2007-02-27

Preocupações


muita gente vai pegar nisto, mas como resistir ?

segundo oPúblico de hoje, Fátima Felgueiras jametinhadito, hoje, no salão dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras, que "Não há nenhum autarca tão preocupado com a lei como eu"

naturalmente !

é uma afirmação de ciência, pelo que faz prova em Tribunal

pode servir de testemunho abonatório a muitos outros autarcas também a contas com a lei, embora eventualmente com razões para não estarem tão preocupados...

mas a autarca de Felgueiras, que adoptou o nome da Câmara Municipal a que preside, tem boas razões para estar preocupada com a lei

e a confissão é sempre passível de ser considerada circunstância atenuante




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Realmente

a folha oficial da República dá hoje à estampa, designadamente, o Decreto-Lei nº 48/2007, aprovando a extinção do Serviço Nacional Coudélico e a criação da Fundação Alter Real

são inteiramente legítimas as certamente meritórias virtudes da alteração legislativa sobre a promoção da gestão do património e do conhecimento nas áreas da produção, indústria, ensino, cultura e investigação equestre

em tempos tão republicanos, dá gosto ver a instituição de uma Fundação Real pelo Estado português

a República será real ?

realmente jametinhasdito, ó República !!!



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2007-02-26

Lapa

Que horas são que horas

Tamanho dia o outro.

Mas mesmo assim,
Considerada a memória, houve uma tal disparidade de marcas, de coisas, de ditos, de factos. Assim, assim, assim, assim, como era aquela no outro dia aquela como coreto e tal na tal metáfora?
Era assim ou assim

1974


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Álvaro

A linguagem afastar-se-á do consenso, e exprimirá o desejo e a imaginação.

As profecias de Abab/Varetti – 1972




Álvaro Lapa – Exposição “Obras com palavras”, Museu da Cidade, 28 de Janeiro de 2007


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2007-02-23

Lisboa à vista




surpreendida, no lugar do retrato, ave dos cantores de Lisboa, apetece cantar: Ditosa, estás à janela...
mas o seu a seu dono!
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2007-02-17

António José Teixeira

estranho que o DN demore a noticiar a substituição da Direcção, apenas dedicando hoje umas linhas, em papel, ao agradecimento aos leitores e à expressão da justa convicção do bom trabalho feito em termos de qualidade e credibilidade

António José Teixeira teve muito pouco tempo, como vai sendo reiterada regra no DN, e é bom que se proporcionem condições a quem dirige um jornal, como é de boa visão assegurar em qualquer outro projecto ou funções

aguardemos as explicações mas jametinhasdito que salta à vista a casuística em vez de estratégia empresarial e planeamento de decisão como o respeito pelos leitores exige a quem detém um jornal ou a quem tem Clientes

talvez a direcção editorial e os leitores do DN sejam as primeiras vítimas da recente remodelação do Público

mas faz bem lembrar que, em geral, o êxito da navegação precisa mais de estabilidade e rumo certo do que de instáveis mudanças de direcção

é certo que as decisões são de responsabilidade de quem as toma, porém o DN é um património valioso demais para bruscas bolinas

e Portugal precisa de bons ventos de leitura, bem como de informação credível e de qualidade



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2007-02-08

não ou sim

No DN de ontem, Vasco Graça Moura usa a sua habitual coluna para dar a sua opinião sobre o próximo referendo.

Jametinhadito que nem não nem sim, antes pelo contrário, fica tudo como está!

Em resumo, branco mais branco não há!!

No último Verão, a Visão editou um conjunto de pequenos contos, todos de preço acessível, leitura fácil e bom efeito, em qualquer época do ano.

O de Vasco Graça Moura ("Duas mulheres em Novembro", salvo erro) versava justamente o aborto. Narrava o reencontro de duas portuguesas, de classes sociais marcadamente diferentes, reunidas pelos acasos da vida numa clínica para efeito de ... pois claro, um aborto!

Azares, opções, percursos, expectativas, direitos, obrigações, consciências, (pre)juízo social, estima pessoal, mais a classe social, enfim, um caldo de razões e emoções, em diálogos escassos, económicos, entrecortados, calados, contidos, vingados, ressentidos, ressaltados e sobretudo uma boa dose de introspecção, reflexões na primeira pessoa do singular, à vez, sobrepostas, contrapostas, uma história bem escrita, algo cinematográfica mas no interior da mente de cada uma daquelas duas mulheres, tão diferentes, tão iguais, a mesma afinal.

Os contextos: entre o 25 de Abril de 1974 e o 25 de Novembro de 1975, datas de virar de página e de páginas por virar, também em diálogos calados pelo escritor, também contrapostos e sobrepostos, como os mundos sonhados, rompidos e interrompidos em momentos cruciais da nossa história de há trinta e poucos anos, se bem que ainda assim carregada dos pesos do passado e do então futuro, com que ao fim e ao cabo ainda hoje nos debatemos - em véspera de mais um referendo, andamos à volta das mesmas razões de sempre, uma mais jurídicas que outras, muitas de fé, muitas de contrafé, muitas de má fé.

Fiquei, ao ler o dito conto, com a impressão de que naquela historieta se podiam ler várias oportunidades perdidas, de vidas individuais, de classes sociais, do país, da nação, e em especial da legislação sobre as condições em que tantas mulheres praticaram o aborto, durante muitas gerações, também as nossas gerações, certamente até às actuais gerações.

Os saltos revolucionários trouxeram a igualdade de direitos e a emancipação da mulher, na Constituição de 1976 e no Código Civil em 1977, o divórcio, o exercício do comércio, o voto, etc., mas não o aborto...

Nem tudo mudou, então...

Talvez a minha leitura tenha sido errada, abusiva, querida mais do que correctamente interpretada, afinal lida sem qualquer exegese, foi só a primeira impressão, era Verão, não havia campanha, os escritores podem ter razão antes de tempo, fora do tempo, o tempo todo - os leitores também !

Mas Vasco Graça Moura deu a volta à volta do assunto e voltou à mesma, para deixar tudo como está, cada vez lava mais branco...




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