2011-12-26

dozear




para dois mil e uma dúzia* vamos lá votar:

  • respirar, sonhar, desejar, conviver, festejar e... desatar os nós para libertar 2012, fazer uns laços de abraços para que as palavras esperança e amor nunca saiam do nosso dicionário, a abrir na página da atenção, do afecto, da amizade e do gesto solidário o ano inteiro e seguintes!


    • à meia-noite em ponto, all over the world, nos respectivos fusos... ;_)))





observações são bem vindas obrigado ;_)))

2011-12-21

migrar


em tempo de Advento, vozes do Governo recomendam a portugueses que emigrem, com os habituais algozes sebentos a defenderem os chefes, os donos e o indefensável, como tão bem opina magistral e esmagativamente Ferreira Fernandes, alto e bom som à saída da última página do DN: política seria a celebração de protocolos internacionais prevenindo as condições de empregabilidade, trânsito e estadia de profissionais portugueses expatriados!

mandar emigrar sem ter o trabalho feito é de péssimo gosto e revela impreparação leviana  para o exercício de funções governativas, azar o nosso ... ;(

mas a cereja no topo do bolo estava reservada para a afirmação de Paulo Rangel, que vai mais longe no devaneio migratório e jámetinhadito preferir a criação de uma bela Agência para a Emigração!!


como desde o caçador-recolector, na era do consultor-recolector o ser humano continua a migrar mas agora vai com guia de marcha do Governo e através de agência especializada!!!


isto sim, sempre se arranjam mais uns tachos para os amigalhaços e desenvolve-se a economia nacional: a coisa deve ter uns estatutos pagos a peso de consultoria jurídica aos escritórios de advogados do costume e uns estudos de viabilidade económica apoiados em eminentes pareceres de outros tantos consultores habituais...

sim, a coisa faz-se ;_)))




ps - faz lembrar um poema de Brecht: primeiro convidam os jovens a emigrar, mas eu não me importo porque não sou jovem; depois os professores, mas eu não sou professor; [...] e agora mandam-me emigrar a mim e é tarde demais...



observações são bem vindas obrigado ;_)))

2011-12-11

detalhes


a nossa Ditosa está atenta ao detalhe!

como dizia Saramago: se puderes olhar, vê; se puderes ver, repara!!

observar é uma arte que exige mestria, é preciso aprender!!!


por exemplo, na gramática ornamental das platibandas dos edifícios de decoração clacissista e seus balaústres, acrotérios e coruchéus,  as magníficas pinhas de cerâmica significam "sejam bem vindos" - por sinal, também divisa do Ditos ;_)))

ah... e, na sua geometria piramidal, onde está a Ditosa?

como é quadra de Natal, haverá prémio especial ...





nota: a foto é gentileza do Sofá Amarelo

observações são bem vindas obrigado ;_)))

2011-11-30

Fado sentido


Ana Maria tinha 59 anos


do bairro do Samba ao "Chá das seis" do Miramar, em Luanda, do recomeçar nas Portas do Sol à Grande Noite do Fado e às trovas e cantares de Alfama, todo um Atlântico de lusofonia e saudade na voz de Ana Maria Dias ajudou a tornar o Fado universal

Ana Maria partiu no dia do reconhecimento mundial do Fado como património imaterial da humanidade, pelo que é inteiramente merecida uma justa homenagem a quem surpreendia sempre - e bem o sabia!

numa das suas magistrais interpretações, Ana Maria é certeira e jametinhadito: cantarei até ao fim o Fado que herdei do povo!!

assim é e assim foi: o Fado é universal porque vem do povo, herdeiro de várias culturas cruzadas na lusofonia e em boa hora devolvido ao mundo como toda a arte maior, capaz de tornar universal o que é particular, porque feito de nobres sentimentos e afectos irreprimíveis

exímia também noutras formas de expressão além Fado, provou à saciedade que as distâncias são apenas formais e meramente aparentes, são riquezas expressivas de cores, vozes, melodias, todas massa do mesmo afecto e sentimento

mesmo nos fados mais difíceis, o outro olhar é, também, o nosso!!!







observações são bem vindas obrigado ;_)))

2011-11-24

greve à greve



uma greve criativa




via Antena2

Na Sinfonia do Adeus de Haydn, os músicos vão saindo do palco um a um. A estreia, em 1772, funcionou como um protesto contra màs condições de trabalho. Uma "greve" peculiar. Ver mesmo até ao fim" Igor Gruppman conducts the Mariinsky Theatre Orchestra in Haydn's "Farewell" Symphony, No. 45, 4th mvt!


