpas a todos os outros ou ao próprio Universo e alardoa auto-benfeitorias de má memória, um azar...
para rematar, como não tinha expectativas nenhumas na escolha que fez para Procuradora Geral da República, o político partidário do PPD/PSD conclui achando-se a si próprio maravilhento, o jametinhascaganças, que afinal lia jornais e até percebia que o que era público, público era!
safa...
ps - à luz do dia, toda a gente sabia, mas o Quinta-feiro, fechado no próprio ego, ainda tentava esforçadamente manter sob reserva o que era publicamente exposto pelos seus próprios capangas, muitos ainda hoje foragidos à justiça, a que a ex-aparecida e tímida senhora Procuradora fez vista grossa por seis anos a fio de interrogatórios televisivos e detenções mediáticas mas de resultado nulo, orgulhoso na figura de artolas gabarolas que insiste em pavonear
ps2 - o caganças, sobrevoando as intraforjadasescutas de Belém, também queria agora ver reconduzida a jametinhasDita aparição, pois então!!
ps3 - sobre o tema candente da nomeação da Procuradora, falho de sentido de Estado, para além da chacota geral, Cavaco voltou a ser posto na ordem por... Marcelo...
observações são bem vindas , obrigado ;_)))
para rematar, como não tinha expectativas nenhumas na escolha que fez para Procuradora Geral da República, o político partidário do PPD/PSD conclui achando-se a si próprio maravilhento, o jametinhascaganças, que afinal lia jornais e até percebia que o que era público, público era!
safa...
ps - à luz do dia, toda a gente sabia, mas o Quinta-feiro, fechado no próprio ego, ainda tentava esforçadamente manter sob reserva o que era publicamente exposto pelos seus próprios capangas, muitos ainda hoje foragidos à justiça, a que a ex-aparecida e tímida senhora Procuradora fez vista grossa por seis anos a fio de interrogatórios televisivos e detenções mediáticas mas de resultado nulo, orgulhoso na figura de artolas gabarolas que insiste em pavonear
ps2 - o caganças, sobrevoando as intraforjadasescutas de Belém, também queria agora ver reconduzida a jametinhasDita aparição, pois então!!
ps3 - sobre o tema candente da nomeação da Procuradora, falho de sentido de Estado, para além da chacota geral, Cavaco voltou a ser posto na ordem por... Marcelo...
observações são bem vindas , obrigado ;_)))
2018-03-09
feminismo ou a justiça social a passos de caracol
a cada 8 de Março, ou a cada mês de Março*, multiplicam-se as palavras, iniciativas, manifestações**, artigos, análises, opiniões, palestras, exposições, debates, encontros - nem sempre memoráveis - sobre a equidade de género ou sobre a igualdade de género ou sobre as mulheres ou sobre o feminismo ou sobre os feminismos ou sobre os novos feminismos ou sobre a eventual persistência da necessidade, da oportunidade ou da justificação do feminismo
é claro que tudo se poderá debater, equacionar e analisar infindavelmente mas é também evidente que apesar das evidências, da informação e do acréscimo de meios sociais, económicos, tecnológicos e até políticos, ao dispor das comunidades humanas, as Mulheres continuam a ser vítimas injustamente de crimes graves, de discriminação injustificada, de perseguição e exploração, de desfavorecimento no trabalho, no acesso a cargos, funções, profissões e projetos em muitíssimos domínios do saber, das artes, das empresas, das instituições e do Estado, na vida em geral e em tudo o que se queira verificar de boa fé - basta constatar
daí as previsões, meteóricas, de 50, 80, 150 ou 270 anos até uma eventual situação de equilíbrio em diversos aspetos da injusta discriminação em vigor, verdadeiras quotas impostas contra e a desfavor das Mulheres - e, é imperioso reconhecer, da Humanidade, da sociedade, das comunidades, ou seja, todos ficamos a perder com as calendas em que perdurará a desequidade
pelo que temos todos de perceber, não apenas em debates e muito menos unicamente no dia da comemoração, que não basta sensibilizar nem informar, é preciso agir, legislar, planificar e concretizar
quanto aos feminismos, novos ou velhos, basta o perigo de perpetuação do preconceito para se justificar a imposição, via sistema de ensino***, de uma disciplina com os principais temas do «feminismo», afinal sobretudo mera cidadania, participação democrática e humanismo, aplicável, portanto, a homens e mulheres, para benefício de todos, de cada um e da sociedade em geral
mas também basta um mínimo de noção da extensão dos desequilíbrios sociais e económicos, salariais e outros, de acesso, de estatuto, de exercício de funções dirigentes nas empresas, organizações e instituições, da ignomínia do retrocesso em matéria de crimes contra as mulheres, como no tráfico humano e sexual ou na omnipresente violência doméstica, infelizmente votada ao silêncio ou remetida à estatística e até a abomináveis decisões judiciais de medieval inspiração marialva
jametinhamDitas...
