2011-11-30

Fado sentido


Ana Maria tinha 59 anos


do bairro do Samba ao "Chá das seis" do Miramar, em Luanda, do recomeçar nas Portas do Sol à Grande Noite do Fado e às trovas e cantares de Alfama, todo um Atlântico de lusofonia e saudade na voz de Ana Maria Dias ajudou a tornar o Fado universal

Ana Maria partiu no dia do reconhecimento mundial do Fado como património imaterial da humanidade, pelo que é inteiramente merecida uma justa homenagem a quem surpreendia sempre - e bem o sabia!

numa das suas magistrais interpretações, Ana Maria é certeira e jametinhadito: cantarei até ao fim o Fado que herdei do povo!!

assim é e assim foi: o Fado é universal porque vem do povo, herdeiro de várias culturas cruzadas na lusofonia e em boa hora devolvido ao mundo como toda a arte maior, capaz de tornar universal o que é particular, porque feito de nobres sentimentos e afectos irreprimíveis

exímia também noutras formas de expressão além Fado, provou à saciedade que as distâncias são apenas formais e meramente aparentes, são riquezas expressivas de cores, vozes, melodias, todas massa do mesmo afecto e sentimento

mesmo nos fados mais difíceis, o outro olhar é, também, o nosso!!!







observações são bem vindas obrigado ;_)))

2 comentários:

Anónimo disse...

Belo texto o seu, António, e bonita e sentida a voz de Ana Maria. Viva o Fado!

jmco

Sofá Amarelo disse...

Nas mãos o Fado porque o Fado já não se fecha nas palmas das mãos mas voa sobre os sentidos de quem o sabe dizer e ouvir!