Além da criatividade, do momento musical e da intervenção, o jametinhasdito de júbilo vai para o respeito e o cuidado de todos os músicos, maestro incluído, em sair sem perturbar a obra nem os que prosseguem o seu trabalho e os legítimos direitos e expectativas de quem está a usufruir!!


Bom trabalho e boa greve!!!


;_)))





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2011-11-16

poder louco


na sua página oficial, o Presidente do Iémene exorta a oposição ao diálogo construtivo, o que poderia parecer uma declaração sensata e positiva

porém, no telejornal da manhã, afirmando-se disposto a cumprir o proposto pelo Conselho de Cooperação do Golfo, Ali Abdullah Saleh jametinhadito que «só um louco se agarra ao poder»!...

ora, agarrado ao poder há 33 anos (faz lembrar outras personalidades...) o ditador parece ter sido vítima de uma chispa de lucidez - embora a dúvida seja também legítima, pode ser mero reflexo dos acontecimentos na Líbia, com a selvática chacina do selvático tirano, e da Síria, onde o recrudescimento da repressão atinge o paroxismo apesar das sanções da comunidade internacional e da suspensão da Liga Árabe

Saleh saiu do Iémene em sequência de um atentado em que foi ferido, há meio ano, e depois de regressar já impôs condições para deixar o cargo, para agora falar em 90 dias e 60 dias para abdicar

infelizmente, muita retórica e muitos mortos depois, é de esperar o pior...



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2011-11-12

da Alemanha, com amor












O discurso de Helmut Schmidt foi o discurso de um senhor. Não terá sido um grande discurso em termos de extensão, mas foi um discurso sentido e contido, de resumo do que é a Alemanha hoje e do que foi durante o século XX. Sem hesitações, classificou a actual situação do país e dos alemães como a melhor jamais vivida pela nação, a despeito da grande crise financeira que assola o mundo, ocidental e também oriental. Lembrou que a Alemanha é o país que mais vizinhos tem. Salientou a França e a Polónia, devido aos acidentes de guerra passados, e terminou com o mote da necessária solidariedade com os seus vizinhos, que ajudaram a Alemanha e lhe permitiram chegar à situação que alcançou, “como vizinhos amigos deverão permanecer durante todo o século XXI.” “O maior de todos os deveres da Alemanha é o de manter uma política de boa vizinhança.”

Um abraço, António!

ZMco (gentileza de José Manuel Carvalho-Oliveira)



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documentário

notícia

2011-11-04

iluminosa


sim, uma ditosa num pedestal de luz fica muito Bem na arquitectura e na alegoria!



em sua pose e geometria, um hino à alegria?

bom dia ;_)))




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2011-11-02

referendeuro



depois de muitos salamaleques, cimeiras e seus sobressaltos, muitos políticos regressaram aos seus países com  sorrisos nervosos e ambíguos - um perdão de dívida apaziguava gregos e troianos

mas o nervoso sobrepôs-se e as bolsas chiaram, até na China - o Governo da terra da democracia fala em referendo para que o povo se pronuncie (mas, pelo sim pelo não, mudou as chefias militares...) e a Europa revela a sua face, com ameaças veladas: havendo referendo, é bloqueada a ajuda (!?) financeira

claro que esta história faz lembrar a fábula da rã e do lacrau: ao atravessar o rio à boleia, o lacrau não resiste à sua natureza e dá uma ferroada na rã - será que o euro vai por água abaixo?

na realidade, mesmo com o colossal perdão de 50%, a dívida grega ainda fica muito acima do PIB - e a vencer juro altíssimo, o valor só poderá agravar-se pois teria que haver crescimento - e, pelo contrário, há recessão - para se conseguir amortizar algum capital

o resto é aritmética - e os gregos, desde antes de Euclides, sabem fazer contas


é difícil prever mas Papandreou parece comportar-se como Sócrates e engendrou uma estratégia para... sair da governação - ante a perspectiva da calamidade, as facções partidárias e as ambições de poder provavelmente chumbam o projecto referendário e oferecem de bandeja um bom pretexto para a demissão do governo socialista grego

por falar em ambições de poder, Passos Coelho deverá tomar apontamentos, a tragédia grega é demasiado parecida com a situação portuguesa, além da aritmética ser basicamente a mesma: não temos dinheiro nem, daqui a pouco, quem nos empreste - e o mesmo poderá suceder a outros países ditos periféricos

a Europa, de "Merkozy" aos especuladores privados, ficará também de aflitos - sem devedores, quem lhes assegura o rendimentozinho dos juros? e como escoarão os seus produtos? invadirão a Grécia e voltarão a guerrear entre si?

esta aindanãometinhamdito...