* para o MDM, não se justifica um mês inteiro a este pretexto, nem as reduções promocionais na "lingerie" ou na cosmética, de cariz as mais das vezes comerciais e alheias ao significado precioso do Dia Internacional das Mulheres: justo reconhecimento do valor das Mulheres, homenagem às trabalhadoras vitimadas em consequência da corajosa luta coletiva por melhores condições laborais e sensibilização, atitude e atuação contra a discriminação injustificada e preconceituosa como pressuposto de realização da justiça social
** independentemente de modas, há outra batalha que urge travar, a do associativismo, que importa defender e promover muito para além das palavras, é preciso que a organização social assente em modelos que incluam a cooperação, a associação e a união
*** para que entre em casa, nas famílias e na sociedade pela mão das crianças, como em boa hora fizeram Ana de Castro Osório e Adelaide Cabete relativamente a cuidados de higiene, salubridade e instrução
observações são bem vindas, obrigado ;_)))
é claro que tudo se poderá debater, equacionar e analisar infindavelmente mas é também evidente que apesar das evidências, da informação e do acréscimo de meios sociais, económicos, tecnológicos e até políticos, ao dispor das comunidades humanas, as Mulheres continuam a ser vítimas injustamente de crimes graves, de discriminação injustificada, de perseguição e exploração, de desfavorecimento no trabalho, no acesso a cargos, funções, profissões e projetos em muitíssimos domínios do saber, das artes, das empresas, das instituições e do Estado, na vida em geral e em tudo o que se queira verificar de boa fé - basta constatar
daí as previsões, meteóricas, de 50, 80, 150 ou 270 anos até uma eventual situação de equilíbrio em diversos aspetos da injusta discriminação em vigor, verdadeiras quotas impostas contra e a desfavor das Mulheres - e, é imperioso reconhecer, da Humanidade, da sociedade, das comunidades, ou seja, todos ficamos a perder com as calendas em que perdurará a desequidade
pelo que temos todos de perceber, não apenas em debates e muito menos unicamente no dia da comemoração, que não basta sensibilizar nem informar, é preciso agir, legislar, planificar e concretizar
quanto aos feminismos, novos ou velhos, basta o perigo de perpetuação do preconceito para se justificar a imposição, via sistema de ensino***, de uma disciplina com os principais temas do «feminismo», afinal sobretudo mera cidadania, participação democrática e humanismo, aplicável, portanto, a homens e mulheres, para benefício de todos, de cada um e da sociedade em geral
mas também basta um mínimo de noção da extensão dos desequilíbrios sociais e económicos, salariais e outros, de acesso, de estatuto, de exercício de funções dirigentes nas empresas, organizações e instituições, da ignomínia do retrocesso em matéria de crimes contra as mulheres, como no tráfico humano e sexual ou na omnipresente violência doméstica, infelizmente votada ao silêncio ou remetida à estatística e até a abomináveis decisões judiciais de medieval inspiração marialva
jametinhamDitas...
