2009-09-10

nebuloso golo de ouro

o Ditos muito apreciaria confirmar a veracidade deste artigo mas o Jornal do Sporting não parece estar em linha e deve ser pago...!

tal como recebida via reenvio de correio electrónico, cá vai a história, edificante, em entrevista ao português que inventou a figura do QUARTO ÁRBITRO e na qualidade de profissional «apanha-bolas» ao serviço do Futebol Clube do Porto marcou um golo nebuloso de ... fora do campo !!

é um jametinhasdito dourado !!!

"Meti a bola lá dentro e pirei-me para trás do bandeirinha"

Muitos ainda escrevem que o golo foi «limpo», alguns acreditam nisso. Quase 35 anos depois, o verdadeiro autor do golo do nevoeiro, num célebre FC Porto-Sporting, José Maria Ferreira de Matos, explicou ao jornal Sporting como tudo aconteceu naquela tarde de nevoeiro. Actualmente a trabalhar em Lisboa, o ex-apanha-bolas da formação «azul e branca» e árbitro amador, mostrou-se arrependido pelo seu acto irreflectido.


JORNAL SPORTING – De que se lembra desse dia?

JOSÉ MARIA FERREIRA DE MATOS – Lembro-me do intenso nevoeiro que estava. Antes do jogo, o «chefe» dos apanha-bolas, o Valter Leitão, distribuiu-nos pelo campo e mandou-me para trás da baliza. Recordo-me que o Sporting começou a ganhar. Na segunda parte, a vantagem continuava do Sporting, mas nunca pensei em fazer o que acabaria por fazer. Eu era conhecido pelas asneiras que fazia, mas também nunca ninguém pensou que fizesse o que fiz.


– Como foi o lance?

– Não sei bem como a bola chegou a mim, mas sei que ela veio ter comigo e vi o Gomes a pôr as mãos na cabeça. Sem pensar, dei uns passos e fui até ao canto da baliza, meti a bola lá dentro e fugi para o mais longe possível. Então, vejo o Damas a ralhar comigo, mas eu pirei-me para trás do ‘bandeirinha’; ele já tinha a bandeirola no ar a assinalar o golo. Foi quando os jogadores do Sporting correram para o árbitro, a reclamar. Aí o juiz, que julgo não ter visto bem o lance, começou a mostrar cartões.


– Porque razão meteu a bola na baliza?

– Foi tudo muito rápido. O FC Porto estava a perder, a bola estava na minha mão e então pensei: vou metê-la lá para dentro e vou-me pirar. Foi um daqueles momentos em que se faz, ou não se faz; optei por fazer e já não da
va para voltar atrás. Aconteceu numa fracção de segundo.

– Depois de meter o golo, o que pensou?

– Eu só queria que não me «topassem». Felizmente, ou infelizmente, o árbitro marcou e eu saí impune. Tenho pena do Damas, que não teve culpa nenhuma e sofreu um golo ilegal.


– E se visse o árbitro desse encontro?

– Não sei… Gostava de estar com ele para lhe confessar que fui mesmo eu a marcar o golo e não o Gomes. Eu tenho quase a certeza de que ele não conseguiu ver o lance como realmente aconteceu, pois estava um nevoeiro muito intenso. Também gostava de falar com o fiscal de linha; foi ele quem assinalou o golo e foi para trás dele que eu «fugi» depois de fazer o que fiz.


– Acha mesmo que o árbitro não viu nada?

– Julgo que não. Tenho ideia de ver o fiscal de linha levantar a bandeirola e validar o golo do FC Porto. Depois, lembro-me de ver o Damas e outros jogadores a correrem para o árbitro e sei que houve cartões mostrados. Nessa altura, já eu estava «escondido» atrás do fiscal. Só aí é que percebi o que tinha feito, mas pensei,"já está, já está!" Não havia nada que eu pudesse fazer.


"O Gomes disse-me que tinha marcado o golo"

– Alguma vez falou com o Fernando Gomes sobre a autoria do golo?

– Sim, uns anos depois encontrei-o num Centro Comercial do Porto. Perguntei-lhe, sem ele saber quem eu era, se tinha sido ele a marcar o golo; ele disse que sim e cada um seguiu o seu caminho. Mas acontece a mesma coisa quando o jogador mete a bola com a mão; se lhe perguntarem, ele dirá, quase sempre, que foi com a cabeça. Neste caso, eu sei que não foi o Gomes que a meteu. Digo-lhe isso nos olhos dele, ou nos olhos de quem quer que seja.


"Muito aliviado"

– Como se sente, agora que «confessou» o seu «feito» ao nosso jornal?

– Muito aliviado. Muito mesmo. Era uma coisa que eu tinha de contar mais cedo ou mais tarde. Queria ter falado com o Damas, mas não consegui. Agora, fica a faltar falar com o sr. Alder Dante e com o presidente do Sporting. Quero agradecer ainda a oportunidade que o jornal ‘Sporting’ me deu, ao poder de ter entrado no Estádio José Alvalade. Quando pisei o relvado, senti um calafrio; as minhas mãos e as minhas pernas tremeram como há muito não tremiam.
– Não tem receio de ter contado a história desse golo?
– Não. Eu sou um homem correcto. Quando as pessoas quiserem, que me procurem. A falar é que as pessoas se entendem.


"Gostava de ter pedido desculpa ao Damas"

– Nunca pensou falar com Victor Damas?

– Sempre tive o desejo de ir ter com ele. Tentei, várias vezes, mas nunca o consegui apanhar. Na altura, cheguei a vir do Porto a Alvalade, mas nunca tive a oportunidade de o encontrar. Não era fácil falar com ele, pois um humilde apanha-bolas não chega facilmente à fala com um jogador, para mais sem conhecer ninguém do Sporting. É das coisas que me dá mais pena. Era um sonho falar com ele. Nunca me esquecerei do Damas; pelo guarda-redes que foi e por nunca ter conseguido falar com ele. Sempre que via jogos do Sporting, em que o Damas participava, pensava sempre na malfeita bola do nevoeiro.


– O que lhe diria se o tivesse chegado a encontrar?

– Dizia o que lhe disse hoje e, com toda a certeza, pedir-lhe-ia muitas desculpas.




observações são bem vindas
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2 comentários:

Anónimo disse...

História deliciosa, embora com grau de credibilidade muito baixo. Mais parece ser produto da imaginação de um pobre apanha-bolas que está fora-de-campo sempre a sonhar com o dentro-de-campo. Até que, aproveitando um sebastiânico nevoeiro, apanha a bola e enfia-a na baliza do guarda-redes adversário! Ele, o salvador da sua equipa, o herói que ninguém poderia aplaudir porque ele era suficientemente modesto para se esconder atrás do bandeirinha. Seja como for, é das melhores histórias que tenho ouvido ultimamente, António!
jmco

Sofá Amarelo disse...

José Maria Ferreira de Matos já para a Selecção!!!

Lembro-me deste jogo e de outros, em especial um Barreirense-CUF(?) em que não se via um palmo à frente do nariz - apesar disso os relatores de rádio continuavam o seu trabalho de relatar, grandes profissionais, não havia nevoeiro denso que os limitasse - velhos tempos em que os jogos se disputavam todos à mesma hora...

Forte abraço!!! Estou de regresso!!!