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2011-10-26

a eito


comparando o OE2012 com o OE 2011,



salta à vista: corta-se onde é mais fácil ("quase" exclusivamente prerrogativa do Estado) e eficaz (salários e prestações sociais são as fatias mais pesadas do OE) para se poupar cerca de 3,5 mil milhões de eurosa dúvida maior é a relativa aos reformados e pensionistas, que estão a contribuir segunda vez, depois de terem contribuído durante a vida activa

mas a intervenção nas outras rubricas é pouco significativa em termos de impacto - sem dúvida que em caso de aperto qualquer Governo, partido, gestor ou chefe de família tem que cortar onde é mais relevante, as miudezas podem ficar para depois

de todo o modo,
incluindo Autarquias e Regiões, importa racionalizar o funcionamento do Estado, a começar pela redução para metade ou menos do nº de deputados da Assembleia da República, reforma adiada por interrupção da anterior legislatura

e nada justifica a conversa de campanha do PSD, em tudo contrária à realidade, jametinhasdito com o óbvio objectivo de derrubar o anterior Governo e alcançar o poder com a muleta do interesseiro CDS...
embora o BE (como se esperaria, não servem para outra coisa, sob o disfarce das causas fracturantes) e o PCP (por má consciência e despeito de se verem ultrapassados, mas na realidade tanto lhes faz protestar contra o PSD ou contra o PS, nada mais têm para oferecer a Portugal) tenham agido exactamente como a direita e feito exactamente o que a direita precisava para alcançar o poder


o cinismo a eito, à esquerda e à direita começou logo a evidenciar-se com a recusa dos partidos da oposição parlamentar em integrar soluções governativas de estabilidade, deixando a Sócrates o encargo e o enfado de tudo fazer para sair quanto antes 


observações são bem vindas obrigado ;_)))


nota: quadro publicado no Jornal de Negócios e replicado no blog Câmara Corporativa
nota2: os tamanhos das caixas de números para o Estado e Autarquias/Regiões estão desproporcionados

2011-10-24

magno conselho


foi hoje publicada no Diário da República a designação, pela Assembleia da República, de quatro membros do conselho regulador, órgão dirigente da ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social - cfr. Resolução da AR nº 139/2011, de 24 de Outubro

nos termos da Lei nº 53/2005, de 8 de Novembro, compete agora a Alberto Arons Braga de Carvalho, Maria Luísa Roseira da Nova Ferreira de Oliveira Gonçalves,
Raquel Alexandra de Jesus Gil Martins Brízida Castro e Rui Alberto dos Santos Gomes, nos prazos e no respeito dos demais formalismos e preceitos legais, procederem à eleição do quinto membro do Conselho Regulador, bem como do respectivo presidente e vice-presidente

estão assim reunidas as condições para, com um magno jametinhasdito e em cumprimento escrupulos dos seus deveres, nomeadamente com isenção, rigor, independência e elevado sentido de responsabilidade, os membros nomeados pelo órgão representativo dos eleitores portugueses, procederem à indicação de um magno presidente... previamente imposto pelo PSD!



Lei nº 53/2005, de 8 de Novembro

Artigo 24.º
Competências do conselho regulador

1 - Compete ao conselho regulador eleger, de entre os seus membros, o presidente e o vice-presidente, em reunião a ter lugar no prazo de cinco dias a contar da publicação na 1.ª série-A do Diário da República da cooptação prevista no artigo 17.º

Artigo 20.º
Estatuto e deveres

[...]
3 - Os membros do conselho regulador devem exercer o cargo com isenção, rigor, independência e elevado sentido de responsabilidade, não podendo emitir publicamente juízos de valor gravosos sobre o conteúdo das deliberações aprovadas.

Artigo 18.º
Garantias de independência e incompatibilidades

1 - Os membros do conselho regulador são nomeados e cooptados de entre pessoas com reconhecida idoneidade, independência e competência técnica e profissional.

2 - Os membros do conselho regulador são independentes no exercício das suas funções, não estando sujeitos a instruções ou orientações específicas.

Artigo 17.º
Cooptação

1 - No prazo máximo de cinco dias contados da publicação da respectiva lista na 1.ª série-A do Diário da República, os membros designados reunirão, sob convocação do membro mais velho, para procederem à cooptação do quinto membro do conselho regulador.

2 - Após discussão prévia, os membros designados devem decidir por consenso o nome do membro cooptado.

3 - Caso não seja possível obter consenso, será cooptada a pessoa que reunir o maior número de votos.

4 - A decisão de cooptação é publicada na 1.ª série-A do Diário da República nos cinco dias seguintes à sua emissão.