* para o MDM, não se justifica um mês inteiro a este pretexto, nem as reduções promocionais na "lingerie" ou na cosmética, de cariz as mais das vezes comerciais e alheias ao significado precioso do Dia Internacional das Mulheres: justo reconhecimento do valor das Mulheres, homenagem às trabalhadoras vitimadas em consequência da corajosa luta coletiva por melhores condições laborais e sensibilização, atitude e atuação contra a discriminação injustificada e preconceituosa como pressuposto de realização da justiça social
** independentemente de modas, há outra batalha que urge travar, a do associativismo, que importa defender e promover muito para além das palavras, é preciso que a organização social assente em modelos que incluam a cooperação, a associação e a união
*** para que entre em casa, nas famílias e na sociedade pela mão das crianças, como em boa hora fizeram Ana de Castro Osório e Adelaide Cabete relativamente a cuidados de higiene, salubridade e instrução
observações são bem vindas, obrigado ;_)))
2018-02-01
delírio flagrante
“Rui Rangel conseguiu escapar à detenção, porque a lei não permite a detenção preventiva de juízes fora de flagrante delito”
é claro que o caso suscita antecipações televisivas à
realização de diligências policiais ou de investigação criminal - infelizmente
demasiado habituais entre nós: antes dos visados saberem, já lá está um tripé, ou
mais, de câmaras de estações de televisão, convenientemente avisadas com
antecedência sobre a atuação de profissionais afetos à administração da justiça
- e, por arrastamento aliás pretendido e conseguido, primeiras páginas de
jornais e um chorrilho interminável de comentários opinativos e condenatórios,
tudo em sumário e sem estribeiras
mas, dispensando agora analisar seja o que for do assunto em
questão, vejamos uma parte do tal efeito manipulatório pretendido com a
expressão enviesada e multiplicada na comunicação social, nas redes digitais e
nas conversas de café, tudo conseguido contra a ética, a boa fé, as boas
práticas de direito processual penal e as leis do País, nomeadamente a
Constituição:
- a detenção de quem não foi condenado terá de ser sempre uma exceção muito bem fundamentada; só nos regimes policiais totalitários e ditatoriais se pratica a detenção de pessoas não condenadas; no caso em questão, a forma de exprimir é muito enviesada: "conseguiu escapar" é formulação completamente abusiva: 99,99% da população não é sujeita a detenção fora de flagrante delito, sem que para o efeito tenha de "conseguir escapar" - essa é afinal a regra democrática e constitucional que distingue a civilização da barbárie, ou seja, é assim por norma, por boa prática e, felizmente, acontece todos os dias à quase totalidade das pessoas!
- a regra é, precisamente, ninguém ser detido sem antes ser condenado em processo justo, ou seja, com amplas oportunidades de exercício dos seus direitos de defesa, começando por ser acusado de algum comportamento previsto na lei como crime; ora, neste caso, não há nenhuma acusação de que alguém possa defender-se, portanto a boa regra é a de ninguém ser preso sem antes ser condenado, mediante acusação adequada e correspondente, além de exercer o seu irre; é o caso das situações de flagrante delito; nas ditaduras mais odiosas e em vários casos, também odiosos, em ambiente democrático, é infelizmente vulgar a polícia ou algum inspetor iníquo proceder à detenção de alguém com "droga" no bolso ou "notas" numa gaveta ou etc., etc., etc., convenientemente lá postas por alguém de má fé ou em situações difíceis de esclarecer num primeiro momento; por exemplo, pode prender-se alguém não condenado nem sequer acusado, em situação de "perigo de fuga" - ora, é público e notório que esse expediente foi usado vezes demasiadas contra quem não estava a fugir mas a chegar ou nas suas deslocações habituais; mas uma vez detida, a pessoa fica desde logo prejudicada gravemente, pela privação da liberdade sem possibilidade de defesa (sem julgamento, nem sequer nenhuma acusação) e, para agravar muito a situação, tal é executado perniciosamente ante as câmaras da televisão, com o objetivo inconfessado e ilícito de humilhar o visado; mas atenção, não é só o detido que fica lesado, toda a sociedade é vítima; no caso em apreço, mais uma vez, antes de acusação, defesa, julgamento e eventual condenação, como a Constituição do País manda, foram realizadas buscas em locais onde estavam os tripés das televisões, previamente avisadas para o efeito, antes dos visados ou dos mais elementares procedimentos democráticos do processo penal de um ordenamento jurídico civilizado; pode parecer uma coisa de somenos, sobretudo quanto não conhecemos ou até antipatizamos com a vítima; o problema é que podemos ser nós; os nossos vizinhos, filhos, amigos, etc. e só então então daremos valor a quem durante gerações e gerações se bateu contra a arbitrariedade e conseguiu a aprovação de leis justas e garantias processuais democráticas, nomeadamente a regra (aliás, em vigor em Portugal) de ninguém ser preso sem julgamento justo, incluindo acusação, defesa e condenação...
- a detenção de quem não foi condenado terá de ser sempre uma exceção muito bem fundamentada; só nos regimes policiais totalitários e ditatoriais se pratica a detenção de pessoas não condenadas; no caso em questão, a forma de exprimir é muito enviesada: "conseguiu escapar" é formulação completamente abusiva: 99,99% da população não é sujeita a detenção fora de flagrante delito, sem que para o efeito tenha de "conseguir escapar" - essa é afinal a regra democrática e constitucional que distingue a civilização da barbárie, ou seja, é assim por norma, por boa prática e, felizmente, acontece todos os dias à quase totalidade das pessoas!