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ps - as Resoluções da AR estão em alta, aliás mantendo-se a dinâmica (daí a quase centena e meia só este ano!!) desde a legislatura anterior, então num contexto de base minoritária de apoio ao Governo: além do mais, talvez por nunca serem de mais tantos e tão bons conselhos, também hoje se pode assinalar (RAR nº 136/2011) a Eleição para o conselho geral do Centro de Estudos Judiciários (entidade que assegura a boa formação dos magistrados) das seguintes personalidades (sic):

António Agostinho Cardoso da Conceição Guedes e Ricardo Manuel de Amaral Rodrigues!!! - sim, este é esse, o do magno gesto em que subrepticiamente embolsou o gravador do jornalista que o entrevistava...

2011-10-21

apetece escrever



às vezes, apetece escrever sobre tudo, ao menos sobre tanta coisa, intenso que é o mundo em ditos e factos susceptíveis de apetecível comentário

de pouco adianta, é certo, mas perpassa a tentação

- crise orçamental gera cortes e reduções aqui e ali, uns percentos se poupa, outros se empobrece, sacrifícios a rodos nem sempre repartidos com justiça- mas como esperar justiça? se a houvesse teriam sido evitados desmandos na origem da  crise e os seus números devastadores: 750 mil funcionários públicos custam 7,5 mil milhões de euros por ano; os juros do défice público ultrapassam os 8 mil milhões de euros; o desastre do BPN que estamos a pagar vai em 9 mil milhões de euros - vale a pena acreditar que vale a pena? que aprendemos com as asneiras do passado? como as assumiremos e responsabilizaremos?

- a ratazana do deserto foi acampar para as tendas eternas, porventura aliviando um pouco a culpa de um povo passivo e conivente por décadas demasiadas para acomodar na consciência geral ou mesmo no subconsciente colectivo, se tal existe, provavelmente, aliviará também um pouco a culpa e a conivência dos países ocidentais, de leste, não-alinhados, desalinhados, emergentes e árabes que ora alimentaram o monstro, ora o sugaram, no jogo sujo da política interna e internacional, uma lástima a preço de milhares de vidas, da hipoteca de gerações, de um passado negro a manchar o presente medonho em que terá que assentar o futuro a construir, pedra sobre pedra, a partir de um zero muitos furos abaixo de zero; e que aprendemos com as asneiras do passado? porque esperam os ditadores em latência ou em funções? guardarão as imagens de horror que empestam as televisões no episódio final que espera os ditadores? quantas vidas vão antecipadamente cobrar pelo seu próprio estertor? que quantidade de recursos e futuros vão consumir e destruir enquanto adiam a degola?

- e um oásis de luz chamado Gulbenkian, um outro mundo ou o seu utópico avatar, com ou sem vida (como jametinhadito o Professor Jorge Calado em "Haja luz" e na conferência que há dias proferiu nos auditórios, salas adjacentes, hall e escadarias da sede da Fundação Gulbenkian) para lá da conhecida: depois do extraordinário sucesso da primeira parte de uma prodigiosa exposição de ARTE em torno da "natureza morta" (porque será que em inglês se diz "still life", invocando conceitos opostos - vida/morte - e diversas gramáticas para designar o  inanimado, em que o homem não está mas está?) eis que inaugurou ontem a segunda parte da mostra, uma selecção criteriosa e difícil de conceber em Portugal ou mesmo de igualar em qualquer parte do mundo; parte boa do mundo foi preciso convocar para o efeito, os melhores museus e colecções contribuíram avultadamente com a cedência temporária deobras que provavelmente apenas veremos juntas uma vez na vida! e que obras...!! desta vez, cerca de 100 anos nos contemplam do espaço de exposições da sede da Fundação Gulbenkian, mais ou menos de 1850 (a fotografia, pois é!!!) a 1950, fim da Guerra e da ilustre vida do patrono Calouste, início de novas eras na sociedade, na economia e inevitavelmente na arte e no mercado da arte, com o advento do império dos objectos (que a arte representa, por vezes tão fielmente que os julgamos tocar e até comemos com os olhos, ora a arte os apreende ora tenta compreender, ora os distorce, transforma, imagina, outras vezes representam afinal a arte e a questionam enquanto obras de... não arte, mas que também nos olham, como viu e mostra Magritte) e do consumo até à obsessão, porventura a semente do mundo que temos hoje; mais, é ir lá ver, imaginar e sonhar!!!




talvez se torne a estes temas de tanto apetecer... ;_)))






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roubos


é preciso grande sentido de abstracção e muita descontracção natural para um plebeu não se tornar alarmista ao sentir a multiplicação dos roubos de que vai sendo vítima a cada passo - e sucedem-se os passos, ante pequenos e grandes roubos a que assistimos com avultada sensação de impunidade, que aliás vai crescendo em vil apagamento e sombra sobre o sentido de exigência, responsabilidade e consequência

há dias, numa estação de serviço - das poucas que ainda subsistem em ambiente urbano, com pessoal para tratar do abastecimento de combustível, diante de vizinhos e transeuntes, no bulício citadino em que tantos olham e ninguém vê  - deparava-se uma operação inusitada: o operador ajudava um condutor a despejar sucessivos bidões de gasolina para o depósito de uma viatura ligeira, excepto na idade

face à curiosidade de algum utente, uma explicação tranquila: o diligente gasolineiro explicava tranquilamente que o condutor abastece habitualmente naquele posto a viatura da empresa e depois de atestar o respectivo depósito enche também um bidão, que lá fica à guarda dos funcionários da gasolineira

após umas quantas idas à estação de serviço por motivos profissionais, faz lá uma visita ao fim de semana e usa os bidões cheios com a gasolina paga pelo patrão para abastecer a sua viatura particular

«a vida tá má», jametinhadito...

um roubo à vista de todos, com a intervenção de profissionais!

às vezes, uma máquina fotográfica faz muita falta ...

;_(





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2011-10-16

é de César





uma evidência a que poucos ousam dar voz!

para a história (e pouco mais, talvez... além do prejuízo para o País e para os portugueses) fica o justo reparo de Carlos César: Cavaco torpedeou as regras democráticas e usou os poderes constitucionais, e toda a influência de que dispõe, a favor do seu partido!!

afirmações como a de César em nada afectam a consideração pessoal que pode e deve existir, nem tão pouco o respeito institucional sempre devido!!!

mas também nada impõe o silenciamento do que o próprio Cavaco, ostensivamente, se arroga em diversas ocasiões, a começar pelo agressivo e deselegante discurso de tomada de posse após a reeleição (Cavaco beneficiou, repetidamente, de uma estranha confluência de forças a dividir a esquerda, em maquiavelismos com a participação instrumentalizadora, instrumentalizada e palaciana de Mário Soares e Fernando Nobre, que envergonharão para sempre a nossa história eleitoral) e na obcecada perseguição que encetou ao governo minoritário de Sócrates, desde a respectiva eleição até... aos dias de hoje... sim, continua a querer valer-se de razões, certamente por má consciência

apesar de tudo, tarde e a más horas lá reconheceu (ou descobriu?) que a crise é internacional e, recentemente, até foi lá fora invectivar o directório europeu de Merkl e Sarkozy

se aos poucos, o essencial acaba por vir a lume, a César o jametinhasditos que é de César
;_)))





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2011-10-15

2011-10-12

líquida consciência




ante a crise dos valores, a crise de valores, problema e solução do pé para a mão!

apesar do véu negro da calamidade e da paz social ameaçada, há quem insista em debelar a maleita a poder de veneno, enquanto isso ganhando uns juros penhorados e outras vergonhas desavergonhadas

ganância nas barbas das autoridades, mais super que visão, sempre em vista da impunidade

afinal, a ética da consciência líquida em acção!!

ou seja, a liquidação da consciência!!!

mas isso é antes...

e depois?










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2011-09-29

sol pôr


e de onde a Ditosa avista o ocaso?






ao pôr do fogo
te aguardo vigilante
o ouro do regresso
instante, sem tempo ou sombra
nem saudosa consciência
nem distância do olhar
posto no fulgor
cozido ao fogo de mor
esperança





foto: gentileza MPS



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2011-09-25

inversão


subtítulo: ónus da prova ou inversão da inversão 




a crítica, no essencial, é que a inversão do ónus da prova, além de inconstitucional, fere o Estado de Direito e permite abusos, devassas e outras heresias

vamos a um exemplo: um cidadão, inocente, honesto e titular de um benemérito cargo público, faz 12 anitos (30, se for na Madeira) de vereação, a vencer 3.000 e picos euros por mês mais uns fringe beneficts na gama média/baixa, nada que dê para ficar em suites VIP no Astoria ou no Sofitel

finda a exemplar e abnegada comissão ao serviço do venerável público, durante a qual casou as filhas em banquetes principescos para 800 convidados (digamos que as forças vivas do concelho, seus limítrofes e alguma representatividade da administração central, mais as simpáticas famílias dos senhores construtores e assim, tudo sem chamar à colação uns assessores de imprensa, consultores/recolectores ou tarólogos de pública relação, nem nada) o nosso amigo e concidadão passou de plebeu a detentor de um rol diversificado de quotas de capital em sociedades off shore, andares de luxo em nome da mãe, tias e afins, quintas em nome da sobrinha, chorudas contas tarifadas a táxi e em local (ao) fresco tipo Suiça

no processo penal tradicional, em que é mais fácil uma toa passar no buraco de uma agulha do que averbar uma simples admoestação a título de pena suspensa na cédula criminal de um ladrão titular de um cargo público e outros poderosos (porque ainda há os que os lá põem, por interposto voto universal, secreto e convenientemente periódico) o resultado tem sido monótono: o nosso felizardo é um filantropo, invariavelmente e até ao fim do prazo de prescrição!