- a regra é, precisamente, ninguém ser detido sem antes ser condenado em processo justo, ou seja, com amplas oportunidades de exercício dos seus direitos de defesa, começando por ser acusado de algum comportamento previsto na lei como crime; ora, neste caso, não há nenhuma acusação de que alguém possa defender-se, portanto a boa regra é a de ninguém ser preso sem antes ser condenado, mediante acusação adequada e correspondente, além de exercer o seu irre; é o caso das situações de flagrante delito; nas ditaduras mais odiosas e em vários casos, também odiosos, em ambiente democrático, é infelizmente vulgar a polícia ou algum inspetor iníquo proceder à detenção de alguém com "droga" no bolso ou "notas" numa gaveta ou etc., etc., etc., convenientemente lá postas por alguém de má fé ou em situações difíceis de esclarecer num primeiro momento; por exemplo, pode prender-se alguém não condenado nem sequer acusado, em situação de "perigo de fuga" - ora, é público e notório que esse expediente foi usado vezes demasiadas contra quem não estava a fugir mas a chegar ou nas suas deslocações habituais; mas uma vez detida, a pessoa fica desde logo prejudicada gravemente, pela privação da liberdade sem possibilidade de defesa (sem julgamento, nem sequer nenhuma acusação) e, para agravar muito a situação, tal é executado perniciosamente ante as câmaras da televisão, com o objetivo inconfessado e ilícito de humilhar o visado; mas atenção, não é só o detido que fica lesado, toda a sociedade é vítima; no caso em apreço, mais uma vez, antes de acusação, defesa, julgamento e eventual condenação, como a Constituição do País manda, foram realizadas buscas em locais onde estavam os tripés das televisões, previamente avisadas para o efeito, antes dos visados ou dos mais elementares procedimentos democráticos do processo penal de um ordenamento jurídico civilizado; pode parecer uma coisa de somenos, sobretudo quanto não conhecemos ou até antipatizamos com a vítima; o problema é que podemos ser nós; os nossos vizinhos, filhos, amigos, etc. e só então então daremos valor a quem durante gerações e gerações se bateu contra a arbitrariedade e conseguiu a aprovação de leis justas e garantias processuais democráticas, nomeadamente a regra (aliás, em vigor em Portugal) de ninguém ser preso sem julgamento justo, incluindo acusação, defesa e condenação...
- bastaria dizer-se que «ao ser-se juiz, [mesmo] essas razões particulares
deixam de se poder aplicar.»; pelo contrário, o que se
atoarda é "conseguiu escapar"; ora, cada um de pelo menos 99,99% dos
portugueses "conseguiu escapar", felizmente os detidos, legal ou ilegalmente, contra a boa
regra, são menos de 0,01%, mas a realidade é completamente diferente do que
deliberadamente e por má fé se exprime; dá a impressão de que alguém fez alguma
coisa para "conseguir escapar", o que não é verdade; a regra é ninguém ser
detido sem prévia acusação, defesa, julgamento e condenação; "conseguir
escapar" inculca malevolamente a ideia de que a vítima elaborou uma tramóia
para beneficiar ilicitamente de um favor a que os demais cidadãos não têm direito - errado: é a regra e para se aplicar a regra ninguém tem de conseguir nada nem
fazer nada nem escapar de nada; a expressão é completamente abusiva, tanto mais
que é formulada por quem tem ao seu alcance meios de formação e de informação e
um dever de cuidado na informação a veicular, pretendendo porém algo que nada
tem a ver com cuidado nem com formação nem com informação; azar o nosso
ou seja, resumindo muito: há situações em que a lei prevê, excecionalmente,
a detenção de pessoas não condenadas e, com mais ou menos abusos policiais, tal
corresponde a uma permilagem ínfima das situações e das pessoas - pelo que a
maioria das pessoas pura e simplesmente não é
detida, por mera aplicação correta da lei e não por “conseguir escapar”
a realidade é que não havendo justificação para aplicação de uma medida excecional, as pessoas não são detidas - não havia razão para detenção, pelo que não houve detenção, tudo o resto é desonestidade intelectual propositada
a realidade é que não havendo justificação para aplicação de uma medida excecional, as pessoas não são detidas - não havia razão para detenção, pelo que não houve detenção, tudo o resto é desonestidade intelectual propositada
observações são bem vindas, obrigado ;_)))
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