só teve o azar de lhe sair o totobola mesmo sem ter preenchido o boletim e lhe caírem umas mais valias obsessivas na bolsa em que não jogou ou umas heranças oportunamente justas de quem não tinha mais que uns tarecos, o que obviamente suscita a inveja do povo, dos vereadores sem pasta e do procurador da circunscrição

folga-se que o novo processo penal que nos baixa o ranking da civilização para BBB ou menos terá resultados idênticos

só que os (a)visados artistas/especialistas terão que se sujeitar a roubar um bocadinho menos!!

o Estado de Direito fica, formalmente, com mais um pequenino rombo, se o TC for na conversa ou estiver distraído (às vezes falta um leal conselheiro e estraga algumas contas...) mas já não tem ranking para descer, já bateu no fundo

e duvida-se que o problema esteja nas cuecas reveladas pela forçada transparência dos súbitos ganhos, talvez seja mais a dor de se saber quem realmente as habita, em que águas cálidas se retempera e que pleiades observa no doce remanso de uma reforma dourada, a pagar por incautos defensores do ónus das provas a favor de quem, por definição e afincado exercício, está em condições de as subtrair ao escrutínio da justiça

na verdade, nada há a temer nesta e noutras leis lampedusianas: como de costume, muda só o necessário para ficar tudo na mesma!!!



;_)))



observações são bem vindas obrigado ;_)))

2011-09-22

albertinagem



poderá haver mesmo crime de burla, artigo 217º e seguintes do Código Penal - há engano, benefícios ilegítimos e prejuízos avultados; pelo menos...

a mesma pena é estabelecida para "Quem, tendo-lhe sido confiado, por lei ou por acto jurídico, o encargo de dispor de interesses patrimoniais alheios ou de os administrar ou fiscalizar, causar a esses interesses, intencionalmente e com grave violação dos deveres que lhe incumbem, prejuízo patrimonial importante é punido com pena de prisão até três anos ou com pena de multa." - artigo 224º do Código Penal, crime de infidelidade, também com agravamentos em função do valor e da qualidade do agente   

é que o problema da "responsabilidade política" - para que remetem Cavaco, Passos e outros coniventes - esbarra precisamente no nepotismo: como esperar dos beneficiados e dos intimidados que façam justiça?

tem forçosamente que ser a lei do País a dar resposta e não o PSD/Madeira ou os eleitores madeirenses, que falharam o bom senso mínimo da rotatividade e da limitação temporal e institucional do poder pessoal de um só homem e do seu círculo promíscuo, explosivo cadinho para o império da fraude e do abuso

a verdade, na sua calamitosa extensão, apenas será conhecida após Alberto João Jardim ser corrido do poder no arquipélago da Madeira, quando os intimidados perderem o medo e se dispuserem a denunciar os abusos e os seus comparsas tiverem que revelar os factos para salvar a pele

quanto à questão da oportunidade, por decorrer a campanha eleitoral, jámetinhamdito: o inquérito-crime é iniciado na sequência de factos trazidos agora a lume, embora de conhecimento anterior de alguns responsáveis

e o reconhecimento do dolo, agora atabalhoadamente jametinhasdesdito, foi exactamente um bordão eleitoral do indiciado, bufada ao charuto na sua arrogante pesporrência habitual

infelizmente, a pagar pelo contribuinte com língua de palmo, pelo desperdício eleitoral com que se esbanjaram milhões, pelos juros acrescidos e pelas tristes figuras e insultos a que foram sujeitos os portugueses, já para não falar na humilhação e sentimento de culpa dos madeirenses

miséria...






observações são bem vindas obrigado ;_)))

2011-09-15

ditosa homenagem






certa vez, num exame de francês, uns rabiscos ao cimo da imagem pareceram linhas de serranias e seus vales...

eram o desenho sumido (quem se lembra dos testes policopiados?) dos telhados próximos mas tal só foi percebido após a entrega de larga divagação sobre as montanhas e outras vicissitudes da paisagem inventada

à angústia perante a desatenção e o erro, sucedeu-se uma nota astronómica, acima do que merecia a preparação e, admita-se, o equívoco

talvez o professor que fez a correcção tenha entendido o equívoco ou tenha, pura e simplesmente, avaliado a boa vontade, mais que o (des)acerto face ao perguntado - ou, quem sabe, também veria outras coisas, plausíveis, que estão à vista mas ninguém repara

nesta bela imagem, pode ver-se uma enorme ditosa a voar rente à janela, porventura manifestação onírica da sonhadora que desde um quarto anódino olha o deserto (o mundo é um grande deserto, diz um poema... talvez da pena atribuída ao engenheiro Álvaro de Campos, que também via coisas em que nem sempre se repara) mas é livre de ver o que lhe aprouver, basta crer

e se basta a fé para fugir ao deserto, haja fé, para o oásis ser um bocadinho mais perto

quem dera, sobrevoado por uma gaivota gigantesca, que entra sem convite para nos convidar a sair sem convite

a bela ditosa imaginária, a bela homenagem e a bela imagem, foram trazidas emprestadadas do ditoso Modus vivendi, de Ana Roque

muito obrigado


;_)))




observações são bem vindas obrigado ;_)))

2011-09-14

o sorriso é a manifestação


«Georges Chicoti, que está em visita oficial a Portugal a convite do seu homólogo português, Paulo Portas, falava aos jornalistas à saída de um encontro privado com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, com quem garantiu não ter abordado este assunto.» 

O ministro jametinhadito que em Angola existem “possibilidades para todos os cidadãos apresentarem as suas opiniões”.




Como? à bordoada, agredindo jornalistas e os jovens manifestantes pacíficos, sujeitando-se a julgamentos sumários e penas de prisão por expressarem a sua opinião...


O que o Governo angolano quer dizer é que o respeitinho é muito bonito e ninguém tem o direito de se manifestar ordeira e livremente. Senão manda soltar a polícia e manda o povo para a prisão. Primeiro os estudantes, depois os jornalistas, a seguir os operários, e assim por diante, como Brecht tão bem e há tempo advertiu...


O eterno presidente José Eduardo dos Santos exprime-se com armas contra o povo do mesmo modo que Mubarak, Ben Ali, Khadafi, Assad e outros sanguinários no estertor de prolongadas ditaduras pejadas de corrupção e repressão.


Até quando?


Angola, a Terra Nova da beleza e do sorriso universal, merece bem melhor!!!


 ;_)))


Flávio Florido/UOL





observações são bem vindas obrigado ;_)))

2011-09-07

de impostos, excessos e impostores



Pois sou.
 ·  ·  · Ontem às 16:46 · Privacidade:
  • Tu e 3 outras pessoas pessoas gostam disto.
    • Lidia Maria Silva Esta tb.
      há 23 horas ·  ·  1 pessoa
    • Ilda Oliveira eu tb
      há 23 horas ·  ·  1 pessoa
    • Carlos S Silva E eu também. Os impostos deixaram de ser simples contribuição para se tornarem em extorsão descarada, verdadeiro roubo à mão armada, para alimentar vícios de políticos e «boys» nacionais e estrangeiros. Uma vergonha! Alguém sabe onde pára o Robin of Locksley?
      há 22 horas ·  ·  1 pessoa
    • Jorge Soares O que está a acontecer não a cobrança de imposto, é roubo. Espero que Robin Hood esteja a caminho.
      há 19 horas ·  ·  2 pessoas
    • Argumentónio Adjudicium me2! mas sobretudo contra a iniquidade que poupa os ricalhaços amigalhaços e gente das fortunas e dos negócios que fogem sistematicamente ao fisco, agravando apenas os rendimentos do trabalho, sem safa!!!
      há 6 horas ·  ·  1 pessoa
    • Carlos S Silva 
      Caro Argumentónio: Os impostos sonegados desses ricalhaços em nada iriam agravar ou aliviar as restantes gentes, já que a maioria dos ditos impostos é perfeitamente INÚTIL, e apenas constitui um exercício de poder, uma extorsão, e faz parte de um processo de empobrecimento programado das populações, para que estas aceitem uma escravatura sem se rebelarem, em troca de uma malga de arroz... Lembre-se que antes do 25/4, havia o imposto profissional, que no escalão máximo ia aos 11% e depois o imposto complementar, com um máximo de 6%, para financiar o esforço de guerra no Ultramar. Um total de 17% nos escalões mais elevados (e os funcionários públicos estavam isentos) e, de 1961 a 1973 tivemos o maior crescimento económico da Europa. Compare-se com a brutalidade criminosa dos impostos de agora, quase sem a menor contrapartida, e tire as devidas conclusões.
      há 5 horas · 
    • Argumentónio Adjudicium 
      Caríssimo, os nºs que indica são impressionantes mas as minhas conclusões incluirão sempre um desvalor ao antes do 25 de Abril de 1974: haveria estabilidade orçamental e crescimento económico (de nada para pouco é um crescimento infinito) mas à custa de mortes inúteis, mutilação da juventude, famílias destroçadas, miséria generalizada, analfabetismo elevado, bufaria, mortalidade infantil hoje inconcebível, tortura e prisão sem acusação nem possibilidade de defesa justa, estado policial, caminhos de cabras, censura, colonialismo, segregação racial e de género, cidadãos de segunda, oportunidades só para os grandes, proibição de reunião, associação e livre expressão, cigarros avulso, fugas do país a salto, contrabando, isolamento internacional, as mulheres só podiam exercer o comércio com autorização de sua excelência o marido, reinava a santa padralhada, os corregedores e outros afilhados do ditador e seus apaniguados, famílias a viver em quartos e partes de casa, copos de três, bacalhau a contado, mercearia a fiado e direitos políticos, sindicais e cívicos nenhuns ...

      comparemos outras coisas: por exemplo, as promessas eleitorais dos partidos do governo com o que estão afinal a fazer e, volto à minha, o que estão a dar aos ricos tirando aos pobres e remediados!
      há 2 horas · 
    • Carlos S Silva 
      Caríssimo: creio que toda a adjectivação que cita se aplicaria com muito mais propriedade ao pós 25/4. Então no Ultramar, é melhor nem falar, pois nos dois anos que se seguiram à falsa «independência», morreram dezenas de vezes mais portugueses - brancos e nativos - do que durante os 13 anos de guerra. Quanto à pobreza, ela continua, infelizmente, assim como à repressão política, com polícias a soldo - não de um estado paternalista e autoritário - mas de grupos e lobbies mais do que sinistros. Basta ver as actividades do SIS. Garanto-lhe: sinto mil vezes mais opressão agora do que antes do 25/4. É claro que a questão do direito de reunião e associação afectava os enfeudados aos partidos, não a quem se estava nas tintas para eles. E agora ainda há muitos partidos proibidos, e livros no Index... Está bem pior, acredite. E é claro que estão a dar tudo, não aos «ricos», mas aos ricos da banca e de certo grupo globalista que se julga dono do mundo... Cumpr.
      há 48 minutos · 
    • Argumentónio Adjudicium 
      Caro Carlos, convenhamos que o nível civilizacional, de desenvolvimento económico, de saúde da população, de acesso ao ensino e ao conhecimento que a Constituição da República veio consagrar, é incomparável e certamente antes do 25 de Abril não estaríamos a trocar ideias e argumentos construtivamente, de boa fé e com espírito fraterno como agora estamos, em liberdade!

      quando muito, se pretendêssemos construir um diálogo produtivo, de espírito crítico e pensamento elevado, estaríamos apenas a "conspirar" em segredo, em catacumbas, na clandestinidade, sujeito aos riscos de cair nas malhas da Pide e passar maus tempos nos calabouços de Caxias, do Aljube ou do Tarrafal, sem direito a telefonar ao Pai e à Mãe quanto mais a um advogado; depois era a tortura do sono, o espancamento e outras habilidades do regime cobarde que certamente repudia como toda a pessoa de bem

      ainda bem que estamos hoje livres dessa tenebrosa canalha e não ansiamos por saber notícias de um filho em cenário de guerra, de uma filha presa sem culpa formada e sabe Deus em que mãos, de um familiar, ente querido ou amigo sob o jugo da repressão e da arbitrariedade, que bom para nós e para os nossos

      e ainda bem, também, que concordamos quanto à injusta repartição de sacrifícios que este governo nos impõe a cada dia ao arrepio do que prometeu para sacar votos e que o ministro Gaspar entaramelou e não foi capaz de explicar na entrevista de ontem à SIC, de má memória e triste figura

      pior para nós e em geral para quem não consegue escapar aos impostos crescentes ou para quem se vê agastado sem recursos para o essencial, em especial nos domínios mais afectados da saúde, assistência social e emprego, mas também da cultura e do ensino, como do custo de vida em geral; que este governo escolheu para cortar em vez do desperdício e das mais valias especulativas que se ficam a rir

      tal como aconteceu aos algozes da ditadura, oxalá não riam por fim
      há 6 minutos · 


observações são bem vindas obrigado ;_)))